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NORMA BENGELL (78 anos)

ID: m650 Categoria: Atrizes Date : Tuesday 4th August 2020 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Norma Aparecida Almeida Pinto Guimarães D Áurea Bengell

 

(Rio de Janeiro/RJ, 21 de fevereiro de 1935)  

(Rio de Janeiro/RJ, 09 de outubro de 2013).

 

Norma Bengell foi uma famosa vedete, atriz, cineasta, roteirista, cantora e compositora brasileira. Norma Bengell era filha única de um alemão, que afinava pianos e uma jovem carioca, rica. A mãe de Norma perdeu sua fortuna ao ser deserdada pelo pai, uma vez que seus pais não aprovavam o namoro e por escolher ir viver junto com um homem sem ser casada. Em virtude de tudo isso, Norma foi criada em condições humildes. Aos dez anos de idade, por inúmeras brigas em seu lar, seus pais se separaram e por sua mãe não ter condições de criá-la, Norma teve que ir embora com o pai para viver com os avós paternos na Alemanha, onde passou o fim de sua infância e toda sua adolescência, tendo sido uma jovem muito rebelde, não aceitando regras sociais, e por conta desta rebeldia, foi internada em um colégio de freiras, mas foi expulsa de lá e abandonou os estudos, voltando a morar no Brasil com a mãe. Passando dificuldades, Norma começou a trabalhar, primeiro como modelo e depois, como vedete do teatro de revista, onde também desenvolveu seu lado de cantora. Veio o convite para fazer cinema e Norma contracenou com Oscarito na chanchada "O Homem do Sputnik". Além desse filme, Norma participou de diversas produções nacionais e estrangeiras. São elas “Conceição”, “Carnival of Crime”, “Sócia de Alcova”, “I Cuori Infranti”, “Il Mito”, “La Ballata Dei Mariti”, “Mar Corrente”, “Terrore Nello Spazio”, “Una Bella Grinta”, “As Cariocas”, “I Crudeli”, “La Muerte se Llama Myriam”, “A Espiã que Entrou em Fria”, “Antes, o Verão”, “Dezesperado”, “Edu, Coração de Ouro”, “Io Non Perdono... Uccido”, “Juventude e Ternura”,  “O Anjo Nasceu”, “OSS 117 Prend des Vacances”, “Verão de Fogo”, “O Abismo”, “O Palácio dos Anjos”, “Os Deuses e os Mortos”, “A Casa Assassinada”, “As Confissões de Frei Abóbora”, “Capitão Bandeira contra o Doutor Moura Brasil”, “Paixão na Praia”, “O Demiurgo”, “Défense de Savoir”, “Les Soleils de L'Ile de Pâques”, “Assim Era a Atlântida”, “Paranóia”, “Maria Bonita”, “Nas Quebradas da Vida”, “Mar de Rosas”, “Na Boca do Mundo”, “Mulheres de Cinema” (curta-metragem), “A Idade da Terra”, “Abrigo Nuclear”, “Eros, o Deus do Amor”, “Tabu”, “Rio Babilônia”, “O Filho Adotivo”, “Tensão no Rio”, “A Cor do Seu Destino”, “Fonte da Saudade”, ”Running Out of Luck”, “Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal(curta-metragem), “Eternamente Pagu”, “Fronteiras” e “Vagas Para Moças de Fino Trato”. Norma Bengell foi a primeira atriz brasileira a se apresentar em nu frontal numa cena do filme Os Cafajestes” de Ruy Guerra. Norma Bengell chamou a atenção pela sua sensualidade, cantando e parodiando a famosa atriz francesa Brigitte Bardot. Sua nudez explícita neste longa causaria escândalo, tornando-a alvo de críticas violentas da igreja católica e de organizações como a “Tradição, Família e Propriedade” - (TFP). Sua atuação no premiado O Pagador de Promessas" de Anselmo Duarte rendeu convites para atuar em produções italianas e francesas, como "Mafioso" de Alberto Lattuada e "La Constanza Della Ragione" de Pasquale Festa Campanile. De volta ao Brasil, atuou em "Noite Vazia" de Walter Hugo Khoury. Durante as filmagens desse longa Norma se casou no estúdio da “Vera Cruz” com o ator Gabriele Tinti, em altar improvisado pelo diretor. Norma Bengell encenou a peça "Cordélia Brasil" de Antônio Bivar, em São Paulo e foi sequestrada no “Teatro de Arena” sendo levada ao Rio de Janeiro por três homens do 1º Batalhão Policial do Exército. Lá, Norma foi interrogada por cinco horas sobre "a subversão na classe teatral". Seria a primeira de várias detenções pelo regime militar, que a levaram a se exilar na França. Quatro décadas depois, foi reconhecida pelo governo brasileiro como anistiada política e teve direito a indenização, além de um pagamento mensal. Sua atuação política durante a ditadura renderia ainda uma polêmica involuntária, quando a então candidata a presidente Dilma Rousseff colocou, entre fotos de sua trajetória pessoal, uma imagem de Norma durante a passeata dos cem mil. O episódio foi tratado como uma tentativa de induzir os eleitores ao erro, devido à semelhança física entre ambas. Norma Bengell filmou com Mick Jagger o videoclipe da música "She's The Boss" em que fazia o papel de uma fazendeira decadente e autoritária. Além de atriz de teatro, cinema e novelas como "Partido Alto", da TV Globo, Bengell ainda gravou discos como "Norma Canta Mulheres", produzido por Guilherme Araújo. No mesmo ano da estreia no cinema, lançaria seu primeiro LP, "OOOOOOh! Norma", com canções como "Fever"  - sucesso na voz de Peggy Lee - e "Eu Sei que Vou te Amar"  de Tom Jobim. O álbum chamou atenção por sua capa, com uma foto em que Norma parecia estar nua.  O outro álbum da artista como cantora foi "Groovy - Faixa "Feaver". Como cantora, seu primeiro sucesso foi com "A Lua de Mel na Lua" e "E Se Tens Coração" da trilha sonora do filme "Mulheres e Milhões" (no qual também atuou como atriz) de Jorge Ilely. Após anos gravando participações em trilhas sonoras e discos de outros artistas, seu segundo LP "Norma Canta Mulheres" sai com composições de Dona Ivone Lara, Luli e Lucina, Marlui Miranda, Dolores Duran, Chiquinha Gonzaga, Rosinha de Valença, Glória Gadelha, Sueli Costa, Rita Lee, Joyce e Maysa, além da faixa "Em Nome do Amor" parceria de Norma com Glória Gadelha. A carreira de Norma como diretora seria conturbada desde o início com o longa "Eternamente Pagu" sobre a poetisa e feminista Patrícia Galvão, apelidada de Pagu. Norma Bengell atribuiu as dificuldades para conseguir verbas ao machismo e misoginia dos burocratas da “Embrafilme” e teve de recorrer ao então presidente José Sarney para conseguir financiamento. Norma Bengell brigou com uma das roteiristas do filme e com críticos que deram avaliações negativas. Norma depois realizaria, como diretora, o filme “O Guarani” baseado na obra do romancista José de Alencar. Por conta deste filme, caiu em desgraça após o imbróglio jurídico envolvendo a prestação de contas deste filme que foi fracasso de público e de crítica. O filme teve autorização do MinC para captar via renúncia fiscal, mas levantou apenas parte do valor. O MinC achou notas frias na prestação de contas e passou o caso ao “Tribunal de Contas da União”, que também acusou retirada de pró-labore - quantia que o produtor destina a si mesmo pelo trabalho realizado - em valor superior ao permitido e determinou a devolução de alguns valores. A justiça do Rio decretou a indisponibilidade de seus bens e ela foi indiciada pela "Polícia Federal" por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e apropriação indébita.  Norma dirigiu também os filmes Magda Tagliaferro - O Mundo Dentro de um Piano” e “Infinitamente”. Finalmente, Norma assinou contrato com a TV Globo efetivando assim sua personagem (Deise Coturno) até o fim da segunda temporada da série Toma Lá, Dá Cá”. Antes, ela já havia feito participações esporádicas após a saída temporária do ator Ítalo Rossi que vivia, no seriado, o (Seu Ladir).  Suas outras participações em televisão foram nas novelas “Os Adolescentes”, “Os Imigrantes”, “O Sexo dos Anjos” e “Alta Estação”, na minissérie Parabéns Pra Você”, na série “Memórias do Medo” e em três episódios da série “Você Decide”. Seu único casamento foi com o ator italiano Gabriele Tinti. A união foi desfeita poucos anos depois, pois a artista não queria se sujeitar a um casamento em que o homem comandava tudo, querendo proibi-la de trabalhar. Após a separação, Norma chocou mais uma vez a sociedade e foi morar sozinha, se mantendo e se declarando feminista, passou a lutar em manifestações e sindicatos pelos direitos da mulher, defendendo o direito feminino de se divorciar, trabalhar, fazer um aborto, caso queira, assim como o uso da pílula e do preservativo, o que causou revolta na igreja católica e na sociedade daquela época. Querendo aproveitar a vida sem ter um relacionamento sério, jamais quis se casar de novo e revelou ter tido muitos namorados e amantes, alguns famosos e outros anônimos. A artista confessa sem culpas ter realizado dezesseis abortos, fruto desses diversos relacionamentos que teve, pois jamais quis ser mãe e o acesso a métodos anticoncepcionais na época era muito difícil. Norma Bengell morreu de câncer de pulmão. A doença foi diagnosticada seis meses antes, mas a atriz não quis se tratar e isso piorou sua depressão, pois há alguns anos estava quase sem dinheiro nenhum, passando a fumar muito mais do que já fumava.

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