Maria Rosa Canellas
(Valença/RJ, 30 de junho de 1941)
(Valença/RJ, 10 de junho de 2004).
Rosinha de Valença foi uma virtuosa violonista, cantora e compositora brasileira com atuação em música, rádio, teatro e TV. Violonista concertista, cantora, e compositora, Rosinha de Valença foi um dos mais importantes nomes femininos da música popular brasileira e considerada uma das matrizes instrumentais da bossa nova. Ainda criança, Rosinha de Valença começou a se interessar pelo violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão, Roberto. Incentivada por ele, Rosinha começou a estudar violão sozinha, ouvindo músicas de rádio e, aos DOZE anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região. Rosinha de Valença deixou os estudos para se dedicar inteiramente à música e se mudou para o Rio. Descoberta pelo jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que a apresentou a Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate “Au Bon Gourme”. De Sérgio Porto, ganhou o nome artístico de Rosinha de Valença. Na descrição entusiasmada do jornalista, Rosinha tocava por uma cidade inteira. Rosinha de Valença passou a tocar na boîte “Bottle's”, onde ficou por oito meses e gravou seu primeiro disco, “Apresentando Rosinha de Valença” pela gravadora “Elenco”, pertencente a Aloysio. Rosinha se destacou como excelente instrumentista, apresentando-se em programas de televisão como “O Fino da Bossa”, ao lado de Baden Powell, mestre de seu estilo no instrumento. Sua atuação com Baden foi fundamental para o rumo instrumental que a bossa nova veio a desenvolver. Rosinha de Valença excursionou pelos Estados Unidos com Sérgio Mendes e seu grupo "Brasil 65" e mais Chico Batera, Jorge Ben, Wanda Sá e Tião Neto. O grupo gravou dois discos. Depois, Rosinha de Valença seguiu para a Europa como solista de um grupo formado pelo “Itamaraty” para divulgar a música popular brasileira no exterior, apresentando-se em VINTE E QUATRO países europeus. Rosinha de Valença passou também uma temporada em Paris, com uma bolsa de estudos da “Embaixada da França”. Rosinha de Valença foi a violonista do show “Comigo me Desavim” de Maria Bethânia. Depois de sucessivas viagens e apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, voltou ao Brasil em e se engajou em movimentos de valorização da música instrumental do Brasil. Rosinha de Valença passou a produzir discos de Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs. Também produziu discos, dos quais participou igualmente como instrumentista, de Nara Leão, Maria Bethânia e Miúcha, entre outros e trabalhou com grandes nomes da música internacional, como o saxofonista Stan Getz e a cantora Sarah Vaughn. Depois, Rosinha de Valença voltou para a França. Rosinha de Valença voltou ao Brasil outra vez e organizou uma banda que teve várias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Dona Ivone Lara e Miúcha. Por sua atuação, Rosinha de Valença ganhou um prêmio da “Ordem dos Músicos do Brasil”. Nos anos seguintes, Rosinha se apresentou em diversos shows, ao lado de sua banda ou sozinha e acompanhando outros artistas. Rosinha de Valença gravou mais de uma dezena de LPs, editados no Brasil, EUA, Alemanha e França, por várias gravadoras, entre as quais “RCA”, “Odeon”, “Forma”, “Pacific Jazz” e “Barclay”. Um dos momentos marcantes de suas gravações foi “Violões em Dois Estilos”, gravado com Waltel Branco, pela “Som Livre” com repertório bastante eclético, com faixas como "Porto das Flores" (de sua autoria), "Asa Branca" (de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), "Morena do Mar" (de Dorival Caymmi), "Ponteio" (W. Blanco), "Minueto e Prelúdio nº 13" (J. S. Bach). Rosinha de Valença estava em férias no Brasil quando sofreu uma parada cardíaca (1992) que lhe causou uma lesão cerebral e a deixou em coma, A Apartir daí, Rosinha permaneceu em estado vegetativo e foi levada de volta para Valença. Desde então, diversos shows-tributo foram organizados por amigos e familiares para ajudar a custear o tratamento da violonista. Rosinha de Valença passou os primeiros oito anos em que permaneceu em coma na casa da irmã mais velha, Mariló e, após o falecimento desta, Rosinha ficou aos cuidados de outra irmã, Maria das Graças, em um bairro humilde de Valença, na companhia de alguns parentes, como seu tio Finzinho e seu primo Marcos Aurélio, militar e também músico. Após DOZE anos em coma, uma das mais destacadas instrumentistas da “Bossa Nova” foi internada, mas morreu no dia seguinte de insuficiência respiratória