Loading...
Aguarde. Estamos processando seu pedido...

NHÔ TOTICO (93 anos)

ID: h1631 Categoria: Humoristas Date : Monday 28th February 2022 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

No rating received yet. [[ ItemDetailsCtrl.itemRating.totalVotes ]] vote(s) - You have rated [[ ItemDetailsCtrl.itemRating.selfRating ]]

Resenha

Vital Fernandes da Silva                  

(Descalvado/SP, 11 de maio de 1903)                                              (São Paulo/SP, 04 de abril de 1996).

 

Nhô Totico foi um radialista, aporesentador e humorista brasileiro com atuação em circo, rádio, teatro e TV. Último de seis filhos da italiana Adelina Mandelli da Silva e do baiano João Fernandes da Silva, logo ganhou o apelido de Totó. Desde muito jovem tinha tendências para as artes influenciado por seu pai. João era um músico hábil que tocava vários instrumentos (muitos deles feito por ele mesmo), mas adorava o violão. Em sua casa havia, além de piano, harpa , saxofone, clarinete, requinta, violão, bandolim, flauta, violino e até um violoncelo. Para melhorar seu dinheirinho, João Fernandes se empregou na sala de cinema local e acompanhava as sessões de cinema mudo . João começou a produzir os sons, ao lado de um grupo de amigos. Tinha a regência de Totó, que naquele tempo era o apelido de Totico. Quando Totico estava com dez anos, foi com a família para a capital paulista. Logo depois ele foi apresentado aos frades do “Convento de São Francisco”, instituição localizada no Largo de São Francisco, ao lado da “Faculdade de Direito”. Vital começou a tomar conta das atividades culturais da instituição e elas rendem um dinheirinho para os frades. Logo então o garoto comprou um projetor de cinema e criou o jornal “Mensageiro da Paz”. Mas, para se sustentar, Vital conseguiu emprego na “Repartição de Águas e Esgotos”. Mas seu desejo de ser artista continuava forte e ele conheceu os irmãos Fontoura, Dirceu e Olavo, filhos do dono do “Laboratório Fontoura”, também apaixonados por rádio e que mantinham no ar uma emissora clandestina. Eles a chamavam de “DKI, A Voz do Juqueri”. Por reclamações dos doentes psiquiátricos do “Instituto Juqueri”, esse nome logo foi mudado. Vital Fernandes fez testes, mas não passou. Foi à “Rádio Educadora Paulista”, onde também se excedeu ao contar uma piada e foi reprovado. Foi pelas mãos de Enéas Machado de Assis, estudante de Direito e radialista, que Nhô Totico, já então com esse nome, foi trabalhar com os irmãos Fontoura.  Estes, por fim, colocaram mãos à obra e ergueram, na Avenida São João, aquele que viria a ser o “Palácio do Rádio”, pois o prédio era de seis andares e possuia um teatro com 400 lugares, inaugurado em 1939. Foi ali que nasceu o Nhô Totico e onde ele criou o programa “XPTO-Vila de Santo Antônio de Arrelia” e mais tarde o programa “Escolinha da Dona Olinda”. A “Escolinha da Dona Olinda” foi um programa de rádio que se tornou um formato copiado e de referência para todos os humorísticos que utilizam uma sala de aula como cenário principal. Todos os personagens eram interpretados pelo próprio Nhô Totico, que se utilizava presentemente de improvisos, uma vez que o programa não era gravado. Certa feita, Nhô Totico foi intimado a prestar esclarecimentos ante as autoridades policiais do governo de Getúlio Vargas, pois em um de seus programas um dos personagens pergunta a um agricultor por que seus tomates eram tão grandes e vermelhos, que prontamente respondeu que era devido ao fato dele fazer os tomateiros ouvirem a Hora do Brasil”. Em 1939 o “Governo Vargas” havia criado o DIP, um órgão que serviu como instrumento de censura e propaganda do governo durante o Estado Novo. Nhô Totico continuou a fazer “Escolinha da Dona Olinda” e “A Vila do Arrelia” na “Rádio Cultura”. Com o fim do trabalho na Record, Vital continuou com os novos personagens, só que desta vez absorvidos nos outros programas. “A Vila do Arrelia” era um programa no qual a protagonista era (Dona Aqueropita), uma filha de italianos obcecada com a ideia de se casar. Durante as apresentações havia uma interação com os espectadores presentes, que permitia a Nhô Totico desenrolar a trama levando os personagens as compras, ao cinema e aos passeios na Vila.  Inacreditavelmente, Nhô Totico fazia seus programas inteiramente de improviso e sozinho. Nhô Totico nunca escreveu nada. Na escolinha, imitava uma dezena de alunos, com vozes, trejeitos, manias diferentes. Aproveitou para colocar os tipos mais importantes da capital paulista, que graças à imigração, que foi farta no começo do século vinte, se constituia de um italiano, um sírio, um espanhol, um nordestino, um preto velho, com suas crendices, que era o zelador, a (Dona Olinda), a professora e vários outros. Uma coisa a ser notada, é que a formação católica de Nhô Totico sempre se fez presente. Seu foco era educar as crianças através das brincadeiras e da arte. Era socializar e passar boas lições. Em breves licenças em seu emprego público, na repartição, Nhô Totico fez várias viagens e pequenas temporadas em emissoras de rádio de vários estados do Brasil. Ele teve ainda o programa “Chiquinho, Chicote e Chicória”. Em 1950, Vital ganhou o prêmio “Roquete Pinto” como maior artista brasileiro. Ao lado de nomes como Silvino Neto, Nhô Totico se tornou um dos ícones do humor radiofônico no Brasil. O sucesso na rádio acabou levando Nhô Totico para a TV, onde fez na TV Excelsior, em 1960, o “Prograna Nhô Totico” que levou para a TV os famosos personagens do humorista e trabalhou também, durante pouco tempo na TV Record. Nhô Totico sempre preferiu trabalhar em rádio. Nhô Totico teve contrato com a TV Globo e participava a cada três meses do “Programa Som Brasil” apresentado por Rolando Boldrin. Não há registros sonoros de seus programas. E aos poucos ele vai sendo esquecido, embora tenha sido o maior humorista e criador de tipos de todos os tempos. Mesmo tendo alcançado fama e sucesso, Nhô Totico não ganhou muito dinheiro e manteve o emprego na repartição pública e, após a aposentadoria viveu modestamente em sua casa na capiral paulista até sua morte. O Museu Público Municipal de Descalvado possui um acervo com aproximadamente cinco mil objetos, entre móveis, documentos, fotografias, prêmios e cartas trocadas com celebridades e autoridades políticas de importância nacional e com amigos e fãs da cidade-natal. Nhô Totico era viúvo da primeira esposa e foi casado em segundas núpcias com Jutta Hertell Fernandes da Silva que esteva ao lado dele em sua ascensão e permaneu até sua morte, de causas naturais, por senilidade.

Tags
Loading...