Abdias Ferreira do Nascimento           

(Franca/SP, 14 de março de 1914)                   

(Rio de Janeiro/RJ, 24 de maio de 2011).  

Abdias do Nascimento foi um ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiro. Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra e dos direitos humanos no Brasil e no mundo, foi oficialmente indicado ao “Prêmio Nobel da Paz”. Abdias fundou entidades pioneiras como o “Teatro Experimental do Negro (TEN)”, o “Museu da Arte Negra (MAN)” e o “Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO)”. Abdias foi um idealizador do “Memorial Zumbi” e do “Movimento Negro Unificado (MNU)” e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a “Frente Negra Brasileira”, a “Negritude” e o “Pan-Africanismo”. Quando jovem, Abdias durante quatro a cinco meses teve uma rápida passagem pela “Ação Integralista Brasileira”, em que atuou como jornalista. Abdias se desligou dessa organização em razão de sua oposição ao segmento "sistematicamente racista contra os negros”. Abdias atuou no antigo “Partido Trabalhista Brasileiro” e foi fundador do “Partido Democrático Trabalhista” chegando a ser vice-presidente da legenda a que foi filiado até sua morte. Abdias foi professor emérito na “Universidade do Estado de Nova York”, campus de Buffalo, EUA, onde, durante seu exílio do regime militar foi professor titular por dez anos. Nascimento atuou como professor visitante na “Escola de Artes Dramáticas” da “Universidade Yale”. Convidado pelo “Fórum das Humanidades” da “Universidade Wesleyan”, também nos Estados Unidos, ele participou na condição de “Visiting Fellow”, com alguns dos mais destacados intelectuais da época, do seminário "A Humanidade em Revolta". Abdias foi professor convidado do “Departamento de Línguas e Literaturas Africanas da Universidade de Ife”, em Ile Ife, Nigéria. Voltando do exílio, Nascimento foi deputado federal e senador da República, além de secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro. Na TV Abdias do Nascimento fez como ator, diretor e adaptador o episódio “O Imperador Jones” da série “Teatro Experimental do Negro”, como adaptador e diretor dos episódios “A Hora Certa”, “O Filho Pródigo”, “Onde Está a Cruz” da série “Teatro Experimental do Negro” na TV Tupi e como ator o episódio “Orfeu da Conceição” da série “Teledrama” da TV Continental. No teatro, Abdias foi ator, adaptador, autor, diretor e produtor em diversos trabalhos. No cinema, Abdias do Nascimento fez “O Homem do Sputinik”, “Terra de Perdição”, “Cinco Vezes Favela” e “Cinema de Preto” e teve os filmes “Abdias Nascimento - Memória Negra” de Antônio Olavo e “Abdias Nascimento” de Aída Marques em sua homenagem. Abdias foi casado com Maria de Lurdes Vale Nascimento, com a atriz Léa Garcia, dois filhos, Abdias do Nascimento Filho e Henrique Cristóvão e estava casado com a norte-americana Elizabeth Larki, um filho, Osíris. Abdias do Nascimento teve morte natural devido a senilidade.