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LÉA GARCIA (90 anos)

ID: m1877 Categoria: Atrizes Date : Monday 14th August 2023 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Léa Lucas Garcia de Aguiar                                         

 

(São José do Rio Pardo/SP, 11 de março de 1933)   

 (Gramado/RS, 15 de agosto de 2023).

 

Léa Garcia foi uma atriz, diretora e garota-propaganda brasileira com atuação em teatro, cinema TV e internet. Filha de Stella Lucas Garcia e José dos Santos Garcia, Léa Garcia era formada em “Teatro” e foi integrante do “Teatro Experimental do Negro - TEN”. Léa Garcia foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes por sua atuação no filme “Orfeu Negro” (Serafina), vencedor do Oscar” de melhor filme estrangeiro. Nascida na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, Léa Garcia se tornou atriz em um momento da história em que esse não era um trabalho comum para mulheres negras. Léa Garcia, passou a morar com sua avó aos ONZE anos, quando sua mãe morreu. Desde jovem, Léa Garcia demonstrou o desejo de se envolver com o universo artístico, mas em outro campo. Léa Garcia queria cursar “Letras” para ser escritora. Seu destino mudou ao conhecer Abdias do Nascimento, com quem casou e teve dois filhos, Henrique Christovão Garcia do Nascimento e Abdias do Nascimento Filho. O dramaturgo e ativista apresentou a ela a sua estante de livros e sugeriu a leitura das tragédias gregas. Depois, a convenceu a subir no palco pela primeira vez, nas peças do projeto “Rapsódia Negra” (“Canção de Mãe Preta Ninar”, Candomblé (Oxum), “Diálogos de Comadres”, “Navio Negreiro”, “Noturno do Harlem St. Louis Blue” e “Ritmos do Haiti”), todas do próprio Abdias, “Todos os Filhos de Deus Têm Asas” (Hattie) e “Filha Moça” (Filha Moça) , encenadas pelo  “Teatro Experimental do Negro - TEN”. A partir de então, a paixão pelas artes cênicas se impôs. Mais tarde teve seu terceiro filho, Marcelo Garcia de Aguiar conhecido como Marcelão Garcia”, com Armando Aguiar. Trabalhando em teatro, TV e cinema, Léa Garcia consolidou uma carreira de papéis marcantes como a vilã (Rosa), de “Escrava Isaura”, novela que a tornou conhecida do público e venceu a barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Léa Garcia se tornou, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações. No teatro, uma das peças de destaque que fez no início de sua trajetória foi “Orfeu da Conceição” de Vinícius de Moraes. Cotada primeiro para ser (Eurídice), Léa Garcia se encantou com a personagem (Mira de Tal) e conseguiu o papel. Os ensaios se realizaram na casa do próprio Vinicius e a estreia aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com cenários de Oscar Niemeyer. No elenco estavam Haroldo Costa, Zeni Pereira, Pérola Negra e Ciro Monteiro. No teatro, Léa Garcia esteve ainda nas peças “Martim- Pescador”, “O Filho Pródigo” (Aila), “O Imperador Jones” (Velha Nativa), “O Logro”, “Onde Está Marcada a Cruz” (Suzana), “Anel de Saturno”, “Apenas Uma Cadeira”, “Maria Conga”, “O Belo Indiferente”, “Paroquiano Inevitável”, “Sortilégio: Mistério Negro” (Ifigênia), “A Alma Que Voltou Pra Casa”, “Perdoa-me Por me Traíres” (Enfermeira), “Tudo é Carnaval”, “O Sapo e a Estrela”, “A Invasão” (Lindalva), “Soraia, Posto2” (Marlene), “Antígona”, “Casa Grande e Senzala”, “Os Construtores do Império”, “Flicts: Era Uma Vez Uma Cor” (Amarelo), “O Tesouro de Chica da Silva”, “O Crime Roubado” (Carminha), “Para Mulheres Que Pensaram em Suicídio/Quando o Arco-Íris Basta”, “Cenas Cariocas: A Sereníssima República”, “Piaf, A Vida de Uma Estrela Canção”, “A Missa dos Quilombos”, “Anjo-Negro” (Coro), o musical “Romeu e Julieta”, “Noites Negras: Mixmemória”, “De Coragem, Suor e Glória: Poemas Negros” (declamadora e direção), “Romanceiro da Inconfidência”, “Disse me Disse”, “As Pequenas Raposas” (Addie), “Microteatro: Procura-se Empregadx”, “O Topo da Montanha” (Mãe de Martim Luther King e vozz em off) e “A Vida Não é Justa”, além de ter coordenado as leituras dramatizadas dos textos “O Caixeiro da Taverna”, “Miss Crawford Nunca Morre em Seus Filmes” e “3 Mulheres de Xangô: A Orelha de Obá”. Um filme foi feito depois, a partir da peça, com o nome Orfeu Negro e direção do francês Marcel Camus. Em vez da (Mira de Tal), Léa Garcia viveu a (Serafina) no longa-metragem, personagem lhe valeu o segundo lugar na “Palma de Ouro”, em Cannes. No cinema, Léa Garcia participou também dos filmes “Os Bandeirantes” (Hermínia), “O Santo Módico”, “Ganga Zumba” (Cipriana), “Compasso de Espera” (Josefa), “O Forte” (Damiana), “Feminino Plural”, “Ladrões de Cinema” (Escrava Carlota), “A Noite da Cidade” (Manuela), “A Deusa Negra” (Sacerdotisa), “Águia na Cabeça”, “Diário de Um Sambista”, “Quilombo”, “Comportamento Humano”, “Cruz e Souza: O Poeta do Desterro” (Carolina), “Orfeu” (Mãe de Maicol), “A Negação do Brasil” (ela mesma), “Nossa Senhora das Meninas”, “Viva Sapato!” (Mãe de Santo), “Filhas do Vento” (Maria da Ajuda), “Memórias da Chibata” (Avó de Juca), “Vinícius” (ela mesma), “Mulheres do Brasil” (Eunice), “O Maior Amor do Mundo” (Zezé), “Remissão” (Anita), “Atabaque Nzinga” (Mãe de Santo), “Hoje Tem Ragu”, “Dias Amargos” (Mira), “Em Quadro” (ela mesma), “Days Together” (nos Estados Unidos), “Sudoeste” (Dona Iraci), “Billi Pig” (Tia Ludmila), “Acalanto” (Luzia), “Histórias Íntimas”, “O Dia de Jerusa” (Jerusa Anunciação Mamede), ”Trinta” (Nha Zita), “Pitanga” (ela mesma), “Acúmulo” (Lete - curta-metragem), “Pedacinho de Céu” (Maria da Graça - curta-metragem), “M8 - Quando a Morte Socorre a Vida” (Dona Ângela), “Vizinhos” (Olga), “Boca de Ouro” (Preta/ainda inédito), “Ibeji Ibeji” (Nanã - curta-metragem), “Um Dia Com Jerusa” (Jerusa Anunciação Mamede), “Barba, Cabelo & Biogode” (Mãe Andinha), “O Pai de Rita” (Tia Neguita) e “Pacificado/Pacifed” (Dona Preta) no Brasil e nos Estados Unidos. Léa Garcia foi garota-propaganda de cinema e TV e participou de comerciais para as campanhas das marcas “Air France” (na França), “Café Loyauté - Café de Qualidade” (na França), “Moulinex Eletrodomésticos” (na França), “PEB - Produtos Eletrodomésticos Brasileiros” (no Brasil) e no filme publicitário para a “Lufthansa Airlines - Isaura” (Rosa - na Alemanha e na Suiça).  A estreia de Léa Garcia em televisão se deu através do “Teatro Experimental do Negro - TEN” na TV Tupi com a adaptação das peças “O Imperador Jones” (Velha Nativa), “A Hora Certa” (Beatriz), “O Filho Pródigo” (Aila) e “Onde Está Marcada a Cruz” (Suzana). Depois, Léa Garcia fez na TV Continental, o teledrama “Orfeu da Conceição”. De volta à TV Tupi, Léa Garcia fez “Vendem-se Terrenos no Céu” e na TV Rio/Record o teledrama “Os Acorrentados” (Irmã Serafina).  O convite para trabalhar na Globo aconteceu para ela integrou o elenco de “Assim na Terra como no Céu” (Dalva), de Dias Gomes. Na trama ela era empregada do personagem de Jardel Filho que inventa que ela era uma princesa de “Tobocobucu” e passa a frequentar as festas dos grã-finos acompanhado da empregada. Na TV Globo, Léa Garcia fez ainda, as novelas “Minha Doce Namorada” (cozinheira da pensão), “O Homem Que Deve Morrer” (Luana), “Selva de Pedra” (Elza), “Os Ossos do Barão” (Marlene), “Fogo Sobre Terra” (Lana), “A Moreninha” (Duda), “Marina” (Leila), “Maria, Maria” (Rita de Cássia), “Pacto de Sangue” (Ruth), “Araponga” (Mundica), “A Viagem” (Natália), “Anjo Mau” (Aparecida Noronha), “Suave Veneno” (Selma Ribeiro), “Êta Mundo Bom!” (a parteira Dona Mazé) e “Sol Nascente” (Luzia), os episódios “Meu Primeiro Baile” (Sônia), “O Matador”, “O Trio”, “Uma Questão de Opinião”, “Feliz na Ilusão”, “Sapiquá do Lazareno” e “A Morte e a Morte de Quincas Berro D´Água”  (Ernestina) da série “Caso Especial”, o episódio “As Pequenas Raposas” do seriado “Aplauso”, o episódio “Vampiros Tropicais” do seriado “Plantão de Polícia”, o episódio “Vingança Repartida” do seriado “Carga Pesada”, o episódio “Ramo do Salgueiro” do seriado “Obrigado, Doutor”, os episódios “Casa, Comida e Carinho” (Teresa), “Borboleta na Cabeça”, “Adílio: O  Craque da Esperança” (Ana) e “Meninos do Recife” da série “Caso Verdade”, o episódio “Otelo de Oliveira” da série “Quarta Nobre”, os episódios “O Professor”, “Retrato em Preto e Branco” (Ruth) e “Juízo Final” da série “Voce Decide”, as minisséries “Bandidos da Falange” (Gladys), “Abolição” (Aparecida), “Desejo” (Mariana), “Agosto” (Sebastiana), “A Lei e o Crime” (Clara Marcondes), “Assédio” (Conceição Duarte Silva) e “Arcanjo Renegado” (Dona Laura), os seriados “Mister Brau” (Dona Antônia), “Sob Pressão” (Dona Leda), “Carcereiros: Amores Brutos” (Clotilde), o episódio “Grito do Passado” dentro do programa “Fantástico”, além das vinhetas de fim de ano da emissora. Léa Garcia trabalhou na TV Manchete, onde fez as novelas “Dona Beija” (Flaviana), “Helena” (Chica), “Tocaia Grande” (Isabel) e “Xica da Silva” (Bastiana), na TV Tupi, no episódio “A Porta do Inferno” (Rosália) da série “Jerônimo, o Herói do Sertão”, na TV Bandeirantes, na novela “O Campeão” (Jerusa), na TV Record, nas novelas “Cidadão Brasileiro” (Dadá), “Luz do Sol” (Babá Edite) e “A História de Ester” (Rarã) e na T V Cultura, nas novelas “Baile de Máscaras” e “Independências” (Mãe de Osório). Léa Garcia foi entrevistada na TV francesa, onde também apresentou o programa “Cinépanorama” e atuou em “Mon Pére, Francis Le Belge” (Sophie). Léa Garcia estava na cidade de Gramado no Rio Grande do Sul onde receberia o “Troféu Oscarito” no dia em que morreu de infarto.

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