Janete Marilda Vollu de Carvalho                     

(Niterói/RJ, 1940)                             

(Rio de Janeiro/RJ, 1974).

Janete Vollu foi uma corista que ganhou o papel de protagonista da primeira adaptação do romance “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado, feito pela TV Tupi, desbancando atrizes de renome que se engalfinharam pelo papel da protagonista da primeira adaptação (feita por Eduardo Bulhões) de um romance de Jorge Amado para a ainda incipiente televisão brasileira, numa época em que as novelas de TV ainda não eram diárias. “Gabriela, Cravo e Canela” foi uma das primeiras novelas gravadas em videoteipe na televisão brasileira.  Apesar de contar com esse recurso, as gravações eram feitas sem edição e de forma ininterrupta. Janete tinha vinte e um anos à época. Paralelamente fazia curso de normalista e já tinha sido vedete e corista dos shows do teatro de revista de Carlos Machado. Janete Vollu era branquela e de olhos azuis, mas foi aprovada para o papel, que exigia poucas falas e muita sensualidade, até porque ninguém repararia nos olhos azuis já que as transmissões eram todas em preto e branco. Na época, Vollu trabalhava para pagar o seu curso de normalista com o objetivo de se formar professora. De acordo com Maurício Sherman (diretor da novela), o próprio Jorge Amado teria sugerido uma atriz que fosse desconhecida e Carlos Machado que era "o rei da noite" do teatro de revista (gênero conhecido por exibir belas mulheres) preparava Janete Vollu para ser uma nova vedete. A atriz acabou sendo escolhida e foi convidada por Jorge Amado para, antes de assumir o papel, conhecer a Bahia e a cidade de Ilhéus. Nessa versão da novela, a opção foi se manter o mais fiel possível ao livro, concentrando a trama na disputa política, por isso (Gabriela) tinha menor apelo e dava um toque de sensualidade em meio às disputas por poder. Paulo Autran fez o (Mundinho Falcão) e Renato Consorte foi o primeiro (Nacib). Janete Vollu é apagada da lembrança dos brasileiros em detrimento da imagem de Sônia Braga que se firmou como a perfeita encarnação de (Gabriela).  Janete Vollu namorava um arquiteto, com quem se casou pouco depois do fim de sua participação na novela. Ciumento, ele não gostava de ver a esposa atuando na televisão. "Gabriela, Cravo e Canela" foi o único trabalho de Janete como atriz. Ela desistiu da TV depois do casamento. Não existem maiores informações sobre a vida e morte da atriz Janete Vollu.