Maria Martha Hacker Rocha                                    

(Salvador/BA, 19 de setembro de 1936)                          

(Niterói/RJ, 04 de julho de 2020).

Martha Rocha foi uma modelo, garota-propaganda, jurada e atriz brasileira, rainha da beleza eleita a primeira “Miss Brasil”. Aos dezoito anos, Martha participou do concurso “Miss Bahia”, vencendo o concurso. Martha foi eleita “Miss Brasil”, no “Hotel Quitandinha”, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Martha teve uma agenda agitada como “Miss Brasil”. Logo depois de chegar aos Estados Unidos, Martha se tornou a favorita nas casas de apostas para vencer o “Miss Universo”. No entanto, Martha ficou em segundo lugar, perdendo para a americana Miriam Stevenson. De volta ao Brasil, Martha Rocha se tornou referência nacional de beleza e alcançou fama. Segundo texto no “Clic RBS”, "o ideal de beleza consolidado pela baiana seguiria influenciando gerações e gerações de mulheres pelas décadas seguintes". A famosa história das duas polegadas foi uma invenção do jornalista João Martins, da revista “O Cruzeiro”, do Rio de Janeiro para consolar o orgulho brasileiro. Tudo foi combinado com os demais jornalistas brasileiros que estavam em Long Beach. A própria Martha autorizou a versão, conforme consta em sua autobiografia. Segundo Martha, nem ela soube se essa história das duas polegadas foi verdade mesmo. O colunista Ancelmo Gois reviveu na coluna “Retratos da Vida”, de “O Globo”, a história das duas polegadas, relembrando que, na época, Pedro Caetano, Alcyr Pires Vermelho e Carlos Renato lançaram uma marchinha de carnaval onde se cantava: “Por duas polegadas a mais, passaram a baiana pra trás/Por duas polegadas e logo nos quadris/Tem dó, tem dó, seu juiz!”.  Martha era a sétima filha da paranaense, filha de alemães, Hansa Hacker Rocha, com o professor e engenheiro baiano Álvaro Pereira Rocha. Martha se casou cedo com o banqueiro português Álvaro Piano e com ele teve dois filhos, Álvaro Luis e Carlos Alberto. Pouco depois, seu marido faleceu em um acidente de avião. Martha voltou ao Brasil com vinte e três anos e dois anos depois se casou com Ronaldo Xavier de Lima, com quem teve uma filha, a artista plástica Cláudia Xavier de Lima. Martha perdeu todo dinheiro que conquistou ao longo da vida para o cunhado Jorge Piano. Sobre isto escreveu em sua conta do Facebook: “Com a fuga de Jorge Piano com todo o meu dinheiro, superei meus problemas com suporte de meus dois filhos, duas amigas e o meu trabalho honrado, vendendo os quadros pintados por mim e ganhando cachê para divulgar o concurso Miss Brasil”. Segundo o mesmo Ancelmo Gois, Martha havia entrado com uma ação judicial contra a filha, Cláudia Xavier de Lima por "viver na miséria depois de perder suas economias". Por problemas financeiros Martha passou a viver num lar de idosos. Martha Rocha passou a aparecer em júris de concursos de beleza se tornando a primeira miss a cobrar cachê para tanto. Em uma entrevista para a revista “Isto É”, Martha explicou que era uma necessidade, pois no ano anterior perdera todo o dinheiro que tinha com a falência de uma instituição financeira (a “Casa Piano”) comandada à época por um de seus familiares no Rio de Janeiro. Martha Rocha descobriu ser portadora de câncer de mama após assistir a uma reportagem televisiva sobre mutirões de saúde que promoviam o autoexame. A partir daí, Martha passou a ter outro estilo de vida. Nessa época, se mudou do Rio de Janeiro para Volta Redonda. Martha foi homenageada com uma exposição itinerante de fotos de sua trajetória como “Miss Brasil”. quando o concurso chegava ao seu 50º aniversário. Em sua homenagem foi criado, por exemplo, o “Bolo” ou a “Torta Martha Rocha”.  A receita foi criação de Dona Dair da Costa Terzado, proprietária da “Confeitaria das Famílias” de Curitiba. Martha Rocha morreu após uma insuficiência respiratória seguida de um infarto. Segundo um dos seus filhos, ela estava em um estado debilitado há bastante tempo e morreu de forma relativamente tranquila.