Luiz Trismegisto Jatobá

(Maceió/AL, 05 de janeiro de 1915)

(New York/NY/EUA, 09 de dezembro de 1982).

Luiz Jatobá foi um médico ortopedista, locutor, jornalista, radialista e apresentador brasileiro com atuação em rádio, cinema e TV. Dono de uma voz privilegiada para locuções radiofônicas e cinematográficas, Jatobá foi convidado para ser locutor da (“CBS - Columbia Broadcasting System”), em Nova Iorque (EUA), onde se tornou o brasileiro que dava as notícias sobre a “Segunda Guerra Mundial” e apresentava trailers cinematográficos para a companhia “Metro Goldwin Mayer”. Jatobá trabalhou na TV Globo quando Mauro Salles era o diretor de jornalismo da emissora. Nessa época, foi para o “Jornal da Globo”, ao lado de Hilton Gomes e Nathalia Timberg. Luiz Jatobá comandou a primeira edição do “Jornal Hoje”, ao lado de Léo Batista. No governo militar, Jatobá sofreu perseguição política por parte do governo brasileiro. Seu filho, o publicitário Luiz Carlos Jatobá, de trinta anos, foi sequestrado, e provavelmente assassinado, por policiais militares, na Praia de Piratininga, em Niterói/RJ, tendo seu desaparecimento decretado. Pela segunda vez, emigrou para os EUA, onde retomou a gravação de trailers de cinema, depois de ter percebido que era melhor se afastar do País. Sua voz grave e cavernosa era associada à narração dos trailers exibidos, durante décadas, nos cinemas brasileiros, com a mesma intensidade com que a voz misteriosa e sensual de Íris Lettieri passou a ser associada à locução de horários de vôos no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, de tal forma que ir ao cinema, não importa a fita que estivesse em cartaz, na época em que Jatobá apresentava os trailers - quase sempre de filmes de Hollywood - correspondia a ouvir a voz profunda do locutor, como também significava assistir, ouvindo sua música característica, às cenas recentes e cruciais dos principais jogos do desporto brasileiro, especialmente do futebol carioca (parte última do Cinejornal “Canal 100”, produzido por Carlos Niemeyer, com a canção "Na Cadência do Samba", de Luís Bandeira, na versão instrumental sob a orquestração de Waldir Calmon, que muitos, não sabendo o nome da música, diziam a primeira frase da letra: "Que Bonito É”). Luiz Jatobá, a quem coube a narração de parte do noticioso radiofônico oficial "Hora do Brasil", trabalhou no rádio brasileiro por quarenta e cinco anos - na época em que os conteúdos veiculados por esse meio de comunicação eram os mais consumidos pelos públicos do Brasil - tendo influenciado na formação de gerações de locutores não apenas de rádio, mas também de cinema, televisão e vídeo, que o veneravam como dono de uma das mais célebres vozes do Continente Americano, certamente o mais famoso timbre vocal masculino do Brasil, sendo a voz de Íris Lettieri o seu correspondente feminino. Na TV, Luiz Jatobá foi ainda narrador no programa “Seja Você Detetive” na TV Tupi, do programa “Big Show” na TV Rio, apresentador dos programas “Noite de Gala” da TV Rio, do “Jornal da Excelsior” e do “Jornal Cássio Muniz” na TV Excelsior e narrador na novela “O Feijão e o Sonho” da TV Globo. Sua filha Hermè Luiza Jatobá Vadasz, de quarebnta e seis anos faleceu em decorrência de um tiro na cabeça, durante um tiroteio num cinema, em São Paulo/SP. Luiz Jatobá vivia nos EUA devido á perseguição pela “Ditadura Militar Brasileira”. Luiz Jatobá foi casado com Yvoneth Jatobá com quem teve um filho, o publicitário Luiz Carlos e com Betty Chateaubriand com quem teve uma filha, Hermè Luiza. Luiz Jatobá era casado com a atriz e poetisa Margot Bittencourt. As causas da morte do locutor Luiz Jatobá não foram divulgadas.

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LUIZ JATOBÁ (67 anos)