Loading...
Aguarde. Estamos processando seu pedido...

SILVEIRA SAMPAIO (50 anos)

ID: h790 Categoria: Apresentadores Date : Friday 7th August 2020 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

No rating received yet. [[ ItemDetailsCtrl.itemRating.totalVotes ]] vote(s) - You have rated [[ ItemDetailsCtrl.itemRating.selfRating ]]

Resenha

José da Silveira Sampaio                                   

 

(Rio de Janeiro/RJ, 08 de junho de 1914)             

(Rio de Janeiro/RJ, 24 de novembro de 1964).

 

Silveira Sampaio foi um ator, médico, diretor de teatro e de cinema, produtor, jornalista, apresentador de TV e empresário brasileiro. Homem de teatro, criador de um estilo cômico intrinsecamente ligado à cultura carioca. Silveira Sampaio formou-se em medicina, se especializou em pediatria e ainda durante a faculdade ganhou um prêmio pela autoria de uma peça de teatro. No segundo ano do curso de medicina vence o “Concurso de Novos Autores”, promovido pelo Jornal do Brasil, com a sátira “Futebol em Família”, texto escrito em parceria com Arnaldo Faro e encenado no “Teatro São José”. Uma década depois, Sampaio retoma o teatro e encontra sucesso logo no início. Sampaio decide abandonar a medicina e então se dedica intensamente por quase uma década ao seu próprio teatro, à produções de filmes e peças. Silveira Sampaio se envolve com a então recém-surgida televisão brasileira e foi importante pioneiro do gênero talk show, programas de entrevistas e sátiras políticas. Praticamente tudo o que fazia era sucesso de público e crítica. Seu maior legado é o estilo cômico inovador na sátira de costumes e da vida política, do Brasil e do mundo, da época.  Sampaio concluiu a faculdade e fez mestrado em puericultura, clinicou no “Hospital São Zacarias”, antes de voltar a se envolver com teatro novamente. No Diário Carioca usou o pseudônimo (Sam). Sampaio flerta com o cinema, funda o grupo amador “Os Cineastas” e escreve, dirige e produz o filme “Uma Aventura aos 40”Sampaio filma também “As Sete Noivas do Barba Azul”, que permanece inacabado. Sampaio, porém trabalhou intensamente como médico durante a Segunda Guerra Mundiale acabou contraindo tuberculose. O longo repouso forçado lhe rendeu tempo para escrever "A Inconveniência de Ser Esposa", peça que se tornou seu primeiro sucesso. A forma como Silveira Sampaio se torna, além de autor, também diretor e protagonista do espetáculo constitui um episódio inesperado. Durante um ensaio na “Companhia Aimée”, sua interferência com o intuito de orientar a interpretação do ator é mal recebida por este e pelo diretor do espetáculo e os dois abandonam a montagem. Na substituição de ambos, o autor revela sua vocação para o teatro. Silveira Sampaio, transformado em ator e diretor, decide deixar a medicina, assume em seguida a função de empresário e decide ocupar e gerir o “Teatro de Bolso”, uma pequena sala de espetáculos que na época ficava em Ipanema e mais tarde se transferiria para o Leme, bairro vizinho, para encenar seus textos. Silveira Sampaio desenvolveu ali um estilo peculiar de comédia, que o crítico Yan Michalski, no livro "Ziembinski e o Teatro Brasileiro" descreve como um tipo de comédia sofisticada inconfundivelmente carioca e observa, sobre a estreia, no mesmo teatro, das primeiras encenações do diretor polonês no Rio de Janeiro: A marca registrada que Silveira Sampaio imprimiu àquela sala era tão forte, que seria impensável Ziembinski produzir ali qualquer repertório que fugisse ao gênero comédia. Ainda que as duas produções desse gênero que ali lançaria fossem radicalmente diferentes do tipo de comédia criado por Sampaio e que só este, com sua peculiar personalidade, sabia cultivar. Evelyn Lima conta em seu livro "O Espaço da Farsa: Vida e Obra de Silveira Sampaio", que aqueles foram anos intensos onde foram encenadas suas peças curtas e hilariantes, os “Flagrantes do Rio 1 e 2". Houve apenas um fracasso no Rio, "Entre os Bichos de Boa Vontade", provocado em boa parte pela mutilação da censura. Tratava-se de um mundo animal, cujas questões políticas do Brasil eram analisadas por um papagaio-repórter, vivido por Silveira Sampaio. Sampaio voava pelo palco, num balanço, vestido num fraque de papagaio do alfaiate Almeida Rabelo, enquanto tecia comentários sobre a posição da União Soviética (Urso), dos países do leste europeu (os Cordeirinhos), da ONU (Pomba). Os cortes deixaram o texto incompreensível e na mesma noite de estreia Silveira Sampaio publicou a morte da peça nas colunas fúnebres de todos os jornais. Silveira Sampaio recebeu a “Medalha de Ouro” da “Associação Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT”, pela direção de “Um Deus Dormiu Lá em Casa” de Guilherme Figueiredo. Silveira sai do “Teatro de Bolso” e passa a ocupar o “Teatro Serrador”, onde estreia um novo texto, “O Diabo em Quatro Corpos com Mara Rúbia no elenco. Depois de uma experiência no teatro musicado, a convite de Carlos Machado, Sampaio se estabelece em uma pequena boate do “Hotel Glória”, onde cria “No País dos Cadillacs. Na televisão, usa seu estilo crítico para trabalhar como comentarista político. Ainda, segundo Evelyn Lima, Silveira Sampaio fazia dois programas, o primeiro talk show da história da TV, o “SS Show” e o “Bate-Papo com Silveira Sampaio”, no qual ele, sozinho, diante de um telefone, mantinha conversas de cunho cômico com os políticos da época. O programa terminava com o antológico “Carlos, meu filho, não faça isso…”, cada vez com uma nova e jocosa referência aos atos do então governador Carlos Lacerda. O sucesso da frase, esperada ansiosamente pelo público da cidade, irritou o governador e ex-colega de faculdade de Silveira Sampaio.  Certo dia, quando Sampaio chegou para trabalhar, o estúdio estava ocupado pela polícia. O programa foi então acolhido sem censura pela TV Record, em São Paulo. Lá, o apresentador passou também a escrever colunas de comentários políticos, no jornal Folha de S. Paulo. Sampaio passa a colaborar mais frequentemente com o cinema, além de continuar atuando na televisão e escrevendo para jornais. Logo depois de sua morte, sua última peça “Da Necessidade de Ser Polígamo”, estreia em Nova York, traduzida para o inglês por Roberto Campos, então ministro do planejamento e encenada com elenco, diretor e produção americanos. Uma de suas comédias mais conhecidas é “Só o Faraó Tem Alma que teve versão para a televisão com sua metáfora bem-humorada sobre a desigualdade social. A médium Zíbia Gasparetto psicografou um livro cujo espírito do autor se identificou como Silveira Sampaio. Este primeiro livro tem como título “Bate Papo Com o Além” numa alusão ao programa de televisão "Bate Papo Com Silveira Sampaio". Depois veio o segundo livro, “O Mundo em que eu Vivo”, o terceiro “Pare de Sofrer” e último, “O Repórter do Outro Mundo”. Em todos eles se pode notar um tom divertido e jornalístico, condizente com o estilo de Sampaio. Silveira Sampaio era casado com a diretora Jessie Sampaio e teve uma filha chamada May. Silveira Sampaio morreu em consequência de um câncer no cérebro.

Tags
Loading...