Randal Juliano Mattosinho
(Barra Bonita/SP, 20 de abril de 1925)
(São Paulo/SP, 10 de julho de 2006).
Randal Juliano foi um ator, jornalista, compositor e apresentador brasileiro. Juliano ingressou na carreira pela “Rádio Panamericana”, atual “Rádio Jovem Pan”, onde permaneceu mais de quatro décadas. Lá apresentou os programas “Show da Manhã” substituindo o radialista Fausto Canova e “São Paulo Agora”, além de atuar como comentarista esportivo. Na TV teve uma bem-sucedida carreira, atuando como apresentador, locutor, ator, diretor de TV, produtor e comentarista esportivo. Suas principais atuações foram quando apresentou o “Repórter Esso” na PRF3 e o programa “Astros do Disco” na TV Record, junto com a apresentadora Idalina de Oliveira e outras convidadas, contando com a participação dos grandes astros da música brasileira, inclusive de cantores ligados ao movimento da “Jovem Guarda”. Apresentando as músicas e discos mais vendidos nas lojas especializadas, durante a semana. Esse programa criou o “Troféu Chico Viola” para a premiação das músicas mais executadas no ano. Randal interpretou um médico no filme “A Pensão da D. Stela” e participou das novelas “Banzo” em que fazia o papel de (Duarte), “Prisioneiro de Um Sonho” escrita por Roberto Freire, que também a dirigia junto com Randal Juliano, “Renúncia” escrita por Roberto Freire e Walter Negrão com direção de Randal Juliano. “Os Fidalgos da Casa Mourisca” foi dirigida por Randal que supervisionou a novela “Eu e a Moto” argumentada por Roberto Freire e atuou como ator nas novelas “Vôo 509”, “Alma da Noite”, “A Mansão Daltons”, “Desce o Pano”, “Cidade Perdida”, “Aqueles Olhos” e “Cela da Morte” todas na TV Record, ainda no início da TV no país. Randal ingressou na TV Cultura, onde foi animador de auditório, apresentando os programas “Vestibular da Canção” e “Quem Sabe, Sabe!” considerado um dos melhores game-shows da história da televisão brasileira. Além disso, foi comentarista esportivo e apresentador do programa “A Cidade Faz o Show” também na TV Cultura, exibido nas manhãs de domingo, em que retratava as cidades do interior do Estado de São Paulo. Na TV Gazeta foi apresentador do telejornal “Jornal da Gazeta” e também diretor de jornalismo. Segundo Randal, ele presenciou "a maior demissão em cadeia da televisão brasileira". Randal Juliano compôs uma canção chamada “Na Cena do Crime”. Randal deixou definitivamente o rádio e a TV sentindo-se ultrapassado e passou a dedicar-se à “Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo”, onde concluiu o curso. Juliano foi professor de comunicações nas “Faculdades Integradas Alcântara Machado” - (FIAM) e da “Universidade São Judas Tadeu”. Dizia aos alunos para nunca trabalharem de graça. "Quem trabalha de graça derruba dez profissionais que estão no mercado”. Durante o curso de Filosofia, retornou ao rádio, sendo locutor e apresentador de programas da “Rádio USP”, como o jornalístico “Repórter USP”. Randal Juliano comandava, no final dos anos sessenta, o programa “Guerra é Guerra” pela TV Record de São Paulo. Era uma disputa entre os cantores da “Jovem Guarda” contra os da “Tropicália”. Logo após a publicação do “Ato Institucional Número 5” - (AI-5) foi lido, durante o programa, por Randal Juliano, uma nota de jornal, que contava que os cantores Caetano Veloso e Gilberto Gil, que seria, anos mais tarde, ministro da Cultura, tinham cantado o hino nacional, na boate "Sucata", no Rio de Janeiro, com uma letra subversiva. Este fato antecipou as prisões e os exílios de Caetano e Gil, em Londres. Anos depois, o cantor Caetano Veloso, foi um dos entrevistados do programa “Jô Soares Onze e Meia” no SBT e contou este episódio e comentou as acusações de que Randal Juliano teria colaborado com a ditadura militar brasileira. Jô Soares entrevistou Randal Juliano no programa, na mesma semana. Este, afirmou que apenas leu uma nota enviada pela redação do programa e que não teve intenção em prejudicar os artistas, no entanto, pediu desculpas aos dois. A novela “Eu e a Moto” com argumento de Roberto Freire, escritor e psiquiatra, era toda ela baseada nas sessões de psicoterapia de seus pacientes. A TV Record, Roberto Freire e Randal Juliano foram todos processados judicialmente pelos pacientes que se sentiram lesados. Randal Juliano morreu de insuficiência respiratória (embolia pulmonar), deixando a esposa Darcy Carlota e duas filhas gêmeas Alessandra e Andréa.