João Álvaro de Jesus Quental Ferreira
(Rio de Janeiro/RJ, 08 de julho de 1898)
(Rio de Janeiro/RJ, 18 de junho de 1979).
Procópio Ferreira foi um ator, diretor de teatro, escritor e dramaturgo brasileiro. Procópio Ferreira é considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro. Procópio descobriu cedo o talento de envolver a plateia, arrastando aos seus espetáculos contingentes de público de fazer inveja aos maiores sucessos de hoje. Procópio era filho de Francisco Firmino Ferreira e de Maria de Jesus Quental Ferreira ambos portugueses naturais da Ilha da Madeira, em Portugal. Procópio ingressou na “Escola Dramática” do Rio de Janeiro aos dezoito anos. Procópio atuou em mais de quatrocentos e cinquenta peças, de todos os gêneros, desde o teatro de revista até a tragédia grega. Em toda a história do teatro nacional foi o ator que maior número de peças nacionais interpretou e que maior número de autores lançou. Procópio Ferreira atuava no circo-teatro, gênero que, se não foi criado no Brasil, aqui teve pleno desenvolvimento. Tratava-se de um circo que, além de números de acrobacias, malabarismo e palhaçadas, apresentava a adaptação de peças de teatro. Do circo-teatro passou às comédias. Procópio Ferreira dizia que o sucesso chegou quando ele parou de pensar com a sua própria cabeça para pensar com a cabeça do público. Sua primeira peça foi “Amigo, Mulher e Marido” fazendo o papel de um criado no “Teatro Carlos Gomes”. Seu maior sucesso no teatro foi o espetáculo “Deus Lhe Pague” de Joracy Camargo com o qual viajou o país inteiro e foi para o exterior. Procópio Ferreira fez cerca de quinhentos personagens e teve uma carreira de mais de sessenta anos. Lançou o teatro de frases, com tiradas e expressões cortantes para substituir a tradicional comédia de costumes. No cinema, começou com a produção portuguesa "O Trevo de Quatro Folhas”. No Brasil, atuou em "Quem Matou Ana Bela" e no sucesso de crítica e público "O Comprador de Fazendas" baseado no conto de Monteiro Lobato. Procópio fez ainda os filmes “Mistério do Rio”, “Coisas Nossas”, “Pureza”, “Berlim na Batucada”, “O Homem dos Papagaios (com argumento feito por ele), “A Sogra”, “Romance de Uma Cidade”, “Crônica da Cidade Armada”, “Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva”, “Titio Não é Sopa” e “Em Família”. Procópio fez televisão e participou das novelas “A Grande Viagem”, “As Minas de Prata”, “Redenção”, “Dez Vidas” e “Divinas & Maravilhosas”. Procópio Ferreira foi escritor dos livros “O Ator Vasques (O Homem e a Obra)”, “Arte de Fazer Graça”, “Como se Faz Rir” e “O Que Penso Quando Não Tenho o Que Pensar”. Um homem que vivia intensas paixões foi pai de seis filhos. Procópio Ferreira teve um filho de um primeiro relacionamento, o ator Renato Restier. Renato Restier foi adotado quando nasceu pelo casal de atores Restier Júnior e Hortênsia Santos. Procópio só o reconheceu como filho mais tarde. De seu primeiro casamento com a artista argentina Aida Izquierdo nasceu uma das mais importantes atrizes e diretoras brasileiras, Bibi Ferreira. Procópio casou também com a grande atriz Norma Geraldy e com a atriz Hamilta Rodrigues. Do casamento com Hamilta Rodrigues nasceram Maria, João Procópio Filho e Francisco de Assis Procópio Ferreira. De seu relacionamento com a atriz Lígia Monteiro nasceu a diretora e jornalista Lígia Ferreira. Do romance com a musicista Celecina Nunez nasceu a cantora Mara Sílvia - nome artístico de Mariazinha, como era chamada pelo pai. Procópio morreu de parada cardíaca causada por pneumonia.