Odete Righi Bertoluzzi
(São Paulo/SP, 17 de abril de 1929)
(São Paulo/SP, 04 de fevereiro de 2015).
Odete Lara foi uma atriz, cantora e escritora brasileira. Filha única de imigrantes do norte da Itália. Seu pai, Giuseppe Bertoluzzi, era originário de Belluno. Sua mãe, Virgínia Righi, cometeu suicídio quando Odete tinha seis anos. Por esse motivo, Odete foi internada num orfanato de freiras e depois levada para a casa de sua madrinha. Odete se apegou fortemente ao pai, seu único referencial afetivo. Mas vitimado por uma tuberculose, Giuseppe foi obrigado a ficar afastado da filha. Giuseppe também se matou quando Odete tinha dezoito anos, deixando a filha órfã. O primeiro emprego da atriz foi como secretária e datilógrafa. Foi uma amiga que estimulou Odete Lara a fazer curso de modelo no “Museu de Arte Moderna de São Paulo” - (MASP). Odete participou do primeiro desfile da história da moda brasileira realizado no próprio (MASP). A beleza de Odete deslumbrou Otomar dos Santos, que a indicou para a então recém-inaugurada TV Tupi de Assis Chateaubriand . Na televisão, Odete Lara começou como garota-propaganda. Em seguida participou da versão televisiva de “Luz de Gás”, com Tônia Carrero e Paulo Autran, depois “Branca Neve e os Sete Anões”, onde interpretou a (Rainha Má). Odete Lara se tornou estrela do "TV de Vanguarda", uma das maiores atrações da TV Tupi. Algumas telenovelas em que Odete Lara atuou nessa emissora foram “As Bruxas” e “A Volta de Beto Rockfeller”. Na TV Excelsior, Odete fez a novela “Em Busca da Felicidade” e na TV Globo fez as novelas “O Dono do Mundo” e “Pátria Minha” onde interpretou, em sua última novela, o personagem (Valquíria Mayrink). Odete Lara foi contratada pelo grupo teatral do “Teatro Brasileiro de Comédia” - (TBC) e estreou na peça “Santa Marta Fabril S/A”, dirigida por Adolfo Celi. Seu primeiro filme foi “O Gato de Madame”, ao lado de Mazzaropi a convite do autor Abílio Pereira de Almeida e seu último filme foi "Barra 68 - Sem Perder a Ternura”. Entre o primeiro e o último, Odete Lara fez os filmes “Absolutamente Certo”, “Arara Vermelha”, “Uma Certa Lucrécia”,” Dona Xepa”, “Moral em Concordata”, “Sábado a La Noche, Cine” (filme argentino), “Dona Violante Miranda”, “Duas Histórias”, “Na Garganta do Diabo”, “Esse Rio que Eu Amo”, “Mulheres e Milhões”, “Boca de Ouro”, “Sete Evas”, “Bonitinha, Mas Ordinária”, “Sonhando com Milhões”, “Noite Vazia”, “Pão de Açúcar”, “Mar Corrente”, “As Sete Faces de Um Cafajeste”, “Câncer em Família”, “Copacabana Me Engana”, “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, “Em Família”, “Os Herdeiros”, “Vida e Glória de Um Canalha”, “Aventuras Com Tio Maneco”, “Lúcia McCartney, Uma Garota de Programa”, “O Jogo da Vida e da Morte”, “Viver de Morrer”, “Quando o Carnaval Chegar”, “Primeiros Momentos”, “Vai Trabalhar Vagabundo”, “A Estrela Sobe”, “A Rainha Diaba”, “Assim Era a Atlântida”, “O Princípio do Prazer” e “Um Filme 100% Brasileiro”. Odete Lara também foi cantora no show “Skindô” ao lado de Vinícius de Moraes. Esse show foi gravado em disco. Odete Lara também cantou no espetáculo “Eles e Ela” com Sérgio Mendes e gravou as músicas “Meu Refrão” com Chico Buarque e “Quem Samba Fica” com Sidnei Miller. Outro disco do qual Odete participou foi “Contrastes”. Odete Lara abandonou a carreira no auge, se converteu ao budismo e partiu para um auto exílio num sítio nas montanhas. Odete Lara publicou três livros autobiográficos, “Eu Nua”, “Minha Jornada Interior” e “Meus Passos na Busca da Paz”. Odete Lara traduziu várias obras do budismo. Odete Lara foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho e com o diretor de cinema Antônio Carlos Fontoura. Namoradeira assumida, Odete Lara teve um caso com o novelista Euclydes Marinho. O filme “Lara” foi baseado na história de sua vida. Odete Lara teve um infarto na clínica de repouso em que vivia.