Elisa Biondi
(São Paulo/SP, 11 de julho de 1941)
(São Paulo/SP, 19 de dezembro de 2014).
Lisa Negri foi uma modelo e atriz brasileira. Descendente de pais italianos, nasceu no bairro da Moóca, reduto dos italianos. Lisa era uma criança feliz, até que o pai veio a falecer e a mãe, com três filhas, teve que colocá-las num colégio interno. Lisa estava com seis anos e sofreu muito. Ali ficou por quase meia década. Só voltava para casa em dezembro e morria de saudade. Acabou por adoecer, quando voltou de vez. Lisa chorava tanto que recebeu o apelido de “mingau”. Lisa continuou os estudos e foi ficando uma mocinha muito bonita. Foi assim que um dia, por seu porte alto e esguio, chamou a atenção de um costureiro, na “Fenit”. Lisa começou a desfilar e chegou a trabalhar para Denner Pamplona, o principal estilista da época. Foi ainda, através da moda, que chegou à televisão, pois ali sempre aconteciam desfiles, nos programas femininos. Foi quando Cassiano Gabus Mendes, o diretor, a viu e a chamou. “Você quer ser atriz?“, perguntou ele - “Não sei como se faz, mas quero”, respondeu ela. Lisa era uma garota decidida. Aprendeu com a infância difícil, que não podia perder oportunidades. E tinha jeito. Logo estrelou novelas, como “O Segredo de Laura”, escrita por Vida Alves. Quem gostou muito e a aproveitou bastante foi o diretor de novelas Geraldo Vietri. Ele era o responsável pelo “TV Comédia”. Lisa participou de muitos. O tempo foi passando e Lisa trabalhando. Lisa fez as novelas, “Moulin Rouge, a Vida de Toulouse-Lautrec”, “Quem Casa Com Maria?”, “O Sorriso de Helena”, “Teresa”, “A Outra”, “Um Rosto Perdido”, “O Amor Tem Cara de Mulher”, “Somos Todos Irmãos”, “A Inimiga”, “O Anjo e o Vagabundo”, “A Ponte de Waterloo”, “Presídio de Mulheres”, “Amor Sem Deus”, “Os Ossos do Barão” e “As Pupilas do Senhor Reitor”, sempre em papéis de relevo. Lisa fotografava bem e era muito responsável. Mas, de repente, irrequieta que era, resolveu ir para a Itália. Queria se aprimorar, fazer cursos. Lisa assistiu palestras e orientações do grande mestre e ator italiano Vitório Gasmann. Quando voltou para o Brasil, a Tupi não estava muito bem e Lisa foi para o Rio de Janeiro procurar trabalho na TV Globo. Foi difícil. Naquele mercado não era conhecida, mas Fábio Sabag lhe deu uma chance. Lisa fez um papel em “Shazan e Xerife”. E ali ficou por alguns anos, até que resolveu excursionar com teatro por todo o Brasil. Junto com o ator Cazarré montou a peça: “Marido, Matriz e Filial”. Nisso ficou quase uns cinco anos. Acabou por ser empresária de teatro. Fase difícil, mas apaixonante, segundo ela. Lisa partiu para o teatro infantil. Lisa Negri estava casada com Paulo de Oliveira e com ele dividia as glórias e os sacrifícios. Lisa Negri era empresária e a atriz. Lisa teve tempo de participar dos filmes “Noite Vazia”, “Quatro Brasileiros em Paris”, “Vidas Nuas”, “A Virgem e o Machão”, “Dezenove Mulheres e Um Homem”, “Pintando o Sexo” e “Os Boiadeiros”. A “Companhia Teatral” Lisa Negri, com os planos econômicos brasileiros, não ia bem e a moça ainda irrequieta, foi para os Estados Unidos. Ali viveu por oito anos. Lisa Negri se casou com um americano, conseguiu o “Green Card”. Porém, quando bateu saudade da mãe e das irmãs, se divorciou e voltou para o Brasil. Lisa Negri, foi uma das apresentadoras da festa em comemoração dos sessenta e três anos da TV brasileira. Lisa Negri teve um romance com o ator José Parisi, com um industrial e com o ator Sérgio Cardoso. Lisa Negri morreu de infarto.