Ignez Magdalena Aranha de Lima
(São Paulo/SP, 04 de março de 1925)
(São Paulo/SP, 08 de março de 2015).
Inezita Barroso foi uma produtora, cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora e apresentadora brasileira. Inezita ganhou o título de doutora honoris causa em folclore e arte digital pela “Universidade de Lisboa” e atuou em cinema e em espetáculos de teatro, produzindo musicais de renome nacional e internacional. Inezita adotou o sobrenome Barroso ao se casar com o advogado cearense Adolfo Cabral Barroso, com quem teve uma filha, Marta. Nascida numa família abastada, apaixonada pela cultura e principalmente pela música brasileira, Inezita começou a cantar e tocar viola e violão desde pequena com sete anos de idade. Inezita Barroso estudou piano no conservatório. Foi aluna da primeira turma da graduação em biblioteconomia da “Universidade de São Paulo”. Inezita Barroso se graduouantes de se tornar cantora profissional. Inezita ingressou na “Rádio Bandeirantes” e se apresentava em recitais no “Teatro Brasileiro de Comédia (TBC)”, no “Teatro Cultura Artística” e no “Teatro Colombo”. Inezita gravou a célebre interpretação da música “Moda da Pinga”, de Ochelsis Laureano e Raul Torres. Depois gravou os sambas “Ronda”, de Paulo Vanzolini e “Estatutos da Gafieira” de Billy Blanco. Inezita Barroso foi premiada com o “Troféu Roquette Pinto” de melhor cantora de música popular brasileira e o prêmio “Guarani”, como melhor cantora em disco. Inezita Barroso se dedicou também a carreira de atriz, atuando nos filmes “Ângela”, “O Craque”, “Destino em Apuros”, “É Proibido Beijar”, “Carnaval em Lá Maior”, “Desejo Violento”, “Isto é São Paulo” e “O Preço da Vitória”. Inezita Barroso recebeu o prêmio “Saci” de melhor atriz por sua atuação em “Mulher de Verdade”. Inezita ultrapassou a marca de cinquenta anos de carreira e de oitenta discos gravados. Inezita apresentou até sua morte o programa “Viola, Minha Viola”, dedicado à música caipira e transmitido pela TV Cultura, de São Paulo. Inezita Barroso apresentou também, no SBT, um programa musical que levava seu nome e era exibido aos domingos pela manhã. Além da carreira artística, Inezita Barroso se dedicou a dar aulas de folclore. Inezita lecionava nas faculdades ”Unifai” e “Unicapital”, onde recebeu o título de doutora “Honoris Causa” em Folclore Brasileiro. As apresentações de Inezita Barroso nos países latino-americanos e africanos criaram uma aura de sucesso para a cantora, indicada para o “Grammy” sul-africano na categoria de artistas vocais populares internacionais e regionais. Os concertos de Inezita em tais países excederam a audiência de outros artistas nacionais e internacionais com maior exposição midiática, adeptos de música denominada pop. Ao contrário do que o público costuma esperar da artista, Inezita Barroso trabalhou em interpretações de autores mais atuais da MPB, de outras vertentes que não apenas a caipira/sertaneja. Gravações mostram a cantora interpretando obras de Ella Fitzgerald e de outros nomes do jazz tradicional e blues. Inezita Barroso foi condecorada, pelo então governador de São Paulo Geraldo Alckmin com a medalha de mérito "Ordem do Ipiranga", recebendo o título de comendadora da música folclórica brasileira. Numa das edições do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que contou com a presença da cantora como entrevistada, Inezita Barroso afirmou ser favorável à propagação e troca eletrônica de canções. Afirmava que o uso de canções em formatos digitais em computadores e dispositivos portáteis podia facilitar o acesso dos jovens à cultura e fazia dura crítica à indústria fonográfica, afirmando que a pirataria sempre existiu. Inezita Barroso foi eleita para a “Academia Paulista de Letras”, ocupando o lugar da folclorista Ruth Guimarães. Com a aproximação do decanato do falecimento do pianista Pedrinho Mattar, seu amigo e colega de composições e interpretações, surgiu grande expectativa com relação à esperada publicação da obra final deste músico, intitulada “O Portal”. Grupos de entusiastas e admiradores de Mattar, que aguardam ansiosamente pela publicação da obra, afirmaram que haveria coparceria de Inezita Barroso em um dos movimentos da referida composição. O afamado violoncelista húngaro, naturalizado português, Alfonso Orelli, apresentou trechos da suposta composição, aos quais teria tido acesso durante uma turnê na qual tocou ao lado de Mattar. Dentre tais trechos, Orelli identificou forte influência da música dita "caipira-sertaneja" na segunda parte do primeiro movimento. Tem-se atribuído a Inezita a influência musical sobre esta parte da composição. Inezita foi tema da trigésima sexta edição da série “Ocupação”, realizada pelo “Itaú Cultural”, em São Paulo. A exposição “Ocupação Inezita Barroso”. Inezita Barroso morreu em decorrência de uma insuficiência respiratória.