Ileana Maria Magno Kwasinski
(Curitiba/PR, 20 de junho 1940)
(São Paulo/SP, 08 de abril 1995).
Ileana Kwasinski foi uma figurinista e atriz brasileira. Atriz presente em representativos trabalhos em duas décadas, Ileana Kwasinski é dotada de uma dramaticidade intensa e magnética. Sua formação em dança clássica distinguiu-a como uma intérprete de composições requintadas, com um desenho corporal quase performático. Originária do Paraná, Ileana estreia como atriz na produção “Um Elefante no Caos” de Millôr Fernandes. Ileana trabalhou em seguidas montagens no “Teatro de Comédia” do Paraná. Ileana vai para São Paulo e participa do coro de “Galileu Galilei” de Bertolt Brecht, montagem do “Teatro Oficina”, onde o ator Cláudio Corrêa e Castro vive o protagonista. Nos anos seguintes trabalha em “Um Inimigo do Povo” de Henrik Ibsen e “A Vida Escrachada de Joana Martini e Baby Stompanato” de Bráulio Pedroso. Ileana compõe o elenco de “A Capital Federal” de Arthur Azevedo e direção de Flávio Rangel. Com Jandira Martini, Ney Latorraca, Eliana Rocha, Vicente Tuttoilmondo e Francarlos Reis funda a “Royal Bexiga's Company”. O grupo monta os seguintes espetáculos. ”O Que Você Vai Ser Quando Crescer” e “Ai de Ti, Mata Hari” ambos com direção de Silnei Siqueira, “Um Ponto de Luz” com texto e direção de Fauzi Arap. Depois, Ileana integrou a produção de “Bodas de Papel” de Maria Adelaide Amaral, trabalho desperta entusiasmo junto à crítica. Destaque que se repete, com sua atuação em “O Jardim das Cerejeiras” de Anton Tchekhov, numa grande montagem de Jorge Takla. Em “Morte Acidental de Um Anarquista” atua ao lado de Antônio Fagundes. Num mesmo ano está em duas realizações díspares, “O Purgatório” de Mário Prata e “Com a Pulga Atrás da Orelha”, vaudeville de Georges Feydeau. Em ambos se distinguindo pela energia e carisma cênico. Sua presença intensa e sua alta experiência dramática encontram em “Depois do Expediente” um solo escrito por Franz Xaver Kroetz e direção de Francisco Medeiros a grande oportunidade de expressão. Sem proferir sequer uma palavra em cena, sua interpretação rende-lhe prêmios e prestígio. Seu prestígio em teatro vai aumentando e ela figura no elenco de “Cerimônia do Adeus” de Mauro Rasi e direção de Ulysses Cruz, na comédia “Trair e Coçar é Só Começar” de Marcos Caruso. Ao lado de Regina Duarte, Ileana integra o elenco exclusivamente feminino de “A Vida é Sonho” de Calderón de La Barca, encenação de Gabriel Villela que confere à Ileana os prêmios “Shell” e “Apetesp” de melhor atriz. Ileana esteve em “Seis Graus de Separação” de John Guare, novamente sob a direção de Jorge Takla, outra vez chamando a atenção para seu preciosismo na construção da personagem. O último trabalho de Ileana é “O Médico e o Monstro” de Georg Osterman e direção de Marco Nanini. Paralelamente à carreira de atriz, Ileana desenvolveu a atividade de figurinista, especialmente nos anos iniciais de sua carreira no Paraná. Sua interpretação em “Depois do Expediente” provoca no crítico Alberto Guzik reação entusiasmada. Ileana Kwasinski fez pouca TV, veiculo para o qual foi levada pelo novelista Sílvio de Abreu, o trabalho de maior destaque foi na novela “Sassaricando” desse mesmo autor em que dividiu cena com atores de peso do teatro e da TV. Ileana Kwasinski fez parte de um divertido núcleo composto por três irmãs, a sua rejeitada (Fabíola), a voluntariosa (Lucrécia) feita pela atriz Maria Alice Vergueiro e a megera (Teodora) de Jandira Martini. Ileana Kwasinski fez as novelas “O Todo Poderoso” e “Sabor de Mel” na TV Bandeirantes, a série “Joana” e a novela “Uma Esperança no Ar” no SBT e “Memórias de um Gigolô”, minissérie da TV Globo. Sua última participação na televisão foi na minissérie “Chapadão do Bugre” da TV Bandeirantes. Ileana Kwasinski foi casada com o ator Cláudio Corrêa e Castro e teve UM filho, Guilherme. Ileana Kwasinski é surpreendida subitamente pelo câncer, que a leva precocemente.