Antônio Augusto Moraes Liberato               

(São Paulo/SP, 10 de abril de 1959)           

(Orlando/EUA, 22 de novembro de 2019).                                           

Gugu Liberato ou simplesmente Gugu foi um apresentador de televisão, empresário, ator e cantor brasileiro.  Gugu era o filho mais jovem do caminhoneiro Augusto Claudino Liberato e da vendedora de roupas Maria do Céu Morais ambos imigrantes portugueses do distrito de Bragança na região de Trás-os-Montes. O início da carreira de Gugu Liberato na televisão foi ainda na adolescência, com quatorze anos, como assistente de produção do programa “Domingo no Parque”, apresentado por Silvio Santos. Gugu usava as horas de folga do serviço para escrever cartas com sugestões de brincadeiras ao dono do SBT. A iniciativa abriu a porta para sua primeira oportunidade na emissora de Silvio Santos. Um de seus primeiros programas foi a “Sessão Premiada Paulista” - a versão carioca era apresentada por Paulo Barboza. Silvio Santos pediu que Nelly Raymond, uma importante diretora argentina, criasse um programa para os sábados à noite. Era o “Viva a Noite”, que no início era dividido em várias partes, e apresentado também por nomes como Ademar Dutra, Mariette Detotto e Jair de Ogum. Depois de algumas mudanças de formato, Gugu permaneceu sozinho no comando do programa, posteriormente dirigido por Homero Salles. Ao mesmo tempo em que comandava o programa “Viva a Noite”, Gugu permaneceu por algum tempo dirigindo o “Domingo no Parque” e como editor do boletim “Semana do Presidente”, que era veiculado nos intervalos entre os quadros do “Programa Silvio Santos”.  Depois do programa “Viva a Noite” vieram, pela ordem, os programas “Sabadão Sertanejo”, “Domingo Legal“ e “Programa do Gugu”. Seu último trabalho na TV foi o programa “Talent Show Canta Comigo. Depois do estrondoso sucesso do grupo “Menudo”, famoso pela música “Não se Reprima”, que foi exaustivamente promovido pelo programa “Viva a Noite”, Gugu lançou grupos musicais brasileiros do mesmo formato, como “Dominó” e “Polegar”, se tornando um empresário de sucesso. Sua produtora, a GGP, é responsável pela gravação de comerciais, programas e séries. No auge do sucesso do programa, Gugu assinou um contrato com a Rede Globo. Porém, no sábado de carnaval, Silvio Santos foi pessoalmente à sala do dono da emissora carioca, Roberto Marinho, no jornal “O Globo”, pedir a liberação do apresentador para permanecer no SBT. Silvio iria se submeter a uma delicada cirurgia e fez uma proposta milionária a Gugu, oferecendo grande parte da programação dominical. Para se ter uma ideia, o salário do apresentador aumentou em dez vezes, fora os ganhos com publicidade. Gugu estreou nos domingos do SBT apresentando sozinho os quadros “Passa ou Repassa” e “Cidade Contra Cidade”. Gugu também dividiu com Silvio Santos a apresentação do programa “Roletrando”. No mesmo ano, Gugu estreou o quadro “TV Animal”. Mesmo apresentando parte da programação dominical, Gugu manteve-se à frente de atrações no sábado à noite, principalmente com programas musicais como o “Sabadão Sertanejo”. O maior sucesso, porém, veio com o “Domingo Legal” que rivalizava com o “Domingão do Faustão”, programa criado para ser seu. A concorrência foi favorável a Gugu, que encerrou a década com picos acima de quarenta pontos de audiência. Gugu lançou vários LPs e CDs, incluindo um álbum de estúdio nomeado “Gugu Para Crianças”, que vendeu mais de cem mil cópias no Brasil, e sendo premiado com disco de ouro pela ABPD. Gugu recebeu onze estatuetas do “Troféu Imprensa” como: revelação, três vezez como animador, programa de auditório, programa sertanejo duas vezes. Venceu também o “Troféu Internet” de programa de auditório. Gugu também lançou duas séries de revistas em quadrinhos.  Gugu deixou o SBT e assinou um contrato de oito anos com a Rede Record. Com um salário mensal de três milhões de reais, viria a comandar um programa dominical na emissora de Edir Macedo. Também tinha previsto um programa de entrevistas no canal de notícias Record News e um programa na Record Internacional. Sua estreia se deu no programa dominical, intitulado apenas ”Programa do Gugu” exibido às 20 h. Após sofrer com baixos índices de audiência, perdendo constantemente na Grande São Paulo, para o “Programa Silvio Santos” do SBT, seu programa passou a ser exibido às 16 h, após o “Tudo é Possível”. Em seu primeiro programa, além de erros técnicos, Gugu anunciou a presença do grupo internacional “Blue Man Group” e chamou seu novo programa erroneamente como “Domingo Legal”, antigo programa que o mesmo apresentava no SBT. No bloco seguinte, Gugu desculpou-se pelo erro. Gugu associou-se com empresários de Cuiabá, Mato Grosso, para formar uma rede de televisão, sediada naquela cidade. De acordo com levantamento da repórter Elvira Lobato, da “Folha de São Paulo”, o animador ficou com 49% das ações da “Pantanal Som e Imagem”. O caso veio a público durante a campanha presidencial, quando Gugu apresentava o programa de TV do então candidato do “Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)”, José Serra.  A concessão do canal chegou a ser anulada pelo então ministro das Comunicações, Juarez Quadros. Mas, após uma longa disputa judicial, Gugu conseguiu ter de volta a concessão da TV Pantanal. Pelos planos do apresentador, a emissora se tornaria um canal de notícias, segundo os moldes da emissora americana "Cable News Network" (CNN). Um mês após reaver a concessão da “Pantanal Som e Imagem”, Gugu fechou um acordo de cessão dos estúdios da produtora GGP para a produção paulista da programação da Rede JB (antiga CNT). Gugu também atuou no cinema, ao lado das apresentadoras infantis Xuxa Meneghel e Angélica, do grupo “Os Trapalhões”. Na telona, como ator fez os filmes “Padre Pedro e a Revolta das Crianças”, “Os Fantasmas Trapalhões”, “O Casamento dos Trapalhões”, “Os Trapalhões na Terra dos Monstros”, “Uma Escola Atrapalhada”, “O Noviço Rebelde” e “Xuxa e os Duendes”. Como ator também esteve na “Escolinha do Gugu” na TV Record, onde fazia o professor do humorístico dos mesmos moldes da “Escolinha do Professor Raimundo” de Chico Anísio, onde além de lançar novos humoristas, dava oportunidades a humoristas que haviam saído do programa de Chico Anísio.  Gugu Liberato deixaria a TV Record. O motivo da saída do apresentador seria corte de verbas no seu programa feito antes do final do seu contrato. Gugu apresentou seu último “Programa do Gugu” na Record, agradecendo toda equipe, emissora, parceiro e seu público. Mesmo após a rescisão de seu contrato, de forma acordada entre ambas as partes, Gugu manteve por mais alguns meses vínculo com o Grupo Record. Dois meses após o “Programa do Gugu” sair do ar no Brasil, a Record Internacional estreou o programa “Gugu com Diversão” que era exibido às quintas-feiras, sábados e domingos. O programa reaproveitava quadros exibidos na atração brasileira. A emissora também pagou uma multa milionária de rescisão, dando ao apresentador um dos helicópteros “Águia Dourada”, marca do jornalismo da emissora. Após dois anos afastado da TV, a Rede Record anunciou um acordo com a "GGP Produções", produtora de Gugu, acabando com o suspense feito pela mídia em torno da carreira do apresentador. Em fevereiro de 2015 aconteceu a estreia do programa da primeira nova temporada de Gugu na Record. A volta de Gugu alcançou dezessete pontos de média com pico de dezenove e trinta por cento de audiência. Uma excelente estreia, que exibiu uma entrevista exclusiva com Suzane Von Richthofen que, pela primeira vez, revelou detalhes do crime, por ela cometido e que chocou o Brasil. Em setembro de 2015, foi ao ar o último programa da primeira nova temporada de Gugu na Record. Gugu Liberato renovou contrato com a emissora até 2017 para mais um programa. O novo programa passou a ser exibido semanalmente. A atração já não era mais por temporadas, e sim apresentada semanalmente, ao vivo, direto da sua produtora "GGP", durante o ano às quartas-feiras, no horário nobre da emissora. O programa, que além de ser semanal, ao vivo, teve um formato diferente. No início do ano seguinte o programa voltou com os quadros e as entrevistas, que foram exibidos em 2016 até ser totalmente repaginado, quando a TV Record anunciou mudanças e novidades da nova programação. No fim do mesmo ano, foi ao ar o último programa de Gugu na TV Record. O programa se despediu definitivamente, quando a emissora anunciou a demissão da equipe do programa. Em abril de 2018, na faixa das 22h30, logo após o “Jornal da Record”, Gugu Liberato assumiu a nova temporada do programa “Power Couple Brasil”, que passou a ser exibido de segunda a sexta-feira. Três meses depois, Gugu estreou um novo programa na TV Record, o “Talent Canta Comigo” exibido às quartas-feiras, às 22h30. Conhecido também como Escândalo Gugu-PCC num feriado de dia da Independência do Brasil, o “Domingo Legal” foi palco de um escândalo do jornalismo ao exibir uma entrevista com dois supostos integrantes da facção criminosa “Primeiro Comando da Capital” (PCC), dentro de um ônibus, pelo repórter Wagner Maffezoli. Os dois supostos bandidos, identificados apenas como “Alfa” e “Beta”, fizeram ameaças ao então vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo e a três apresentadores de programas policiais: José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, Marcelo Rezende, que ancorava o antigo “Repórter Cidadão” da RedeTV! e o comentarista de futebol Oscar Roberto Godói (então no “Cidade Alerta” da TV Record). Os supostos integrantes do "PCC" também assumiram a tentativa de sequestro do padre Marcelo Rossi, fato ocorrido uma semana antes. No dia seguinte, a polícia, o Ministério Público, os apresentadores e o vice-prefeito pediram investigações sobre os supostos integrantes do "PCC". Marcelo Rezende foi o primeiro, logo no dia seguinte, a acusar a reportagem de ser forjada. Nos dias seguintes, intensificou-se a impressão de que tudo teria sido uma farsa, até que um comunicado do próprio "PCC", divulgado pela imprensa na mesma semana, negou ter ameaçado apresentadores e o vice-prefeito, dizendo que os dois homens não eram do grupo. Entrevistado por Hebe Camargo, Gugu afirmou que excepcionalmente não havia visto as reportagens antes de ir ao ar, porque estava preocupado com a saúde de seu pai. No dia  a polícia concluiu que o vídeo havia sido falsificado, com a identificação dos falsos membros do "PCC" e o envolvimento da produção do “Domingo Legal”, por ter contratado um certo Barney para recrutar os dois homens que eram da chamada “classe baixa da sociedade”. A produção improvisou dentro do ônibus a entrevista que, segundo ex-funcionários do SBT e a polícia, foi feita no estacionamento da emissora. Barney acusou a produção e Gugu de serem mentores da fraude para prejudicá-lo. Os envolvidos, inclusive Gugu, foram depor na delegacia por causa dessa fraude. Gugu, sua produção e o SBT foram processados várias vezes (pelos citados apresentadores, pelo vice-prefeito e pela Comissão de Ética Jornalística). O escândalo prejudicou a imagem do SBT, tanto por telespectadores como por anunciantes da emissora. Isso levou também ao declínio do “Domingo Legal” e, consequentemente, elevou a audiência do “Domingão do Faustão” e do recém-lançado “Pânico na TV” da RedeTV!. O processo foi encerrado e não houve condenação de nenhum envolvido, tampouco indiciamento de Gugu Liberato. O programa “Domingo Legal” exibia durante a tarde um quadro chamado “Banheira do Gugu”, que consistia em mulheres com biquínis minúsculos que tentavam impedir homens de sunga de encontrar sabonetes dentro de uma banheira com água. Na época, o "Ministério Público" reclassificou o programa e impediu o quadro de ir ao ar. Gugu Liberato abriu o túmulo de Dercy Gonçalves para investigar se a atriz, morta em  aos cento e um anos, realmente havia sido enterrada de pé. Para isso, Gugu foi com sua equipe ao mausoléu em forma de pirâmide onde Dercy está sepultada. Gugu e a otorrinolaringologista Rose Mirian Souza Di Matteo tiveram um filho, João Augusto Liberato. Rose foi assistente de palco do programa “Viva a Noite” e teve romance com o apresentador, mas optaram por não se casar. No Brasil, viviam em casas separadas. O casal teve ainda outras duas filhas, as gêmeas Sofia e Marina. Gugu era considerado um dos apresentadores mais consagrados da história da televisão brasileira. Gugu sofreu uma queda de cerca de quatro metros do sótão de sua casa nos Estados Unidos enquanto tentava trocar o filtro do seu ar-condicionado. Gugu foi internado em estado grave, sendo diagnosticada a morte encefálica. A morte foi confirmada oficialmente pelo neurocirurgião brasileiro Guilherme Lepski, chamado pela família. O médico confirmou que Gugu Liberato apresentava um quadro irreversível de morte cerebral, depois de avaliar as imagens dos exames. Respeitando o desejo do apresentador, a família autorizou a doação de órgãos que, segundo os médicos, beneficiariam até cinquenta pessoas.