Maria Magdalena Iturrioz y Placencia
(Havana/CUBA, 1920)
(Miami/EUA, 27 de junho de 2001).
Glória Magadan foi uma autora de novelas nascida em Cuba e radicada no Brasil. Após a “Revolução Cubana”, Glória Magadan se refugiou em Porto Rico, onde conseguiu emprego na estação de TV local Telemundo e acabou sendo contratada pela agência publicitária da “Colgate-Palmolive” para desenvolver novelas auxiliada por Olga Ruilópez e patrocinadas pela empresa. Pouco depois, Glória é enviada para trabalhar na Venezuela e em seguida é transferida para o Brasil para produzir novelas. Auxiliada por Walter George Dürst e por Daniel Más, inicia a produção de novelas para a TV Tupi. São desta época tramas como “O Sorriso de Helena”, “Gutierritos, o Drama dos Humildes”, “A Cor de Sua Pele” e “A Outra”. Antes de ser contratada pela TV Globo, Glória Magadan fez ainda a supervisão de texto das novelas “Pecado de Mulher” na TV Excelsior, “Teresa” e “O Cara Suja”, ambas na TV Tupi. Glória Magadan é contratada pela TV Globo do Rio de Janeiro, na qual desenvolve novelas exóticas e superproduções. São de autoria de Glória Magadan as novelas “Paixão de Outono”, “Um Rosto de Mulher”, “Eu Compro Esta Mulher” (remake), “O Sheik de Agadir”, “A Sombra de Rebecca”, “A Rainha Louca”, “Sangue e Areia”, “O Santo Mestiço”, “A Gata de Vison” e “A Última Valsa”. Ainda para a TV Globo, Glória fez a supervisão de texto das novelas “O Rei dos Ciganos”, “Anastácia, a Mulher Sem Destino”, “O Homem Proibido”, “A Grande Mentira”, “Passo dos Ventos”, “Rosa Rebelde”, “A Ponte dos Suspiros” e “A Cabana do Pai Tomás”. Após o fracasso de “Anastácia, a Mulher Sem Destino”, inicialmente escrita por Emiliano Queiroz, mas ainda sob sua supervisão, ela convida a autora Janete Clair, que estava realizando “Paixão Proibida” na TV Tupi para escrever a parte final da trama. Glória acumulava a função de escritora, supervisora e produtora de novelas na TV Globo. Com o acúmulo de funções, pede para que Janete Clair continue trabalhando na emissora, o que abriu caminho para que Janete fizesse sucesso com suas próprias tramas, desbancando as novelas de Magadan. Isso gerou atrito entre as duas autoras. Magadan acusou o diretor Daniel Filho de prestar maior atenção às produções de Janete e isso levou o diretor a pedir demissão da emissora. Magadan também proibia que Janete se comunicasse diretamente com o elenco. A TV estava mudando. Excelsior e Tupi investiam em novos meios para a teledramaturgia. A TV Excelsior, se aproveitando da história do Brasil, realizava novelas como “O Tempo e o Vento” e “A Muralha”. A TV Tupi investia em temas modernos, como em “Beto Rockfeller” e “Nino - O Italianinho”, o Italianinho”, enquanto na TV Globo a ordem era continuar se baseando em clássicos da literatura mundial. A audiência global declinou vertiginosamente e a administração da TV Globo decide dispensar Glória Magadan, depois da fraca audiência de seu trabalho em “A Gata de Vison”, em parte devido ao envolvimento amoroso com o ator Geraldo Del Rey, fato que acabou tendo influência na trama da novela e provocando a saída de Tarcísio Meira, que fazia um dos personagens principais. Era preciso renovar e a Globo apostava no trabalho contemporâneo de Janete Clair. Dispensada pela TV Globo, Magadan consegue retornar para a TV Tupi onde escreve a trama de “E Nós, Aonde Vamos?”, novela em que tentava mudar seu estilo, ao fazer uma trama atual. Após o fracasso de sua passagem pela Tupi, vai morar em Miami, lar de muitos de seus compatriotas exilados. Nos Estados Unidos, continua a carreira como escritora, mas agora como correspondente em jornais e revistas. Magadan chegou a ser procurada pela TV Manchete para escrever uma novela. A autora chegou a entregar uma sinopse chamada “Homens Sem Mulher”, mas as crises constantes na emissora cancelaram o projeto. “E Nós, Aonde Vamos?” acabou, portanto, sendo a última novela de Glória Magadan que não teve divulgada a causa de sua morte.