Glauce Eldé Ilgenfritz Corrêa de Araújo Rocha     

(Campo Grande/MS, 16 de agosto de 1930)             

(São Paulo/SP, 12 de outubro de 1971).  

Glauce Rocha foi uma atriz, diretora, produtora, dramaturga e critica de teatro brasileira. Musa dos brasileiros em sua época. Em função do seu estilo e dos personagens que interpretava no teatro, no cinema e na televisão, Glauce Rocha atravessou duas gerações de criadores. Trabalhou sob a direção dos renovadores Ziembinski, Flamínio Bollini e Adolfo Celi - e se engajou no projeto dos novos encenadores - Ademar Guerra, Antunes Filho, Antônio Abujamra e Fauzi Arap. Com forte consistência intelectual, a profissão de atriz não lhe supre inteiramente, levando-a a desenvolver a direção, a produção, a dramaturgia e a crítica em sua vida artística. Glauce começou a atuar em “Abertura de um Testamento”, texto e direção de José Maria Monteiro. Glauce Rocha fez figuração em uma peça de Alda Garrido, “Madame de Sans Gène” de Victorien Sardou e Émile Moreau dirigida por Esther Leão. Glauce Rocha ingressou no “Teatro Duse” de Paschoal Carlos Magno. Seu desempenho em “João Sem Terra” de Hermilo Borba Filho, lhe valeu uma carta entusiasmada do diretor de teatro Renato Viana, que exaltava seu talento. Glauce Rocha trabalhou no teatro infantil e começou a fazer cinema. Seu primeiro papel de destaque é ao lado de Alda Garrido em “Dona Xepa” de Pedro Bloch. É dirigida por Jaime Costa em “É Agora Suzana” de Ladislau Fodor. Glauce Rocha atua sob a direção de Ziembinski em “Divórcio Para Três” de Victorien Sardou, originalmente montada pelo “Teatro Brasileiro de Comédia”, o “TBC”. Glauce Rocha trabalhou em duas peças de Eugène Ionesco, realizações de Luís de Lima, “A Lição” e “A Cantora Careca”. Seu primeiro prêmio vem com “Moral em Concordata” de Abílio Pereira de Almeida, com direção de Flamínio Bollini. Durante dois anos, Glauce Rocha atuou nos espetáculos do “Teatro Nacional de Comédia” o “TNC” em que protagoniza “A Beata Maria do Egito” de Rachel de Queiroz, “As Três Irmãs” de Anton Tchekhov, com o personagem (Olga) e “Não Consultes Médico” de Machado de Assis, como (Dona Leocádia).  No “Pequeno Teatro de Comédia“ é a protagonista de “Doce Pássaro da Juventude”, de Tennessee Williams, sob direção de Ademar Guerra - pelo qual recebe o prêmio de melhor atriz da “Associação Paulista de Críticos Teatrais” - (APCT) - e em “Plantão 21” de Sidnei Kingsley, direção de Antunes Filho. Glauce Rocha participa de montagens do “Grupo Decisão” com direção de Antônio Abujamra de “Terror e Miséria no III Reich” de Bertolt Brecht e “Electra” de Sófocles. Glauce  foi dirigida por Rubens Corrêa em ”Além do Horizonte” de Eugene O'Neill e “À Margem da Vida” de Tennessee Williams. Para Glauce, o papel mais difícil que viveu foi o de (GH), extraído do romance de Clarice Lispector “A Paixão Segundo GH” no espetáculo “Perto do Coração Selvagem”, primeira direção de Fauzi Arap. Glauce Rocha interpreta a protagonista de “Um Uísque Pra Rei Saul” de César Vieira sob a direção de B. de Paiva, que lhe vale o “Prêmio Molière” de melhor atriz. Glauce Rocha atua em “O Exercício” de Lewis John Carlino, ao lado de Rubens de Falco, conquistando em São Paulo o “Prêmio Governador do Estado”. No cinema, atua em “Aviso aos Navegantes”, “Aventura no Rio”, “Com o Diabo no Corpo”, “Rua Sem Sol”, “Rio 40 Graus”, “O Noivo da Girafa”, “Traficantes do Crime”, “Cabocla”, do inacabado “Helena”, “Um Caso de Polícia”, “Mulheres e Milhões”, “Cinco Vezes Favela”, “Os Cafajestes”, “Quatro Mulheres Para um Herói”, “Sol Sobre a Lama”, do também inacabado “Marafa”, “O Beijo”, “Engraçadinha Depois dos Trinta”, “A Derrota”, “Terra em Transe”, “Jardim da Guerra”, “Na Mira do Assassino”, “Tempo de Violência”, “Incrível, Fantástico, Extraordinário”, “A Navalha na Carne”, “Roberto Carlos e o Diamante Cor-De-Rosa”, “O Dia Marcado”, “Um Homem Sem Importância” e “Cassy Jones, Um Magnífico Sedutor”. Glauce Rocha também fez televisão, sendo o seu mais importante papel na novela “Irmãos Coragem” de Janete Clair na TV Globo com o personagem (Estela).  Glauce Rocha fez também as novelas “Véu de Noiva”, “Rosa Rebelde”, “A Última Valsa”, “Passo dos Ventos”, “A Noiva do Passado”, “Casa de Bonecas”, peça de Henrik Ibsen, pela TV Rio, no programa “Grande Teatro”, “Adeus às Armas”, “Cabocla” e “O Jovem Dr. Ricardo”.  Seu último trabalho na TV foi em “O Hospital” da TV Tupi. Glauce Rocha recebeu o “Prêmio Molière” póstumo, pelo conjunto do trabalho. Glauce Rocha foi casada com os atores Milton Moraes, Jardel Filho e com o psiquiatra Joaquim da Silva Nunes. Glauce Rocha teve morte súbita, através de um infarto fulminante.