Joaquim Antônio Ferreira Neto
(São Paulo/SP, 02 de janeiro de 1938)
(São Paulo/SP, 04 de agosto de 2002).
Ferreira Neto foi um jornalista e apresentador brasileiro com uma experiência como ator de novelas. O início da carreira de Ferreira Neto se deu como repórter no jornal “O Dia” passando também pelo “Correio Paulistano”, “Diário da Noite”, “Diário de São Paulo”, “Jornal do Brasil”, “Folha da Tarde”, entre outros, além das revistas “Manchete” e “Amiga”. Ferreira Neto trabalhou como colunista na “Folha da Tarde”. Ferreira Neto passou por inúmeras emissoras de televisão, onde apresentava um programa de debates. Os programas eram semanais ou diários, conforme a grade das emissoras contratantes e sempre levavam seu nome, “Programa Ferreira Neto”. Ferreira passou pelas TV Record, SBT, TV Bandeirantes, Abril Vídeo, TV Gazeta, Rede Mulher e TV Manchete, mantendo sempre o mesmo formato talk-show. O “Programa Ferreira Netto” no SBT foi o primeiro da televisão brasileira a fazer um debate político com os então dois principais candidatos ao governo paulista da época, Franco Montoro (PMDB) e Reynaldo de Barros (PDS). Quase no final do programa que deixou o SBT na liderança, o dono do canal, Sílvio Santos entrou no estúdio e cumprimentou publicamente Ferreira Neto, chegando a confessar que estava com receio de autorizar a realização do referido debate. Ferreira Neto costumava começar a atração conversando por um telefone vermelho com um suposto amigo, chamado de (Léo). Usando desse estratagema, criticava e comentava as atualidades da política e da economia. Ferreira Neto era um crítico ferrenho do PT e do então presidente José Sarney. Além de trabalhar nas principais redações de TV, também passou pelas rádios Tupi, Jovem Pan e muitas outras. Quando apresentava seu programa na TV Record, Ferreira Neto entrevistou o então candidato a presidência, Fernando Collor ajudando o entrevistado, fazendo gestos fora das câmeras para orientar o entrevistado a melhor se expressar, aumentando ou baixando o tom, acelerando ou desacelerando o ritmo, assim a entrevista passou de neutra para uma peça de publicidade a favor de Collor. Ferreira Neto foi candidato ao Senado pelo PRN, partido do então presidente Fernando Collor, mas não foi eleito, perdendo a disputa para Eduardo Suplicy (PT), mas ficando na frente de nomes de vulto da política nacional, como o ex-governador Franco Montoro (PSDB) e o empresário Guilherme Afif Domingos (PL). Ferreira Neto teve expressivos, para ocasião, 3.806.787 votos. Como era muito comum nos primórdios da televisão, período em que os grandes atores de teatro rejeitavam o veículo que ainda não tinha uma linguagem própria, cantores, jornalistas, atores iniciantes em busca de oportunidades e apresentadores com alguma tarimba na TV se arriscavam fazendo papéis em novelas. Com Ferreira Neto não foi diferente, ele interpretou o político Ademar de Barros na novela “Ceará Contra 007” da TV Record. Ferreira Neto ganhou os prêmios “Roquete Pinto”, “Governador do Estado”, “Troféu Imprensa”, “Associação Paulista dos Críticos de Arte”,” "Troféu Bandeirantes” e “Homem de Visão” na categoria jornalista. Ferreira Neto mantinha uma coluna com notícias de bastidores da televisão que era veiculada em vários jornais do Brasil, como “O Dia”, “Folha da Tarde” de Porto Alegre ou “Jornal da Tarde” de São Paulo. Até pouco antes de seu falecimento Ferreira apresentou seu talk-show na Rede CNT. Não há maiores informações sobre a vida de Ferreira Neto. Ferreira Neto morreu por falência múltipla dos órgãos, após permanecer internado por três semanas.