Carlos Aguiar                            

(Caiubi/SP, 1947)                

(São Paulo/SP, 22 de outubro de 1988).

Carlos Aguiar foi um locutor, produtor e apresentador de TV brasileiro. Carlos Aguiar iniciou a carreira artística como locutor no serviço de alto-falantes da cidade natal. Depois, foi contratado como locutor da “Rádio Clube” de Martinópolis, até ser chamado para trabalhar numa emissora de Presidente Prudente. Carlos Aguiar mudou para São Paulo e começou a trabalhar com o ator Mazzaropi. Em seguida, brilhou na TV e no rádio. No programa “O Rádio Faz História”, o escritor e especialista em mercado da  comunicação, Fernando Morgado contou curiosidades da carreira de Carlos Aguiar e mostrou áudio com uma típica conversa afetuosa com o ouvinte na madrugada da “Rádio Globo” SP. Aguiar foi um dos grandes nomes do início da TV Gazeta. Carlos Aguiar tinha a voz um pouco anasalada e uma alegria contagiante. Carlos Aguiar tinha belas bailarinas Lia, Edna, Zilu, Aline, Ângela, Zeti, Eliane, Rebeca, Leninha e Rosane. Com alegria, Carlos Aguiar entrava no palco com suas frases marcantes “Hey, Hey! Um Passo Para ô... Su-ce-sso!!!” e “Oi, Oi, Oi, Oiêêê... Alô, Alô, Minha Geeeentê!”. Carlos Aguiar, abriu na televisão brasileira não uma porta, mas um portão para a música sertaneja e nordestina. Carlos Aguiar sempre incentivou a música brasileira. Foi o primeiro programa da linha de shows da TV Gazeta, com uma garota-propaganda, Wilma, ex-jogadora de basquete da seleção brasileira. Aos poucos, o ator Kleber Afonso se ausentou da produção, ocupando-se com turnês de suas peças de teatro, e Wilma assumiu a produção do programa. O bom entendimento com Carlos Aguiar, suas boas sugestões, suas opiniões, tudo fez que além da parceria nascesse algo mais forte: Carlos Aguiar e Wilma se casaram e ela passou a usar o nome de Wilma Aguiar. Wilma sugeriu que Carlos Aguiar criasse um quadro destinado à música popular brasileira, que obteve muito sucesso. A TV Gazeta passou por uma grande reformulação na programação. Com isso, o “Show da Viola” se transformou em “Programa Carlos Aguiar”, tendo agora a MPB como enfoque principal. Foi outra sugestão de Wilma, dessa vez à direção da TV Gazeta. As músicas sertaneja e nordestina passaram a aparecer no quadro “Coisas do Nosso Folclore” dentro do programa. Havia ainda os quadros “Só Sucessos”, “Um Passo Para o Sucesso” (grande bordão do apresentador) e “Lançamento” que mostravam, respectivamente, as músicas já consagradas pelo público, as que estavam atingindo o topo das paradas e as lançadas no mercado fonográfico. Além disso, semanalmente um artista consagrado contava fatos pitorescos de sua vida e carreira no quadro “Vida de Artista” - hoje tão copiado pelas grandes redes. A equipe de produção do “Programa Carlos Aguiar” criou o “Troféu Carlos Aguiar”, aos grandes nomes do rádio, TV e música brasileira. Antes ao vivo e devido ao sucesso, o “Programa Carlos Aguiar” passou a ser gravado no “Teatro das Nações” em São Paulo. Isso não tirou a naturalidade e o jeito espontâneo de Carlos Aguiar. O teatro ficava lotado pelas fãs. O programa tinha um júri polêmico formado por Garcia Gambero, Prof. Fernando Jorge, Tony Auad, Arethusa Nogueira, Severino Araújo, entre outros. Durante três anos, no aniversário do programa, as gravações foram realizadas no “Ginásio do Pacaembu”, com público aproximado de dezoito mil pessoas. Carlos Aguiar produziu os programas de Chacrinha, Dercy Gonçalves e Juca Chaves. Estava lá quando a TV Paulista foi comprada e transformada em TV Globo. Quando o programa foi para o horário da tarde, Carlos Aguiar começou a competir com o Sílvio Santos, aos domingos, com duas horas de duração. Nessa época, surgiu no programa o Zé Luiz, que chamavam de “Diabo Loiro”, cantor de sucesso na época. Ele despontou no quadro “Um Passo Para o Sucesso”. Amado Batista também começou no programa. Carlos Aguiar sempre foi um comunicador popular que tocava música sertaneja, música nordestina, que na época ninguém tocava. Quem fazia sucesso era Anastácia, "Trio Nordestino", Dominguinhos, Luiz Gonzaga e só. Os artistas passaram a procurar o programa. Cada vez mais foi melhorando o nível, a ponto de chegar a ter Fábio Jr., Elba Ramalho, Sidney Magal, Chitãozinho & Xororó. Os artistas faziam tudo o que o Carlos queria. Certa vez o cantor Ovelha ficou pelado no palco a pedido do apresentador. Carlos Aguiar deixa saudade em muitos artistas porque ele tinha as portas abertas para todos, sem distinção. Na TV Gazeta, Carlos Aguiar também apresentou o “Telecatch”. Carlos Aguiar sempre amou televisão, ele gostava muito mais do que de rádio. Carlos Aguiar morreu de vítima de insuficiência respiratória.