Antônio Ney Latorraca
(Santos/SP, 25 de julho de 1944)
(Rio de Janeiro/RJ, 26 de dezembro de 2024).
Ney Latorraca foi um ator, humorista, músico, radialista, escritor e encenador brasileiro com atuação em rádio, teatro, cinema e TV. Ney Latorraca era filho do crooner Alfredo Simoney e da corista Tomasa Josephina Pallares (Nena) que se apresentavam em cassinos e teve como padrinho de batismo o ator Grande Otelo, tendo crescido já no meio artístico. DOIS anos após seu nascimento, um decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra fechou os cassinos, fazendo assim com que sua família seu perdesse seu principal meio de sobrevivência. Seus pais Alfredo e Nena não tinham moradia certa. Quando os cassinos foram fechados, a família mudou-se para São Paulo. A mãe resolveu se dedicar ao lar e o pai foi ser funcionário na Rede Record. Depois a família volta para o Rio de Janeiro. Ney Latorraca começou a carreira como radioator com SEIS anos. Ney Latorraca estudou, mas seu amor pela arte já havia despontado. Ney Latorraca gostava de dançar frevo. E quando voltou para Santos, começou a participar de um grupo que animava festas, onde cantava , dançava, apresentava. Ney Latorraca participou da peça “Pluft, o Fantasminha”, dirigida por Serafim Gonzalez. Depois, Latorraca teve sua primeira oportunidade profissional por volta dos VINTE anos de idade, ao ser aprovado para integrar o elenco da peça “Reportagem de Um Tempo Mau” de Plínio Marcos. A peça, no entanto, teve apenas UMA apresentação no “Teatro de Arena”, tendo sido proibida pela “Censura Federal”. Após atuar em TRÊS peças encenadas por um grupo universitário, Ney Latorraca decidiu cursar a “Escola de Arte Dramática - EAD”. Nos TRÊS anos de curso, teve aulas de história do teatro, expressão corporal, mitologia, mímica, esgrima, maquiagem, dicção e interpretação com notáveis professores, como Ziembinski e Antunes Filho, entre outros. Dentre seus colegas de turma estava a atriz e autora Jandira Martini. Durante este período, Ney arranjou empregos paralelos para se manter, trabalhando em uma agência bancária e em uma loja de roupas femininas. Atuou também em diversas peças teatrais. Sua madrinha de formatura foi a atriz Marília Pêra. No teatro, Ney Latorraca fez ainda as peças “Balcão”, “Hair”, “Jesus Cristo Superstar”, “Bodas de Sangue”, “A Mandrágora”, “O Rei Lear”, “O Mistério de Irma Vap”, “O Médico e o Monstro”, “Don Juan”, “Quartett”, “O Martelo”, “3 X Teatro”, “Capitanias Hereditárias”, “A Escola do Escândalo”, “Entredentes”, “As Cadeiras” e ”Vamp - O Musical”. A peça “O Mistério de Irma Vap” estrelada por Ney Latorraca e pelo ator Marco Nanini entrou para o “Guinnes Book” como a peça que ficou mais tempo em cartaz com o mesmo elenco. Foram ONZE anos consecutivos. A peça deu origem ao filme “Irma Vap - O Retorno”. No cinema, Ney Latorraca fez os filmes “Audácia: A Fúria dos Desejos”, “A Noite do Desejo” (Toninho), “Sedução” (Tomasino), “Deixa Amorzinho... Deixa (Dino/Dalma), “Anchieta, José do Brasil” (Anchieta), “O Grande Desbum” (Manoel Igreja), “Uma Estranha História de Amor” (Daniel), “O Beijo no Asfalto” (Arandir), “Das Tripas Coração” (Padre), “Ópera do Malandro” (Tigrão), “Ele, O Boto” (Rufino), “Fábula de La Bella Palomera” (Orestes), “A Mulher do Atirador de Facas” (atirador de facas), “Festa” (ator), “Dente Por Dente” (dentista), “Brevíssimas Histórias da Gente de Santos”, “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil” (Jean-Baptiste Debre), “For All - O Trampolim da Vitória”, “Minha Vida em Suas Mãos” (analista), “Viva Sapato! ”(Claudionor), “O Diabo a Quatro” (Senador Heitor Furtado), “Irma Vap - O Retorno” (Darci/Odete Lopes), “Topografia de um Desnudo” (Manoel), “O Gerente” (Samuel) e “Introdução à Música do Sangue” (Uriel). Ney Latorraca Ingressou na TV fazendo figuração na TV Tupi e participou do seriado “Alô, Doçura”. Na TV Tupi, Ney Latorraca fez ainda a novela “Beto Rockfeller” (Caio), TRÊS capítulos da novela “Super Plá” (Lauro) e a novela “Dom Camilo e os Cabeludos” (Ringo). Na TV Record, Ney Latorraca fez as novelas “Quero Viver” (Jorginho), “Eu e a Moto” (Fernando), “Vidas Marcadas” (Roberto) e “Venha Ver o Sol na Estrada” (Arnaldo). Ney Latorraca teve breve passagem pela TV Cultura, onde trabalhou em um teleteatro, encenando “Yerma” (Juan), ao lado de Joana Fomm. Na TV Globo, Ney Latorraca fez as novelas “Escalada” (Felipe), “O Grito” (Sérgio), “Estúpido Cupido” (Mederiquis), “Sem Lenço, Sem Documento” (Marco), “Dancin´Days” (ele mesmo), “Cabocla” (Tonho), “Chega Mais” (Jonas), “Coração Alado” (Leandro Serrano), “Elas Por Elas” (porteiro de motel), “Eu Prometo” (Albano), “Partido Alto” (Escadinha), “Um Sonho a Mais” (Antônio Carlos Volpone/Anabela Freire/Augusto Melo Sampaio/Dr. Nilo Peixe/André Silva), “Vamp” (Conde Vladimir Polanski/Otavinho Freire), “Zazá” (Silas Vadan), “O Cravo e a Rosa” (Cornélio Valente), “O Beijo do Vampiro” (Nosferatu), “Da Cor do Pecado” (Edu Campos Sodré), “Bang-Bang” (Aquarius Lane), “Negócio da China” (Edmar Silvestre), “Meu Pedacinho de Chão” (Cirilo Batista) e “Novo Mundo” (Sir Edward Millman), os seriados “Malu Mulher” (André), “Plantão de Polícia”, “S.O.S. Emergência” (Dr. Solano), “Tá No Ar: A TV na TV” (Barbosa), o episódio “Os Diferenciados” (Fred Marques) do seriado “A Grande Família”, o episódio “Como Matar um Playboy” da série “Aplauso”, o episódio “O Menino dos Milagres” (Antoninho da Rocha Marmo) da série “Caso Verdade”, o episódio “Madame Sussu” (Jorge) da série “Voce Decide”, o episódio “A Escolha, a Operação e a Outra” (Walmor) da série “Casos e Acasos”, o especial de fim de ano “Faça Sua História” (Pai Creuso), as minisséries “Avenida Paulista” (Sérgio), “Anarquistas, Graças a Deus” (Ernesto Gattai), “Rabo de Saia” (Quequé), “Grande Sertão: Veredas” (Padre Ponte), “Memórias de um Gigolô” (Esmeraldo), “A Casa das Sete Mulheres” (Araújo Ribeiro) e “O Sistema” (Nicolas Katedref), o musical “Saudade Não Tem Idade”, o seriado humorístico “TV Pirata” (vários personagens), o humorístico “Os Trapalhões” (Ney Preguiça), o “Sítio do Picapau Amarelo” (Barão de Mùnchhausen), os telefimes “A Casa do Terror” (Barbarela) e “Alexandre e Outros Heróis” (Alexandre) e o episódio “O Automóvel” (Raul) em “Brava Gente”. Em passagem pelo SBT, Ney Latorraca fez as novelas “Brasileiros e Brasileiras” (Brás Cubas) e “Éramos Seis” (Palhaço Sorriso). Em setembro de 2017, pouco antes da estreia da temporada em São Paulo do musical “Vamp”, Ney Latorraca anunciou que se aposentaria depois daquele trabalho e não mais atuaria na televisão, teatro ou cinema. Em uma entrevista coletiva, para divulgação do musical, Ney Latorraca declarou: "Não quero mostrar minha decrepitude. Quero ficar em casa, descansar, viajar". Porém, ainda viria a atuar na primeira temporada da série de televisão “Cine Holliúdy” (Conde Vlad), na TV Globo. Ney Latorraca teve uma carreira de CINCO décadas. Ney Latorraca foi casado com a atriz Inês Galvão e era casado com o ator e escritor Edi Botelho. Ney Latorraca não teve filhos. Ney Latorraca foi internado para tratar um câncer de próstata e morreu em decorrência de sepse pulmonar.