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ASSIS CHATEAUBRIAND (75 anos)

ID: h2232 Categoria: Diretores Date : Sunday 22nd September 2024 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello 

 

(Umbuzeiro/PB, 04 de outubro de 1892)                                 

(São Paulo/SP, 04 de abril de 1968).

 

Assis Chateaubriand foi um jornalista, escritor, advogado, professor de direito, empresário, político e mecenas brasileiro com atuação em jornal e TV.  Filho de Francisco José Bandeira de Melo e de Maria Carmem Guedes Gondim, Chateaubriand foi batizado Francisco de Assis por ter nascido no dia dedicado ao santo, de quem a mãe era devota. O nome Chateaubriand tem origem na admiração do pai pelo  poeta e pensador francês François-René de Chateaubriand, a ponto de comprar uma escola em meados do século XIX, na região de São João do Cariri, dando-lhe o nome do pensador francês. Logo, Francisco José passou a ser conhecido na região como "seu José do Chateaubriand", que, por corruptela, derivou para "José Chateaubriand". O nome ficou tão vinculado a Francisco José que ele batizou seus filhos com o sobrenome francês.  Assis Chateaubriand se formou pela Faculdade de Direito do Reciffe” e  a estreia no jornalismo aconteceu aos QUINZE anos, na “Gazeta do Norte”, escrevendo para o “Jornal Pequeno” e para o veterano Diario de Pernambuco. Neste, Chateaubriand enfrentou uma situação inusitada: teve que dormir na redação do jornal, chegando a pegar em armas, para se defender da multidão que se empoleirava à frente do jornal em protesto contra a vitória do candidato e proprietário do jornal Francisco de Assis Rosa e Silva . Já no Rio de Janeiro, Chateaubriand colaborou para o “Correio da Manhã”, em cujas páginas publicaria impressões da viagem à Europa que havia realizado. Nessa mesma época, Assis Chateaubriand foi correspondente do “La Nacion”, de Buenos Aires. Assis Chateaubriand assumiu a direção “d'O Jornal” - denominado "órgão líder dos Diários Associados" - e, no mesmo ano, consegue comprá-lo graças a recursos financeiros fornecidos por alguns "barões do café" liderados por Carlos Leôncio de Magalhães,  o “Nhonhô Magalhães” e por Percival Farquhar, de quem Chateaubriand, alegadamente, teria recebido como honorários advocatícios. Chateaubriand substituiu artigos monótonos por reportagens instigantes e deu certo. A partir de então, começou a constituir um império jornalístico, ao qual foi agregando importantes jornais, como o “Diário de Pernambuco”, o jornal diário mais antigo da América Latina e o Jornal do Commercio, o mais antigo do Rio de Janeiro. No ano seguinte, Chateaubriand arrebatou o “Diário da Noite”, de São Paulo. À altura, Assis Chateaubriand já possuía os jornais líderes de mercado das principais capitais brasileiras. A ascensão do império jornalístico de Assis Chateaubriand deve ser entendida no quadro das transformações políticas do Brasil durante as décadas de 1920 e 1930, quando o consenso político oligárquico e fechado da República Velha, centrado em torno da elite agrária de São Paulo, começou a ser contestado por elites burguesas emergentes da periferia do país. Não é coincidência que Assis Chateaubriand tenha apoiado e participado, como soldado, do movimento revolucionário de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. Assis Chateaubriand se destacou como um dos homens públicos mais influentes do Brasil durante DUAS décadas. Chateaubriand foi membro da “Academia Brasileira de Letras”. Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono dos “Diários Associados”, que foi o maior conglomerado de mídia da América Latina, que em seu auge contou com mais de 100 jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica. Chateaubriand também é conhecido como o cocriador e fundador, do “Museu de Arte de São Paulo - MASP”, junto com Pietro Maria Bardi, e ainda como o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, inaugurando a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi. Chateaubriand foi Senador da República. Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand já foi chamado de (Cidadão Kane) brasileiro e acusado de falta de ética por chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos e por insultar com mentiras, empresários como o industrial Francisco Matarazzo Jr.  Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada, porém rentável com o Presidente Getúlio Vargas. Assis Chateaubriand foi inimigo declarado de Rui Barbosa e de Rubem Braga. Apesar disso, Chatô (apelido pelo qual era conhecido) teve relações cordiais e sempre movidas a interesses econômicos com muitas pessoas influentes. Assis Chateaubriand publicou milhares de artigos assinados nos jornais, dando oportunidades a escritores e artistas desconhecidos que depois virariam grandes nomes da literatura, do jornalismo e da pintura, como: Graça Aranha, Millôr Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari e outros. Assis Chateaubriand presidiu a “Federação Nacional da Imprensa - FENAI - FAIBRA”. Com o tempo, Chateaubriand foi dando menos importância aos jornais e focando em novas empreitadas, como o rádio e a televisão. Assis Chateaubriand foi pioneiro na transmissão de televisão brasileira, criando a TV Tupi. Assis Chateaubriand juntamente com Joaquim Pedro Salgado Filho promoveu a Campanha Nacional da Aviação, deu início ao hoje chamado "Museu de Artes Assis Chateaubriand" e foi agraciado com o grau de “Grã-Cruz” da Ordem Militar de Cristo, de Portugal. Assis Chateaubriand já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Luiz Ramalho no filme "Chateaubriand, Cabeça de Paraíba" e por Antônio Calloni em trecho da minissérie "Um Só Coração". O ator Guilherme Fontes adquiriu os direitos de adaptação para o cinema do livro Chatô, o Rei do Brasil de Fernando Morais. O projeto começou a ser produzido, mas foi interrompido por diversas questões econômicas e jurídicas. O filme Chatô, o Rei do Brasil, enfim foi lançado  VINTE anos depois, com o ator Marco Ricca interpretando Assis Chateaubriand. Chateaubriand trabalhou até o final da vida, mesmo depois de adoecer gravemente. Assis Chateaubriand foi casado com Maria Henriqueta Barroso do Amaral, filha do juiz Zózimo Barroso do Amaral, com quem UM filho, Fernando. Além dele, Chateaubriand teve dois filhos: Gilberto e Teresa. Chateaubriand se uniu com a jovem Corita (mãe de Teresa). Chatô sequestrou a própria filha, assumindo a paternidade e, com o apoio de Getúlio Vargas, obteve o pátrio poder. As relações de Chatô, especialmente com os filhos, sempre foram conturbadas e repletas de grandes conflitos e separações radicais. Assis Chateaubriand foi acometido de uma trombose que deixou enormes sequelas e morreu depois de lutar OITO anos contra a doença. 

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