Anselmo Duarte Bento                         

(Salto/SP, 21 de abril de 1920)                       

(São Paulo/SP, 07de novembro de 2009).  

Anselmo Duarte foi um ator, roteirista, produtor, dançarino, diretor e cineasta brasileiro. Seu grande sonho de menino era ter a mesma profissão do irmão Alfredo, ou seja, ser projecionista. Essa experiência foi usada em um dos filmes de Duarte, “O Crime do Zé Bigorna". Na trama, enquanto Charles Chaplin agitava a tela, Lima Duarte e Stênio Garcia a molhavam. Já aos dez anos, Anselmo Duarte iniciou na carreira cinematográfica como molhador de tela. Anselmo Duarte começou no cinema como figurante no inacabado filme de Orson Welles no Brasil, "It's All True". Anselmo foi o maior galã do cinema brasileiro durante duas décadas, estrelando obras na “Cinédia”, na “Atlântida” e na “Vera Cruz”. Seu primeiro trabalho como diretor, “Absolutamente Certo” foi uma comédia que lhe deu fama como ator e estrelada por ele e Dercy Gonçalves. Com "Carnaval no Fogo", produzido na “Atlântida” e dirigido por Watson Macedo ele se tornou um dos maiores galãs que o cinema brasileiro já teve. Anselmo Duarte é contratado pela “Vera Cruz”, ganhando então, o maior salário da empresa. Seu primeiro filme na companhia, como ator, foi "Tico-Tico no Fubá" que obteve grande sucesso. Anselmo Duarte ganhou a “Palma de Ouro” e o “Prêmio Especial do Júri" no “Festival de Cannes” com “O Pagador de Promessas”, filme que também concorreu ao "Oscar" de melhor filme estrangeiro. O jovem diretor venceu concorrentes que pertencem à história cinematográfica, como Luis Buñuel de “O Anjo Exterminador”, Michelangelo Antonioni que concorreu com “O Eclipse” e Robert Bresson indicado por “O Julgamento de Joana d’Arc” Anselmo Duarte dirigiu outro clássico do cinema nacional como “Vereda da Salvação”, filme, estrelado por Raul Cortez, Lélia Ábramo, José Parisi e Maria Isabel de Lizandra, hoje considerado cult. A carreira de Anselmo Duarte, porém, entrou em declínio a partir de divergências ideológicas com a turma do "Cinema Novo". Como ator, um de seus filmes preferidos é “Sinhá Moça” de Tom Payne, no qual ele faz um belo discurso em favor da liberdade. Anselmo Duarte contracena com Eliane Lage. Uma jovem que se apaixona por um advogado e vive grande drama de amor, numa época em que as ideias abolicionistas ganhavam força e eram violentamente combatidas. O filme, produção da “Vera Cruz”, ganhou o "Prêmio Especial do Júri", em Veneza. A atuação de Anselmo Duarte também foi elogiada no papel do compositor (Zequinha de Abreu) em “Tico-Tico no Fubá” ao lado de Tônia Carrero. Dos filmes feitos na “Cinédia”, o destaque é “Pinguinho de Gente”. Na “Atlântida”, Duarte atuou e refez o roteiro de “Carnaval no Fogo”, do diretor Watson Macedo. Anselmo Duarte foi  ator em “Independência ou Morte” e seu último trabalho foi no filme “Brasa Adormecida”, estrelado por Maitê Proença e Edson Celulari. Anselmo fez uma participação especial na novela “Feijão Maravilha”. Anselmo Duarte foi maçom, tendo o seu primeiro grande contato com a maçonaria após participar do filme “Independência ou Morte”. Anselmo Duarte foi casado três vezes. Do primeiro casamento teve dois filhos, Ricardo Duarte e Regina Hooper Duarte, do segundo, com a atriz Ilka Soares, também teve dois filhos, Anselmo Duarte Jr. e Lídia Soares Duarte e o terceiro foi com a pianista Cisa Isaia. Anselmo Duarte lutava contra um câncer na bexiga e morreu devido a complicações decorrentes de um terceiro acidente vascular cerebral.