Eurico Antônio Crispim da Silva
(Melgaço/Vila do Castelo/PORTUGAL, 16 de setembro de 1900)
(Rio de Janeiro/RJ, 06 de novembro de 1973).
Eurico Silva foi um radialista, ator, escritor, diretor, produtor, tradutor, autor, redator, argumentista, dramaturgo e apresentador português radicado no Brasil com atuação em circo, rádio, teatro, cinema, internet e TV. Eurico Silva foi um célebre autor de radionovelas no Brasil, durante na chamada “era do rádio”. Eurico Silva era filho do carpinteiro Francisco Crispim e da lavradeira Maria Teresa Trancoso da Silva, ambos de raízes humildes. Eurico Silva emigrou de Portugal com DEZESSEIS anos de idade para perseguir o sonho de uma vida melhor no Brasil, após receber o convite de um parente que também havia emigrado e era bem sucedido nos negócios, sendo proprietário de três padarias. Aos DEZENOVE anso, já vivendo no Rio mde Janeiro com amigos portugueses, Eurico Silva iniciou a carreira de ator ao estrear na “Companhia Eduardo Pereira” com a peça "O Mártir do Calvário" de Eduardo Garrido no Teatro Carlos Gomes. Nos anos seguintes, Eurico percorreu várias cidades brasileiras com diferentes companhias e peças teatrais, enquanto aprendia a arte do seu ofício e ganhava nome no meio artístico. Nos seus tempos livres, escrevia histórias e peças teatrais, sem no entanto as publicar ou encenar. Só aos TRINTA E DOIS ANOS apresentou a primeira das QUINZE peças que havia escrito até então, "Um Caso de Polícia", estreando assim como dramaturgo na companhia de Procópio Ferreira, notório ator e produtor, filho de pais portugueses e ainda hoje considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro. Com a mesma companhia, percorreu as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, apresentou as peças "Delicadeza" , "Pense Alto","Divorciados", "Um Homem" e "Frederico Segundo" , todas da sua autoria, ao lado dos atores Darcy Cazarré, Abel Pêra, Elza Gomes e Zezé Fonseca e traduziu outras nove obras, a pedido do próprio Procópio Ferreira. No ramo das adaptações, Eurico Silva realizou a tradução de várias peças escritas em francês, italiano e espanhol, muitas vezes em parceria com Djalma Bittencourt, futuro administrador da “Revista de Teatro” da “Sociedade Brasileira de Autores Teatrais”. Os autores que escolhia, geralmente, eram comediógrafos espanhóis ou da América Latina, como Enrique Suarez de Deza, Pedro Muñoz Seca, Pérez Fernández, ou ainda autores ingleses, como Harry Paulton e Oscar Wilde. Eurico Silva fundou e dirigiu a companhia teatral “Cazarré - Elza Delorges”, e continuaou atuando, escrevendo e encenando inúmeras peças. Nos anos seguintes, Eurico Silva iniciou uma nova fase na sua vida: estreou na rádio, atuando como ator e produtor no programa "Teatro em Casa" da “Rádio Nacional” e no cinema, ajudando Luiz de Barros com a adaptação do seu roteiro em "O Samba da Vida" , escrevendo os diálogos dos filmes "Asas do Brasil", "Céu Azul" que contava com a participação de Chianca de Garcia e o argumento de "Não Adianta Chorar" com o comediante Oscarito e o compositor de samba português J. Rui. Eurico Silva foi roteirista do programa "Poemas e Canções", que teve continuação com "Poemas Sonoros", da “Rádio Nacional” e desde então, se tornou produtor responsável por vários programas famosos à época, como "Versos e Melodias", "Paisagens de Portugal", "Casa da Sogra" e "Neguinho e Juraci". Eurico Silva foi ainda autor de radionovelas, como "Boa Noite, Saudade" ou "A Noite do Meu Destino", além de ter traduzido outras, como "O Direito de Nascer" . Eurico Silva estreou na televisão, adaptando a peça de sua autoria "O Grande Marido" para um episódio da série televisiva “Grande Teatro Tupi”, que adaptado para o cinema ganhou o título de "Um Marido Barra-Limpa" filme que marcou a estreia de Ronald Golias (embora o seu lançamento tenha ocorrido somente dez anos depois). Eurico Silva escreveu as novelas "Olhos que Amei" para a Rede Tupi, e "E a Primavera Chegou..." para a TV Rio. No total, Eurico Silva escreveu TRINTA E TRÊS peças de teatro, mais de QUARENTA radionovelas, duas telenovelas, TRÊS filmes, traduziu TRINTA E QUATRO peças estrangeiras, atuou e encenou dezenas de peças, produziu inúmeros programas de rádio e ainda dirigiu alguns filmes. Não há informações sobra vida pessoal e as causas da morte do autor Eurico Silva.