Henrique Foréis Domingues
(Rio de Janeiro/RJ, 09 de fevereiro de 1908)
(Rio de Janeiro/RJ, 22 de dezembro de 1980).
Almirante foi um cantor, compositor, apresentador, escritor, ator, produtor e radialista brasileiro com atuação em música, rádio, teatro, cinema e TV. Seu codinome na “Era de Ouro do Rádio” era "a mais alta patente do rádio". Almirante era filho de Eduardo Foréis Domingues e Maria José Foréis. Pioneiro da música popular no país, Almirante começou sua carreira musical no grupo amador "Flor do Tempo" formado por alunos do “Colégio Batista”, do bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Compunham o grupo, além de Almirante (cantor e pandeirista) os violonistas Braguinha (João de Barro), Alvinho e Henrique Brito. Convidados a gravar um disco na “Parlophon” (subsidiária da “Odeon”) admitem mais um violonista, do bairro vizinho de Vila Isabel, um jovem talento chamado Noel Rosa. O grupo então é rebatizado para “Bando de Tangarás”, nome inspirado numa lenda do litoral paranaense, a "dança dos tangarás" que conta a história de um grupo de pássaros (os tangarás) que se reúne para dançar e cantar alegremente. O "bando" se desfez, mas Almirante continuou sua carreira como cantor, interpretando sambas e músicas de carnaval, muitas de grande sucesso e hoje clássicos da música popular brasileira, como "O Orvalho Vem Caindo" (Noel Rosa/Kid Pepe), "Yes, Nós Temos Bananas" e "Touradas em Madri" (Braguinha/Alberto Ribeiro), entre outras. Autor de uma das mais famosas músicas carnavalescas, "Na Pavuna", Almirante possuía enorme biblioteca e discoteca sobre música brasileira. Almirante se tornou o primeiro biógrafo do “Poeta da Vila”, ao produzir para a “Rádio Tupi” do Rio de Janeiro a série de programas semanais No Tempo de Noel Rosa, com histórias, depoimentos e interpretações de suas músicas, muitas delas inéditas. Almirante publicou em capítulos, “A Vida de Noel Rosa” na “Revista da Semana”. Os maiores sucessos de Almirante, são “Eu Vou Pra Vila”, “Já Não Posso Mais”, ”O Orvalho Vem Caindo”, “Deixa a Lua Sossegada”, ”Pensei Que Pudesse Te Amar”, ”Vida Marvada”, “Apanhei um Resfriado”, “Não Sei Dizer Adeus”, ”Marchinha do Poeta”, ”Vivo Cantando”, ”Hino do Carnaval Brasileiro”, ”Minha Fantasia”, ”Tarzan”, ”Minha Fantasia”, ”Qual Será o Score, Meu Bem?”, ”Amor Em Excesso”, ”Menina Oxigenê” e muitas outras. Além de sua relação com o samba, Almirante também se tornou famoso em todo o Brasil por criar e apresentar o programa "Incrível, Fantástico, Extraordinário" na “Rádio Tupi”, que mais tarde iria se tornar filme, programa de televisão, revista em quadrinhos e livro. Almirante recebia cartas dos ouvintes da Tupi contando histórias misteriosas que teriam acontecido com eles, e no programa estas narrativas eram interpretadas pelos atores e músicos da rádio. O programa atravessou duas décadas de e durante muitos anos ainda existiam novas versões do mesmo. Durante todo o tempo em que se manteve ativo, Almirante cuidou de formar o arquivo de música popular adquirido pelo “Museu da Imagem e do Som”, do Rio de Janeiro. No cinema, Almirante fez a voz do (Espelho Mágico) e do (Anão Mestre) no filme de animação “Branca de Neve e os Sete Anões” e o filme “No Tempo de Noel Rosa” (radialista). Almirante era casado com Ilka Braga Foréis com quem teve uma filha, Alice Maria Tereza. Não há informações sobre os motivos da morte de Almirante.