Torquato Pereira de Araújo Neto
(Teresina/PI, 09 de novembro de 1944)
(Rio de Janeiro/RJ, 10 de novembro de 1972).
Torquato Neto foi um poeta brasileiro, jornalista, letrista de música popular, experimentador ligado à contracultura com atuação em rádio, música, jornalismo impresso e TV. Torquato Neto era o único filho do defensor público Heli da Rocha Nunes e da professora primária Maria Salomé da Cunha Araújo. De Teresina, Torquato se mudou para Salvador aos DEZESSEIS anos para os estudos secundários, onde foi contemporâneo de Gilberto Gil no “Colégio Nossa Senhora da Vitória” e trabalhou como assistente no filme “Barravento” de Gláuber Rocha. Torquato se envolveu ativamente na cena soteropolitana, onde conheceu, além de Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Torquato se mudou para o Rio de Janeiro onde foi estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Torquato Neto trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no “Correio da Manhã”, “Jornal dos Sports” e “Última Hora”. Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a “Tropicália”, o cinema marginal e a poesia concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Waly Salomão, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário “Tropicalismo Para Principiantes”, no qual defendeu a necessidade de criar um pop genuinamente brasileiro. Torquato também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista. Com o “AI-5” e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano, Torquato viajou pela Europa e Estados Unidos com a mulher, Ana Maria Silva de Araújo Duarte (com quem teve um filho, Thiago) e morou em Londres por um breve período. De volta ao Brasil, no início, Torquato começou a se isolar, se sentindo alienado pelo “Regime Militar”. Torquato passou por uma série de internações para tratar do alcoolismo e rompeu diversas amizades. Torquato se matou um dia depois de completar VINTE E OITO anos de idade. Depois de voltar de uma festa, se trancou no banheiro e abriu o gás e isso levou muita gente a pensar que Torquato foi morto pelo regime militar. Sua mulher dormia em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela empregada da família (Maria das Graças, que mais tarde adotou o nome de Gal), sugerido pela própria Gal Costa, sua homônima e freqüentadora assídua da casa de Torquato.