Ary Evangelista Barroso
(Ubá/MG, 07 de novembro de 1903)
(Rio de Janeiro/RJ, 09 de fevereiro de 1964).
Ary Barroso foi um compositor, musisicista, letrista, autor, radioator, radialista, locutor, apresentador, diretor e produtor brasileiro com atuação em música, rádio, teatro, cinema e TV. Ary Barroso era filho do deputado estadual e promotor público João Evangelista Barroso e Angelina de Resende. Aos SEIS anos, órfão de pai e mãe, Ary foi criado pela avó materna, Gabriela Augusta de Resende e aprendeu piano, solfejo e teoria com a tia Ritinha. Com DOZE anos, Ary já trabalhava como pianista auxiliar no “Cinema Ideal”, em sua cidade natal. Aos TREZE trabalhou como caixeiro da loja "A Brasileira" e aos QUINZE fez a primeira composição, o cateretê "De Longe". Com o falecimento do tio Sabino Barroso, ex-ministro da Fazenda, Ary Barroso recebeu uma herança de QUARENTA contos (milhões de reis) e se mudou para o Rio de Janeiro para estudar Direito, permanecendo sob a tutela do Dr. Carlos Peixoto. Ary Barroso era formado em Direito e foi vereador do Rio de Janeiro/RJ. A faculdade foi importante na consolidação da veia artística, esportiva e política. Quando calouro, Ary Barroso foi colega de Luís Galotti (jurista, dirigente esportivo e posteriormente ministro do STF), João Lira Filho (jurista e professor), Gastão Soares de Moura Filho (dirigente esportivo), João Martins de Oliveira, Nonato Cruz, Odilon Azevedo (ator), Taques Horta e Anésio Frota Aguiar (jurista, político e escritor). Adepto da boemia, Ary é reprovado na faculdade, abandonando os estudos no segundo ano. Suas economias exauriram e Ary conseguiu emprego como pianista no “Cinema Íris”, no Largo da Carioca e, mais tarde, na sala de espera do “Teatro Carlos Gomes” com a orquestra do maestro Sebastião Cirino. Ary Barroso tocou em muitas outras orquestras. Ary Barroso retoma os estudos de Direito, sem deixar a atividade de pianista. Dois anos depois é contratado pela orquestra do maestro J. Spina, de São Paulo, para uma temporada em Santos e Poços de Caldas. Nessa época, Ary resolve se dedicar à composição e faz "Amor de Mulato", "Cachorro Quente" e "Oh! Nina", em parceria com Lamartine Babo, seu contemporâneo na faculdade de Direito. Ary Barroso finalmente obtêm o bacharelado em “Ciências Jurídicas e Sociais”. Seu colega de faculdade e grande incentivador, Mário Reis, grava "Vou a Penha" e "Vamos Deixar de Intimidades", que se tornou o primeiro sucesso popular. Com a marchinha "Dá Nela", Ary Barroso foi o vencedor do “Grande Concurso de Música Popular", para escolha de canções carnavalescas, promovido pela “Casa Edison” e pelo jornal “Correio da Manhã”. O prêmio: cinco contos de réis. Ary Barroso escreveu as primeiras composições para o teatro musicado carioca. “Aquarela do Brasil” teve a primeira audição na voz de Aracy Côrtes e regravada diversas vezes no Brasil e no exterior. Ary Barroso recebeu o diploma da “Academia de Ciências e Arte Cinematográfica de Hollywood” pela trilha sonora do longa-metragem “Você Já Foi à Bahia?” de Walt Disney. Ary Barroso manteve durante vários anos o programa “A Hora do Calouro”, na “Rádio Cruzeiro do Sul” do Rio de Janeiro, no qual revelou e incentivou novos talentos musicais. Ary Barroso trabalhou como locutor esportivo (proporcionando momentos inusitados ao sair para comemorar os gols do seu time, o “CR Flamengo”), iniciando na profissão quando substituiu o locutor oficial da “Rádio Cruzeiro do Sul”, que se ausentou do microfone por problemas de saúde. Autor de centenas de composições em estilos variados, como choro, xote, marcha, foxtrote e samba, Ary Barroso foi o compositor de “No Tabuleiro da Baiana” e “Na Baixa do Sapateiro”, “Os Quindins de Yayá”, “Boneca de Piche” e “Rio de Janeiro”, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor canção original do filme “Brasil”. Ary Barroso também compôs vários dos sucessos consagrados por Carmen Miranda no cinema. Ao compor “Aquarela do Brasil”, Ary Barroso inaugurou o gênero samba-exaltação. No teatro, Ary Barroso esteve nas peças “Me Deixa, Yoyô” (Autoria Musical), “Malandragem” (Autoria e Direção Musical), “Segura Esta Mulher!” (Autoria e Produção), “Quem Vem Lá?” (Autoria), “Garçon” (Atuação), “Da Guitarra ao Violão” (Atuação), “Tudo é Brasil” (Autoria), “Pro Catete Vou a Pé” (Direção Musical), “Sapato de Pobre é Tamanco” (Autoria) e “ Quem Inventou o Carnaval?” (Atuação, Autoria, Direção e Produção), “Quem Inventou a Mulata?” (Autoria e Direção Musical), “Ary Barroso 1960” (Produção), “É Xique-Xique no Pixoxó” (Direção Musical), “Os Quindins de Yayá” (Produção), “Rio, Capital Samba” (Produção) e “Soraia, Posto 2” (Autoria Musical), além do “Show Teatro Lírico” (Autoria, Direção e Produção) no México. Na TV, Ary Barroso foi apresentador dos programas “Calouros do Ary” Na TV Tupi do Rio, “Calouros em Desfile” na TV Paulista, “Rio, Gosto de Você” e “Rio Alegre” na TV Rio. No centenário do compositor Ary Barroso, a Rede “STV SESC SENAC” foi a única a produzir um documentário especial, de SESSENTA minutos, intitulado "O Brasil Brasileiro de Ary Barroso", com depoimentos de Sérgio Cabral (biógrafo), Dalila Luciano, Carminha Mascarenhas, Carmélia Alves, Roberto Luna e a filha de Ary Barroso, Mariúza. A direção foi de Dimas Oliveira Junior e produção de “WeDo Comunicação”. Ary Barroso era casado com Ivone Belfort de Arantes com qjuem teve dois filhos, Mariuza e o jornalista Flávio Rubens (falecido em 2009). Ary Barroso morreu vitamado por cirrose hepática.