Mauro Borja Lopes
(Pitangui/MG, 15 de novembro de 1925)
(Rio de Janeiro/RJ, 18 de novembro de 2004).
Borjalo foi um desenhista e cartunista brasileiro, conhecido por suas personagens de traços simples, desenhados sem boca e, na maior parte das vezes, sem diálogo e diretor de TV brasileiro com atuação em jornal, agências de publicidade e TV. Filho do engenheiro Manoel Antônio e Helena Navarro. Seu pai era era um homem realmente superdotado, beirando a genialidade e Borjalo nasceu criativo. A carreira de Borjalo começou em Belo Horizonte, no jornal “Folha de Minas”. Logo ele passaria para “O Diário de Minas” e de lá para o Rio de Janeiro, onde foi colaborador das revistas “A Cigarra”, “Manchete”, “O Cruzeiro” e “O Cruzeiro Internacional”. Seus cartuns mais marcantes foram os que traziam mensagens ecológicas, assunto pouco abordado na ocasião. Borjalo ficou conhecido fora do Brasil ao ser incluído entre os sete maiores caricaturistas do mundo no “Congresso Internacional de Humorismo” na Itália, e passou a ter trabalhos publicados no exterior, em veículos como “The New York Times” e “Paris Match”. Pouco depois, Borjalo foi apontado como um dos cinco maiores do mundo por outro mestre do desenho, o romeno naturalizado norte-americano Saul Steinberg. Borjalo passou a trabalhar em televisão, integrando-se à equipe de Fernando Barbosa Lima na “Esquire”, agência de comunicação que realizava programas para as principais emissoras do país, como as TV Rio, TV Excelsior, TV Tupi, TV Itacolomi, entre outras. Mais tarde, Borjalo deixou a “Esquire” e foi para a TV Globo, convidado pelo então diretor-geral da emissora, Walter Clark. Na Globo, Borjalo trabalhou TRINTA E SEIS anos, primeiro como diretor de programas, depois diretor de criação, diretor-geral da “Central Globo de Produção” e, finalmente, diretor de controle de qualidade. Borjalo foi um dos principais parceiros do executivo de produção e programação José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, na implantação do chamado padrão Globo de qualidade. Além de atuar na direção de televisão, Borjalo nunca deixou de desenhar. Mas adaptou seus desenhos à linguagem da TV. Borjalo ilustrava os programas que dirigia com caricaturas de olhos e boca móveis, para dar a impressão de que falavam. Atores e/ou locutores dublavam os bonecos. Os primeiros bonecos falantes (como o próprio Borjalo os apelidou) apareceram no “Jornal de Vanguarda” da TV Excelsior e o mais famoso deles foi a (zebrinha) da TV Globo, criada para divulgar os resultados da loteria esportiva e presença importante no “Fantástico”. Com a chegada dos recursos da computação gráfica, Borjalo criou alguns cartuns-eletrônicos para as vinhetas de intervalo da Globo, os famosos plim-plins. Borjalo também participou, por muitos anos, dos "Debates Populares" do radialista Haroldo de Andrade, na “Rádio Globo AM” do Rio de Janeiro. Borjalo e Haroldo foram grandes amigos. Borjalo foi casado com Cristina com quem teve dois filhos e três netos e com a autora e roteirista de novelas Marilu Saldanha, com quem teve dois filhos, a atriz Helena e o radialista Gustavo e dois netos. Borjalo morreu em decorrência de um câncer na boca.