José Dias Nunes
(Monte Azul/MG, 13 de dezembro de 1934)
(São Paulo/SP, 15 de outubro de 1993).
Tião Carreiro foi um cantor e instrumentista brasileiro de música sertaneja de raiz com atuação em música, rádio, teatro e TV. Tião Carreiro influenciou muitas duplas com o seu estilo. Tião Carreiro foi o precursor do "Pagode", ritmo que ousou criar com base na viola e em seu ponteado. As letras de seu pagode contemplam a magia da vida na roça e na labuta caipira. Seu primeiro pagode foi a música “Pagode em Brasília”, feita em homenagem ao então presidente Juscelino Kubitschek. Tião Carreiro trabalhava como garçom no restaurante do “Hotel do Manoel Padeiro”, onde, nas horas vagas, cantava músicas populares e sambas da época. Aos domingos, participava do programa “Assim Canta o Sertão”, da rádio transmissora de Valparaíso/SP. Tião Carreiro formou dupla com o primo Valdomiro e se apresentavam no “Circo Giglio”, com os nomes de “Zezinho e Lenço Verde”. Tião Carreiro formou outras duplas: “Palmeirinha e Coqueirinho”, “Palmeirinha e Tietezinho” e “Zé Mineiro e Tietezinho”. O proprietário do circo onde Tião Carreiro tocava na época disse a ele que uma dupla tinha que tocar viola e ele tocava violão. No mesmo ano, na cidade de Araçatuba interior de SP, se apresentaram Tonico e Tinoco, a dupla “Coração do Brasil”. Enquanto Tinoco descansava no hotel antes do show, Tião Carreiro pegou a viola deixada pela dupla “Coração do Brasil” no circo, decorou a afinação e começou a se aperfeiçoar naquele instrumento que marcara sua infância que o faria imortal. Logo em seguida, Tião Carreiro ganhou uma violinha de presente, pintada à mão pelo pintor Romeu de Araçatuba. A partir daí, inspirando-se num dos melhores violeiros da época, Florêncio, da dupla “Raul Torres & Florêncio”, Tião Carreiro foi seguindo em frente, trilhando seu caminho. Tião Carreiro conheceu Pardinho, seu principal companheiro, no circo “Rapa Rapa”, na cidade de Pirajuí, interior de SP. Pardinho era ajudante braçal e cantava nas horas de folga. Passaram a cantar juntos com os nomes de Zé Mineiro e Pardinho. Dois anos depois, a convite de Carreirinho, a dupla se mudou para São Paulo. Tião Carreiro era casado com Nair Avanço Dias com quem teve uma única filha, Alex Marli Dias, hoje viúva de Gilberto Rodrigues da Silva e mãe de Renan Rodrigues da Silva, o único neto de Tião Carreiro. A família foi pega de surpresa, quando Tião anunciou o problema, apenas alguns dias antes de seu transplante de rim. Tião Carreiro também tinha complicações da diabetes. Tião Carreiro morreu em virtude de complicações das doenças.