Alziro Abraão Elias David Zarur
(Rio de Janeiro/RJ, 25 de dezembro de 1914)
(Rio de Janeiro/RJ, 21 de outubro de 1979).
Alziro Zarur foi um jornalista, radialista, poeta, escritor, político locutor, ator, repórter, apresentador, diretor e produtor brasileiro com atuação em rádio e TV. Alziro Zarur foi o fundador e primeiro presidente da “Legião da Boa Vontade”. Filho de imigrantes árabes. Ássima e Elias Zarur, Alziro Zarur foi aluno brilhante do “Colégio Dom Pedro II” e já nesse tempo demonstrava seu pendor para o jornalismo e para a liderança. Depois de escrever em todos os órgãos do colégio, fundou o próprio jornal, “O Atalaia” e foi chamado para dirigir o órgão oficial, “Boletim do Colégio Pedro II”. Aos quinze anos, Alziro Zarur ingressou como jornalista profissional no matutino “A Pátria” de João do Rio, sob a direção de Diniz Júnior. Alziro Zarur escrevia sobre o rádio carioca no jornal “A Nota” de sua cidade natal e foi reporter da “Revista de Teatro Comédia” de Bricio de Abreu. Dono de uma voz tocante, Alziro Zarur participou da chamada "Era de Ouro" do rádio brasileiro. Zarur criou os programas “Enciclopédia Literária”, “Você Não Tem Consciência!”, “Gatinhos e Sinucas”, “Teatro de Gente Nova”, “Policial Zarur e As Aventuras de Sherlock Holmes”. Transcrevendo a obra de Arthur Conan Doyle para a linguagem radiofônica, Zarur lançou o programa policial educativo no país, encerrando todas as produções com a sentença: "O Bem Nunca Será Vencido pelo Mal". Tendo sido criado por sua avó no catolicismo romano e frequentado diversos círculos religiosos, tais como templos protestantes, centros espíritas, sociedades positivistas, etc, Zarur se afastou dos círculos sociais durante um ano, vivenciando um exílio espiritual para planejar, em pormenores, a obra que viria a fundar. Assim, Alziro Zarur , criou o programa “A Hora da Boa Vontade” na “Rádio Globo”. O programa, de forte cunho religioso, se destinava principalmente aos doentes do corpo e da alma. Obteve índices estrondosos de audiência, mas foi muito criticado por pessoas do meio radiofônico, que viam a iniciativa de Alziro ora como um mero modismo, ora como fanatismo, ou ainda como maneira de se projetar para futuros empreendimentos políticos. Em janeiro de 1950, Alziro Zarur fundou a “Legião da Boa Vontade”, com o objetivo de promover o diálogo inter-religioso e contribuir para o desenvolvimento solidário por meio de ações nas áreas social, educacional, cultural e filosófica. Com o estabelecimento da “LBV”, Zarur iniciou a “Cruzada de Religiões Irmanadas”, em prol da união das crenças, na busca pela paz. Teve adesão de diversos padres, pastores, líderes espíritas e lideranças de outros segmentos doutrinários. No entanto, oito anos depois abandonou o projeto dessa cruzada alegando o despreparo das autoridades religiosas para o ecumenismo. Porém, sua preocupação em respeitar as diferentes religiões foi reconhecida pelo Vaticano. Zarur recebeu do núncio apostólico Dom Sebastião Baggio, por serviços prestados à causa do Ecumenismo, a medalha do Papa Paulo VI. Pelas ondas da “Rádio Mundial”, controlada por ele mesmo, Alziro Zarur motivou por todo o Brasil a formação de grupos particulares que promoviam ações beneficentes em nome da “LBV”.Alziro Zarur concedeu entrevistas em todas as emissoras de TV da época. Realizou programas culturais, dentro da série “O Povo Quer Saber” e “O Show é Zarur”, respondendo sobre os mais variados assuntos, com auditórios lotados. Alziro Zarur dava grande ênfase ao mandamento de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos Outros Como Eu Vos Amei”. Na “Rádio Mundial”, Alziro Zarur divulgou toda a Bíblia, de meia em meia hora, durante as vinte e quatro horas do dia, fato único em todo o mundo. No ano em que o Rio de Janeiro comemorava quatrocentos anos de sua fundação, Alziro Zarur foi homenageado com o título de "Radialista do IV Centenário". Zarur recebeu também, com mais nove descendentes de sírios e libaneses, a condecoração da “Liga dos Estados Árabes - LEA”, das mãos de seu ministro plenipotenciário. Atendendo ao pedido dos senadores Petrônio Portella e Nelson Carneiro, Alziro Zarur analisou a “Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino”, sugerindo que ela fosse complementada por uma “Lei de Diretrizes e Bases para a Educação”, baseada em valores morais e princípios espirituais. Sócio remido da “Associação Brasileira de Imprensa - ABI” e da “Associação Brasileira de Radiodifusão - ABR” e um dos pioneiros do “Sindicato dos Jornalistas”, Alziro Zarur criou a “Associação Brasileira de Cronistas Radiofânicos - ABCR”. Também lançou, em outubro de 1975, os fundamentos da “Academia Brasileira de Escritores de Televisão, Rádio e Imprensa - ABERTI”. Alziro Zarur fundou uma espécie de partido político, o “PBV - Partido da Boa Vontade” - que, no entanto, nunca chegou a funcionar como verdadeiro partido. O partido, segundo Zarur, nasceu para atender a uma exigência espiritual do povo brasileiro. Zarur pretendia se lançar à presidência, mas o “PBV” foi cassado, por força do artigo dezoito do “Ato Institucional” número dois, juntamente com vários outros partidos. Alziro Zarur também fundou a “Agência Paz Promoções”, que passou a ser responsável pelos lançamentos literários da “LBV”. Alziro Zarur se sagrou campeão mundial de permanência no ar, com a impressionante marca de trinta e três mil audições. Outros progras de rádio feitos por Alziro Zarur foram o “Programa Radiatro Sherlock” (Sherlock Holmes, além de direção e produção) da “Rádio Mayrink Veiga” e a radionovela “O Mistério do Galã” (autoria) e o programa “Vozes Que Encantam” (narrador) da “Rádio Nacional”. Alziro Zarur era casado com a portuguesa Iracy de Abreu com quem teve dois filhos, Paulo e Pedro. Alziro Zarur morreu em sua residência, de ataque cardíaco.