José Eugênio Soares
(Rio de Janeiro/RJ, 16 de janeiro de 1938)
(São Paulo/SP, 05 de agosto de 2022).
Jô Soares foi um humorista, apresentador, entrevistador, roteirista, produtor, autor, compositor, escritor, dramaturgo, diretor, ator e músico brasileiro com atuação em música, literatura, teatro, cinema e TV. Jô Soares foi o único filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Pereira Leal Soares. Pelo lado materno, Jô Soares foi bisneto do conselheiro Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que, no Brasil Imperial, foi governador do Estado do Espírito Santo. Por parte de seu pai, foi sobrinho-bisneto de Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba. Jô queria ser diplomata quando criança e estudou no “Colégio de São Bento do Rio de Janeiro”, no “Colégio São José de Petrópolis” e em Lausana, na Suíça, no “Lycée Jaccard”, com este objetivo. Porém, percebeu que o seu senso de humor apurado e a criatividade inata apontavam para outra direção. Detentor de um talento versátil, além de atuar, dirigir, escrever roteiros, livros e peças de teatro, Jô Soares foi apreciador de jazz e chegou a apresentar um programa de rádio na extinta “Jornal do Brasil AM”, no Rio de Janeiro, além de uma experiência na também extinta “Antena 1” do Rio de Janeiro. Em teatro, Jô Soares atuou nas peças “Passeio Sob o Arco-Íris”, “Rinocerontes”, “Oscar”, “A Compadecida”, “O Casamento do Sr. Mississipi” (Atuação, Tradução, Adaptação e Direção), “Soraia, Posto 2” (Direção), “A Criação do Mundo Segundo Ary Toledo” (Roteiro), “Os Trinta Milhões do Americano” (Atuação, Tradução, Adaptação e Direção), “A Última Virgem” (Direção), “Romeu e Julieta” (Tradução, Direção e Direção Musical), “Todos Amam Um Homem Gordo”, “As Garotas da Banda” (Autoria), “Ame Um Gordo Antes Que Acabe” (Atuação, Autoria, Roteiro e Produção), “A Tuba” (Direção), “O Deus Nos Acuda” (Direção), “O Repouso da Guerreira” (Direção), “Oh Carol!” (Direção), “A Feira do Adultério” (Atuação, Autoria Texto Original, Roteiro, Direção e Produção), “O Estranho Casal” (Adaptação, Direção e Produção), “Tudo no Escuro” (Atuação, Tradução, Adaptação, Direção e Produção), “A História é Uma História” (Direção e Produção), “Viva o Gordo e Abaixo o Regime” (Atuação, Autoria, Figurino, Direção e Produção), “Brasil: Da Censura à Abertura” (Autoria, Direção e Produção), “A Feira do Adultério ou Como Cobiçar a Mulher do Próximo” (Autoria), “Hey Miss Brazil!” (ensaio - Direção, Roteiro e Produção) que teve o lançamento suspenso, “Um Gordo em Concerto” (Atuação, Autoria, Roteiro, Direção e Produção), “Frankensteins” (Direção), “Às Favas com os Escrúpulos” (Direção), “A Cabra ou Quem é Sylvia?” (Tradução, Adaptação e Direção), “O Eclipse” (Direção), “O Libertino” (Adaptação e Direção), “Atreva-Se” (Direção), “Tróilo e Créssida” (Tradução, Adaptação e Direção), “Histeria” (Tradução, Adaptação e Direção), “A Noite de Dezesseis de Janeiro” (Tradução e Direção) e “À Meia Luz: Gaslight” (Direção). No cinema, Jô Soares esteve nos filmes “Rei do Movimento” (Jornaleiro), “De Pernas Pro Ar” (Jorginho),“Pé na Tábua” (Felício), “Aí Vêm os Cadetes” (Nélson), ““O Homem do Sputnik” (Espião Americano), “Tudo Legal” (Euclides), “Vai Que é Mole” (Bolinha), “Arquivos do Crime”, “Pluft, o Fantasminha” (Tio Gerúndio), “Hitler IIIº Mundo” (Alex), “Papai Trapalhão” (Tio Abelardo), “A Mulher de Todos” (Doktor Plirtz), “Agnaldo, Perigo à Vista” (Apresentador), “Nenê Bandalho” (Narrador), “Amante Muito Louca” (Geléia), “O Pai do Povo” (El Magnífico Contreras/Cardinal/Silvestrina, além da Autoria, Roteiro, Direção e Produção), “Tangarela, a Tanga de Cristal” (Erasmo), “Loucuras, o Bumbum de Ouro”, “Cidade Oculta” (Riperti), “Sábado” (Homem na Casa das Máquinas), “O Xangô de Baker Street” (Desembargador Coelho Bastos, além da Autoria Texto Original), “Joana e Marcelo, Amor (Quase) Perfeito” (Ele mesmo), “Fantástico 30 Anos - Humor” (Ele mesmo), “A Dona da História” (Ele mesmo), “As Aventuras de Agamenon, o Repórter” (Ele mesmo) e “Giovanni Improtta” (Presidente do Clube), além dos documentários “Person” (Ele mesmo) “Cassandra Rios: A Safo de Perdizes” (Ele mesmo) “VIPs: Histórias Reais de Um Mentiroso” (Ele mesmo) e “Rogéria, Senhor Astolfo Barroso Pinto” (Ele mesmo). Jô Soares gravou dois LPs “Norminha” pela “Som Livre”, atuando como cantor e “A B... e Outras Estórias”, um álbum de piadas da gravadora “K-Tel”, atuando como narrador e contador de piadas e dois CDs, “Quinteto Onze e Meia” da gravadora “CID Entertainment” e “Jô Soares e O Sexteto: Ao Vivo no Tom Brasil” pela gravadora “Globo/Columbia”, atuando, em ambos, como cantor. Jô Soares foi um requisitado garoto-propaganda em comercias de TV, tendo feito campanhas para as marcas “Geladeira WestingHouse”, “Tostines”, “Steinnhagen Drink”, “Utensílios Ultralar”, “Atlântica Seguros”, “Sofás Lafer”, “Móveis Lafer”, “Capitão UltraLar”, “Cinto de Segurança Ultralar” (Pit-Bola), “Capitão Ultralar - Natal", “Produtos Walita”, “Lavadora Bendix”, “Produtos Walita”, “Banco Mercantil Fundo - Finasa”, “Vinheta Fim da Ano 1979”, “Pneus Pirelli”, “Varig Boeing 747”, “Caçamba El Paso Chevrolet”, “Molho de Tomate Pomarola”, “Tintas Suvinil”, “Aparelhos Philips”, “Plano Unicor SBT”, “Brastemp”, “Cerveja Antarctica”, “Rum Bacardi”, “Brahma - Copa do Mundo”, “Brahma Chopp”, “Telesp Celular”, “Automóvel Scort XR3 Ford”, “Listão OESP”, “Hipermercado Big”, “Companhia das Letras - Livro As Esganadas de Jô Soares”, “Hipermercado Big” e “Wall Mart”. Como escritor, Jô Soares assinou colunas semanais em grande jornais no Rio de Janeiro e em São Paulo e teve, também durante anos, uma coluna semanal na revista “Veja” e prefaciou alguns livros. Jô Soares escreveu o capítulos “Os Dilemas do Fantasma e do Capitão América” do livro “Shazam!” de Álvaro de Moya e é autor dos livros “O Astronauta Sem Regime”, “Humor Nos Tempos do Collor”, “A Copa Que Ninguém Viu e a Que Não Queremos Lembrar”, “O Xangô de Baker Street”, “O Homem que Matou Getúlio Vargas”, “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”, “As Esganadas”, “O Livro De Jô - Uma Autobiografia Desautorizada - Vol. 1” e “O Livro De Jô - Uma Autobiografia Desautorizada - Vol. 2”. Na TV, Jô Soares além do Brasil, trabalhou em Portugal e na França. Em Portugal, Jô Soares fez o programa “Eu Show Nico” (Pirata) na RTP1, “Acontece”, “Pop Up” e “Só Visto!” pela RTP, “Elas em Marte” e “Herman” pela SIC e “Fama Show” pela STV. Na França, Jô Soares fez os programas “Et Si On S’ Amusait Un Peu” e “Les Recettes des Best Sellers” na Bouillon de Culture TV Francesa, “Double Jê” e “La Grande Librairie” pela TV francesa. No Brasil, Jô Soares trabalhou na TV Record, na TV Rio, na TV Paulista, na TV Tupi, na TV Globo, no SBT e na TV Cultura e nos canais fechados Fox Sports, GNT e Globoplay. A estréia de Jô Soares foi na TV Record, interpretando um alemão que confundia as palavras o que poderia lhe causar constrangimento em famoso quadro do programa de humor “Praça da Alegria” que passou por TV Record, TV Rio, TV Paulista, onde o humorista foi do elenco fixo por mais de uma década. Depois, na TV Rio, Jô Soares esteve nos programas “Noite de Gala”, nos episódios “Pânico” (atuação e roteiro) e “Vestido de Baile” (atuação e roteiro) da série “TV Mistério” e nios humorísticos “Rio Alegre”, “Rio Num Te Guento” e “Milhões de Napoleões”. Na TV Tupi, Jô Soares fez o episódio “Quinteto da Morte” da série “Teatro de Equipe”. Nas indas e vindas para a TV Record, Jô Soares fez os programas “La Revue Chic”, “Tim-Tim Por Tam-Tam”, “Horário Nóbre...ga”, protagonizou a novela humorística de grande sucesso “Ceará Contra 007” (Jaime Blonde) com a qual também colaborou com o roteiro, foi o apresentador do programa “Quadra de Ases” e deu vida ao atrapalhado e descompensado mordomo (Gordon) em “A Família Trapo”, enorme sucesso de anos, que contou no elenco com Otello Zeloni, Renata Fronzi e Ronald Golias, entre outros, além do humorístico “Você é o Detetive” e “Jô Show” do qual era o apresentador. Quando se transferiu para a TV Globo, Jô Soares participou intensamente da programação da emissora carioca, estando em”Noite de Gala”, “Quadra de Setes” (apresentador), “Riso, Sinal Aberto”, “TV 0, TV 1”, “Alô Brasil, Aquele Abraço”, “Balança, Mas Não Cai”, “Faça Humor, Não Faça Guerra” (atuação, autoria e roteiro), programa apresentado em meio à Guerra Fria e ao conflito no Vietnã que brincava com o slogan hippie “Make Love, don´t make war” ou seja “Faça Humor, Não Faça Guerra”. Jô Soares participou ainda dos programas “Elis Especial”, “Show da Girafa”, “Uau, a Companhia”, dos episódios “Era Uma Vez um Fantasma” e “O Inspetor Geral” da série “Comédia Especial”, de “O Descobrimento do Brasil” quadro do especial Raul Solnado, do programa “Globo Gente” (Apresentador e Entrevistador), “Satiricom”, “Chico City” no especial de fim de Ano, voltou a fazer o personagem alemão de “A Praça da Alegria”, “Planeta dos Homens” (atuação, autoria e roteiro), do especial de fim de ano do cantor Roberto Carlos, “Chico Total”, “Chico Anysio Show” e o primeiro programa solo dele na emissora “Viva o Gordo”, o especial “Plunct, Plact, Zuuum” (Mestre Cuca/Rei) em participação especial, “Jornal da Globo” (comentarista), dois especiais de Fim de Ano com o “Viva o Gordo” e outro especial do cantor Roberto Carlos. Jô Soares se transfderiu para o SBT, onde fez o humorístico "Veja o Gordo” (apresentação, atuação, autoria e roteiro) e estréia seu talk-show “Jô Soares Onze e Meia” (apresentador, entrevistador, autoria e roteiro) onde permanece onze anos. Jô Soares volta para a TV Globo e perticipa do episódio “No Natal a Gente Vem te Mudar” (Papai Noel) da série de humor “Saí de Baixo” e realiza seu talk-show agora com o nome de “Programa do Jô” (apresentador, entrevistador, autoria e roteiro) que ficou DEZESSEIS anos no ar. Jô Soares participou ainda como convidado e entrevistado dos programas “Remix em Pessoa”, “Estrelas”, “TV Xuxa”, “Fantástico”, “Especial Vem Aí”, “Altas Horas”, “Esquenta!”, “Domingão do Faustão”, “Na Moral” (Especial 50 Anos), “Adnight Show” e “Conversa com Bial”. Quando deixou a TV Globo, Jô Soares passou a dar entrevistas e/ou fazer participações especiais em programas de outras emissoras. Jô Soares foi comentarista esportivo da “Copa do Mundo” em 2018, no programa “Debate Final” da Fox Sports, participa na GNT do programa “Papo de Segunda” é entrevistado do “Programa do Porchat” na TV Record, faz os episódios “Humor Regional”, “Jô Soares e o Humor de Bordão”, “Os Limites do Humor” na série “Viver do Riso” da Globoplay e é entrevistado por Marcelo Tás no programa “Provoca” da TV Cultura. Culto, inteligente, antenado e com prestígio, Jô Soares além de criar mais de DUZENTOS inesquecíveis personagens de humor como o (Zé da Galera), (Lelé), (Capitão Gay), (Reizinho) e (Bo Franceneide), entre tantos outros, criar bordões que caíram em cheio na boca do povo como, por exemplo, “Muy Amigo”, “Tem Pai que é Cego”, “Bocão”, “Eu Acreditei”, “Vai Pra Casa Padilha”, “Me Tira o Tubo”, Sois Rei, Sois Rei”, Jô Soares também abriu espaço para muita gente de talento ingressar na carreira, ajudos os artistas a divulgarem seus trabalhos, dava novas oportunidades a velhos humoristas quase esquecidos e trouxe centenas de desconhecidos com histórias interessantes. Jô Soares falava, com diferentes níveis de fluência, cinco idiomas: português, inglês, francês, italiano e espanhol, além de ter bons conhecimentos de alemão. Jô traduziu um álbum de histórias em quadrinhos de( Barbarella), criação do francês Jean-Claude Forest. Jô Soares era católico e devoto de Santa Rita de Cássia. Jô Soares foi casado com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem teve um filho, Rafael Soares que tinha transtornos do espectro autista (TEA). com atriz Sylvia Bandeira e com a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras. Jô Soares namorou a atriz Cláudia Raia e com a atriz Mika Lins. Em 31 de outubro de 2014, morreu seu único filho, Rafael Soares. Em 3 de novembro, dedicou o programa ao filho. Jô Soares era sobrinho de Togo Renan Soares, conhecido como "Kanela", ex-treinador da “Seleção Brasileira de Basquetebol”. Jô Soares reprisou um programa em que entrevistou Lolita Rodrigues, Nair Bello e a apresentadora Hebe Camargo, com quem declarou ter vivido intensas alegrias Jô Soares admitiu sofrer de “Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC”. (Em sua casa, os quadros precisavam estar tombados levemente para a direita). Jô Soares estava internado tratar uma pneumonia e morreu dias depois sem que a causa de sua morte fosse divulgada.