Milena
(Juazeiro/BA, 05 de novembro de 1942)
(São Paulo/SP, 01 de junho de 2020).
Milena era uma cantora brasileira com atuação em música, rádio, teatro e TV. A gravadora “Odeon” decidiu apostar em Milena como cantora de samba quando a maior estrela da companhia fonográfica no gênero, Clara Nunes cogitou migrar para a gravadora concorrente “Philips”. Só que Clara acabou ficando na “Odeon” e, com a permanência da cantora mais popular do elenco, a gravadora pouco ou nada investiu em “Sorriso Aberto”, o primeiro álbum de Milena. Esse fato seria determinante para a descontinuidade da carreira fonográfica de Milena. Milena estreou em disco pela gravadora “Continental” com um compacto com versões de duas músicas estrangeiras. Sete anos depois, a cantora entrou na “Odeon” pelas mãos do produtor musical Moacyr Machado (então diretor de marketing da companhia), após lançar dois compactos pela “Chantecler”, voltados para o samba. A entrada da artista na “Odeon” seria a grande chance de Milena, cantora projetada no programa “Mercado Internacional do Talento - MIT”, comandado pelo apresentador Flávio Cavalcanti na TV Tupi. Sem receber a devida atenção na gravadora, Milena saiu da “Odeon” após compacto editado sem repercussão. Milena foi apadrinhada pelo cantor e compositor maranhense João do Vale, com o qual correu o Brasil em show itinerante promovido pela “Funarte”. Esse show legitimou a cantora a lançar, quarenta e dois anos mais tarde, o sexto e último álbum da carreira, “João do Vale – Muita Gente Desconhece”. Recuperado recentemente em fita, o show de Milena com João do Vale vai dar origem a um disco póstumo da cantora, a ser editado pelo mesmo selo “Discobertas” que em 2020, lançou a coletânea “Anos 70”, com gravações inéditas da artista. A compilação “Anos 70” foi arquitetada por Thiago Marques Luiz, produtor que trouxe Milena de volta ao mercado fonográfico com a gravação de faixa em disco em tributo ao compositor Paulinho da Viola. Na ocasião, Milena estava afastada do mercado há vinte e um anos, mais precisamente desde a edição do terceiro álbum, “O Gosto do Amor”, produzido por José Milton e lançado pela gravadora “3M” em 1987. Oito anos antes, em 1979, a cantora tinha lançado o álbum Milena pela “CBS” com músicas de Dona Ivone Lara, João Bosco e Luiz Gonzaga no repertório arranjado pela violonista Rosinha de Valença. Sem gravar disco na década de 1990, a cantora somente conseguiu lançar em 2012 o quarto álbum, “Por Onde Passa a Memória”, ao qual se seguiu dois anos depois o tributo “100 Anos de Aracy de Almeida” - ambos já gravados por Milena com a chancela do produtor Thiago Marques Luiz, de quem a artista era amiga e em cujos braços Milena morreu, ainda a ser descoberta por seguidores da MPB. Milena morreu vítima de parada cardíaca em decorrencia da fibrose pulmonar contra a qual lutava há anos.