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ARIANO SUASSUNA (87 anos)

ID: h1449 Categoria: Autores Date : Wednesday 26th May 2021 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Ariano Vilar Suassuna                    

 

(Parahyba do Norte/PB, 16 de junho de 1927)   

(Recife/PE, 23 de julho de 2014).

 

Ariano Suassuna foi um dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, autor, escritor, jornalista, diretor, ator, produtor e, pesquisador, folclorista, teatrólogo, palestrante, professor, professor de interpretação  e advogado brasileiro com atuação em teatro, cinema e TV.  Ariano nasceu em Parahyba do Norte, atual João Pessoa, filho de Rita de Cássia Dantas Villar e João Suassuna. Seu pai era então o “Presidente do Estado da Paraíba” (nome hoje dado aos Governadores de Estado). Ariano nasceu nas dependências do Palácio da Redenção“, sede do Executivo paraibano. No ano seguinte, o pai deixou o governo da Paraíba e a família passou então a morar no sertão, na “Fazenda Acauã” em Sousa. Com a “Revolução de 1930”, João Suassuna foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família se mudou para Taperoá, onde morou cerca de cinco anos. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos (tipo de fantoche típico do nordeste brasileiro, especialmente do estado de Pernambuco) e a um desafio de viola, cujo caráter de "improvisação" seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral. O próprio Ariano Suassuna reconhecia que o assassinato de seu pai ocupava posição marcante em sua inquietação criadora. No discurso de posse na “Academia Brasileira de Letras”, disse: Posso dizer que, como escritor, eu sou, de certa forma, aquele mesmo menino que, perdendo o pai assassinado no dia 9 de outubro de 1930, passou o resto da vida tentando protestar contra sua morte através do que faço e do que escrevo, oferecendo-lhe esta precária compensação e, ao mesmo tempo, buscando recuperar sua imagem, através da lembrança, dos depoimentos dos outros, das palavras que o pai deixou”. O assassinato de João Suassuna ocorreu como desdobramento da comoção posterior ao assassinato de João Pessoa, governador da Paraíba e candidato a Vice-Presidente do Brasil na chapa de Getúlio Vargas. Ariano Suassuna atribuía “à família Pessoa” a encomenda do assassinato de seu pai, contratando o pistoleiro Miguel Laves de Souza, que atirou na vítima pelas costas, no Rio de Janeiro. Em razão disso, não concordava com a alteração do nome da cidade onde nasceu, de "Cidade da Parahyba" para "João Pessoa", em homenagem ao governador assassinado. A partir de 1942, Ariano passou a viver em Recife, onde terminou os estudos secundários no “Ginásio Pernambucano”, no Colégio Americano Batistae no “Colégio Osvaldo Cruz”. Ariano Suassuna ingressou na Faculdade de Direito do Recife”, onde se formou em “Ciências Jurídicas e Sociais”. Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente quando o seu poema "Noturno" foi publicado em destaque no “Jornal do Commerciodo Recife. Na Faculdade de Direito do Recife”, Ariano conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o “Teatro do Estudante de Pernambuco”. Ariano escreveu sua primeira peça, “Uma Mulher Vestida de Sol”. Sua peça “Cantam as Harpas de Sião” (ou “O Desertor de Princesa”) foi montada pelo “Teatro do Estudante de Pernambuco”, em seguida “Os Homens de Barro”. Seguiram-se “Auto de João da Cruz” que recebeu o “Prêmio Martins Pena”. Suassuna volta a Taperoá, para se curar de uma doença pulmonar e lá escreve e monta a peça “Torturas de um Coração”. Ariano Suassuna retorna a Recife onde se dedica à advocacia e ao teatro. Ariano Suassuna escreve “O Castigo da Soberba”, depois vieram “O Rico Avarento” e o aclamado “Auto da Compadecida” que o projetou em todo o país. O crítico teatral Sábato Magaldi disse que a peça “Auto da Compadecida” era "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". O “Auto da Compadecida”, sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema. Depois vieram “O Santo e a Porca”, “O Casamento Suspeitoso”,  “O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna”  e “A Pena e a Lei”, premiada dez anos depois no “Festival Latino-Americano de Teatro”. Ariano Suassuna funda o “Teatro Popular do Nordeste”, também com Hermilo Borba Filho, onde montou as peças “Farsa da Boa Preguiça” e “A Caseira e a Catarina”.  Ariano Suassuna interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para se dedicar-se às aulas de “Estética” na Universidade Federal de Pernambuco.  Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência “A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira”. Ariano Suassuna se aposentou como professor na “Universidade Federal de Pernambuca”. De formação calvinista e posteriormente agnóstico, Suassuna se converteu ao catolicismo, por influência de sua esposa Zélia, com quem se casou em 1957. Segundo o próprio Ariano Suassuna, estas três vertentes influenciariam sua obra de forma significativa. Membro fundador do “Conselho Federal de Cultura”, nomeado diretor do “Departamento de Extensão Cultural da UFPE  pelo Reitor Murilo Guimarães. Ligado diretamente à cultura, Ariano Suassuna foi o idealizador do “Movimento Armorial” que teve como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões.  Ariano Suassuna convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse se juntar ao movimento (lançado no Recife com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina - do Barroco ao Armorial”  com uma exposição de gravura, pintura e escultura).  Ariano Suassuna foi “Secretário de Educação e Cultura” do Recife e “Secretário de Cultura” do Estado de Pernambuco no Governo Miguel Arraes. Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no “Romance d’A Pedra do Reino”, um santuário ao ar livre, constituído de DEZESSEIS esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.  Em dezembro de 2017, foi publicada sua obra inédita e póstuma “A Ilumiara - Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores”. A organização do trabalho foi feita por sua família, reunindo os escritos que Suassuna levou seus últimos trinta anos de vida para escrever. A obra é dividida em dois volumes, “O Jumento Sedutor” e “O Palhaço Tetrafônico” e é considerada pela crítica seu "testamento literário", tendo sido finalizada pouco antes de sua morte.  O próprio Suassuna considerava a obra como "o livro da sua vida" e o dedicou em entrevista à revista “Veja” nove dias antes de sua morte, aos políticos Miguel Arraes, Luiz Inácio Lula da Silva e Eduardo Campos. Ariano Suassuna era torcedor do Sport Club do Recife. O clube o homenageou, dando o nome de Taça Ariano Suassuna a um torneio amistoso internacional de futebol que promove anualmente desde 2015, durante a sua pré-temporada.  Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano, da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida foi o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo. Com o apoio da “ABL”, a “Trinca Filmes” produziu um documentário intitulado “O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna”, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar. A partir de “O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, a TV Globo produziu a minissérie A Pedra do Reino, com direção e roteiro de Luiz Fernando Carvalho em homenagem aos oitenta anos do autor. As obras de Suassuna já foram traduzidas para o inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.  Ariano Suassuna recebeu a hnonraria de “Doutor Honoris Causa” pelas Universidade Federal do Rio Grande do Norte”, “Universidade Federal da Paraíba”, “Universidade Federal Rural de Pernambuco”, “Universidade de Passo Fundo” e Universidade Federal do Ceará”. Quando Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, foi reeleito presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro - PSB”, Ariano foi eleito presidente de honra do partido. Na oportunidade, declarou que era um contador de história e que encerraria sua vida política neste cargo.  Durante o mandato de Eduardo Campos no Governo de Pernambuco, Ariano Suassuna foi seu assessor especial. Ariano Suassuna assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira. Ariano Suassuna foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras”, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense. De 1990 até a sua morte, Ariano Suassuna ocupou a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras”, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o “Barão de Santo Ângelo”. Ariano Suassuna foi sucedido por Zuenir Ventura. Ariano Suassuna era casado com Zélia de Andrade Lima com quem teve seis filhos, Joaquim, Maria das Neves, Manuel Dantas, Isabel, Mariana e Ana. Dois dias antes de morrer, Ariano deu entrada no hospital após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e passou por procedimento cirúrgico com a colocação de dois drenos para controlar a pressão intracraniana. Ariano Suassuna ficou em coma e respirando com ajuda de aparelhos. Ariano morreu vítima de uma parada cardíaca.

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