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RIACHÃO (98 anos)

ID: h1431 Categoria: Cantores/Músicos Date : Thursday 25th March 2021 9:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Clementino Rodrigues      

 

(Salvador/BA, 14 de novembro de 1921)    

(Salvador/BA, 30 de março de 2020).

 

Riachão foi cantor, compositor, autor, letrista brasileiro com atuação em música, rádio, teatro, cinema e TV. Riachão foi um dos mais reconhecidos sambistas do Brasil, ao lado de Nélson Sargento, Dona Ivone Lara e mais alguns outros da velha guarda. Por se inspirar em episódios extravagantes da capital baiana (como a exposição de uma baleia na praça da Sé), ele passou a ser chamado de “cronista musical”. Aos nove anos já cantava nas serenatas, nos aniversários ou nas batucadas com os amigos do bairro onde nasceu - Garcia. Batucava em latas de água onde tamborilava seus sambas. A primeira composição veio aos doze anos, um samba sem título que dizia: "Eu sei que sou moleque, eu sei, conheço o meu proceder/ Deixe o dia raiar que a minha turma, ela é boa para batucar". O apelido Riachão ganhou ainda na infância. "Quando menino gostava muito de brigar. Mal acabava uma peleja, já estava disputando outra. E aí chegavam os mais velhos para apartar, empregando aquele ditado popular, ”você é algum riachão que não se possa atravessar". Expoente da era de ouro do rádio baiano seus sambas irreverentes, tais como "Retrato da Bahia" e "Bochechuda e Papuda", o tornaram ganhador do "Troféu Gonzaga”. Riachão é apresentado ao público nacional por seu grande admirador o produtor de TV, Fernando Faro, que o convidou para se apresentar no programa “MPB Especial” da TV Cultura, juntamente com outros dois músicos da Bahia, Batatinha e Ederaldo Gentil. Riachão trabalhou também como ator, atuando em alguns filmes, entre eles "A Grande Feira", “Otalia de Bahia” “J.S. Brown, o Último Heroi”, “Samba Riachão, "Os Pastores da Noite", baseado na obra do amigo Jorge Amado, além de ter feito a composição “Va Morar Com o Diabo” para o documentário em homenagem à Cássia Eller. Riachão fez participação especial no seriado "Pastores da Noite", da Rede Globo de Televisão, baseado no filme. Na TV, Riachão fez ainda “Central da Periferia” e “O Milagre de Santa Luzia”, além de ter aparecido cantando em diversos programas. No teatro, sempre como cantor fez o musical “Show do Bloco Clube do Samba”, “Show Riachão” no SESC Belenzinho e “Show em Homenagem a Riachão” no SESC Pompéia, esses dois últimos em São Paulo. Riachão prestou depoimento na série "Depoimentos para a Posteridade", do “MIS - Museu da Imagem e do Som” do Rio de Janeiro. Riachão teve várias das suas músicas interpretadas por cantores nacionais, uma das mais conhecidas foi "Vá Morar Com o Diabo", cantada por Cássia Eller. Também é de sua autoria a famosa música "Cada Macaco no Seu Galho" escolhida por Caetano Veloso e Gilberto Gil para marcar seus retornos ao Brasil depois de exílio político durante o regime militar no Brasil e que gravaram posteriormente. Apesar de ter o talento reconhecido pela crítica e por grandes artistas da MPB, Riachão não conseguia se inserir no mercado. Só para se ter uma ideia, seu álbum Sonho de Malandro, onde predominam os sambas da malandragem, que é também a marca registrada da sua obra, mesclando metais, acordeom, flauta, coro de pastoras e até um regional de choro foi pouco divulgado, e vendeu pouco. Riachão teve um samba proibido pela censura. A letra da música “Barriga Vazia” falava da fome: “Eu, de fome, vou morrer primeiro/você, de barriga, também vai morrer um dia”. A notícia da censura correu a cidade e, num show no “ICBA”, a plateia universitária frequentadora contumaz do espaço cultural, localizado em um bairro de elite em Salvador, exigiu que Riachão a cantasse. O álbum Humanenochum”, lançado pelo selo “Caravelas” e indicado ao “Grammy Latino”, representou um ponto de inflexão no reconhecimento nacional de sua obra. Ainda na ativa, com mais de noventa anos, Riachão lançou o CD “Mundão de Ouro” em colaboração com a cantora Vânia Abreu, gravado num estúdio de São Paulo, contando com quinze faixas, sendo treze inéditas e incluindo os sucessos de sempre "Vá Morar com o Diabo" e "Cada Macaco no Seu Galho”. Riachão morreu de causas naturais devido à senilidade.

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