Maria José Gonzaga                     

(Manhuaçu/MG, 03 de setembro de 1926)                     

(Rio de Janeiro/RJ, 24 de julho de 2008).

Zezé Gonzaga foi uma cantora, atriz, radialista, locutora e apresentadora brasileira com atuação em música, rádio, cinema e TV. Segundo a referência do livro de Ronaldo Conde Aguiar, Zezé Gonzaga fez sua primeira apresentação aos dezesseis anos, cantando a valsa “Neusa”, de Antônio Caldas, pai do futuro grande cantor Silvio Caldas. Mas quem tinha gravado antes essa música foi Orlando Silva, outro grande cantor da época. Zezé Gonzaga cantou no programa de Ary Barroso e recebeu nota máxima, cantando “Sempre no Meu Coração”, mas já cantava em família desde os treze anos. Criada no meio musical, mãe flautista, Sra. Oraide e o pai, o luthier (pessoa que constroe instrumentos musicais) Rodolpho.  Convidada por Victor Costa, Zezé Gonzaga foi contratada pela “Rádio Nacional” e além de cantora solo integrou também diversos conjuntos vocais, como “As Moreninhas do Ritmo”, “Os Cantores do Céu” e “Vocalistas Moderrnas” entre outros. Zezé chegou a ser a cantora mais tocada da “Nacional” e se tornou uma das mais famosas intérpretes da era do rádio. Zezé Gonzaga gravou um disco e estreou em LP no elogiado "Zezé Gonzaga", lançado pela “Columbia”. Dona de uma bela voz soprano, Zezé sempre flertou com a música clássica. Zezé Gonzaga chegou a estudar canto lírico, mas não seguiu carreira porque o mercado era muito pequeno. Além do canto, Zezé estudou piano e leitura musical. Mas Zezé deu suas escapadinhas de vez em quando, algumas vezes, para cantar sambas, ela baixava o tom da voz, para dar às músicas um caráter mais popular. Na “Rádio Nacional”, Zezé era a preferida do maestro Radamés Gnatalli, de quem virava-e-mexia cantava temas eruditos, juntamente com obras de Villa-Lobos. Zezé Gonzaga recebeu então convite pra cantar no programa “Escada de Jacó” de Zé Bacurau. Zezé Gonzaga participou cantando do filme “Chico Fumaça”. Aos quarenta e cinco anos de idade, desanimada com os rumos que tomava sua carreira, atrelada ao comercialismo da gravadora “Columbia” (atual “Sony Music”), Zezé decidiu se aposentar. Passou três anos trabalhando numa creche em Curitiba, Paraná. Hermínio Bello de Carvalho, velho fã da época do rádio, reapareceu com uma proposta irrecusável, voltar ao Rio para gravar um LP. Mas não um LP qualquer e sim um de canções do velho amigo Valzinho, acompanhadas pelo sexteto de Radamés.  Foi um dos melhores discos daquele ano, com as honras de ter revelado ao grande público a arte de Valzinho, que morreria meses depois e de ter provado que Zezé Gonzaga ainda era a mesma. Desde então, Zezé Gonzaga não parou mais. Zezé fez shows, recitais, viagens. Discos, mesmo, só em participações especiais. Até que Hermínio voltou a ser seu anjo da guarda. Produziu o excelente CD "Clássicas", em que Zezé canta em dupla com Jane Duboc. Zezé Gonzaga fez apresentaçôes com o grupo “Cantoras do Rádio”, ao lado de Nora Ney, Rosita Gonzales, Violeta Cavalcanti e Ellen de Lima. Gravaram dois CDs.  A oportunidade de gravar o primeiro CD solo surgiu quando a cantora mineira fez uma série de apresentações no “Paço Imperial”, no Rio de Janeiro. Em uma delas estava a cantora Olivia Hime, dona da gravadora “Biscoito Fino”. O convite para gravar foi imediato. Assim, nasceu "Sou Apenas Uma Senhora Que Ainda Canta", unindo canções do passado a novas composições, num repertório magnífico, esplendorosamente interpretado. Zezé Gonzaga tinha uma filha de criação chamada Penha que faleceu em 1999. A coleção Zezé Gonzaga foi doada à “Fundação Museu da Imagem e do Som”. O acervo é composto de discos, fitas, livros, vídeos, documentos textuais e objetos tridimensionais, tais como troféus e placas. Zezé Gonzaga participou do projeto “Depoimentos para a Posteridade” do “MIS”. Zezé Gonzaga passou seus últimos anos de vida sem gravar ou fazer apresentações. Zezé Gonzaga morreu de falência múltipla dos órgãos.