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LUPICÍNIO RODRIGUES (58 anos)

ID: h1287 Categoria: Cantores/Músicos Date : Tuesday 9th February 2021 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Lupicínio Rodrigues                             

 

(Porto Alegre/RS, 16 de setembro de 1914)                  

(Porto Alegre/RS, 27 de agosto de 1974).

 

Lupicínio Rodrigues foi um cantor e compositor brasileiro com atuação em música, rádio, teatro e TV. Lupi, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. Lupicínio Rodrigues foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, Lupicínio buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos. Lupicínio Rodrigues trabalhou como bedel da “Faculdade de Direito da UFRGS”. Nunca saiu de Porto Alegre, apenas por alguns meses para conhecer o ambiente musical carioca. Boêmio, Lupicínio Rodrigues foi proprietário de diversos bares, churrascarias e restaurantes com música. Torcedor do Grêmio”, Lupicínio Rodrigues compôs o hino tricolor. Seu retrato está na “Galeria dos Gremistas Imortais”, no salão nobre do clube. Lupi, o Musical: Uma Vida em Estado de Paixão”, de autoria e direção de Artur José Pint, contou sua história. Apesar de boêmio Lupicínio Rodrigues tinha um lado caseiro muito grande. Ele só era boêmio de segunda a sexta, no fim de semana gostava de reuniar a família, fazer churrasco e cozinhar para os amigos. Mais tarde, comprou um sítio onde cfriou porcos, patos e galinhas. Lupicínio adorava essa vida. Quando ia para a noite Lupicínio tinha carta de alforria da mulher até as quatro horas da manhã. Se chegasse mais tarde, a casa caia. Então ele chegava em casa rigorasamente no horário estipulado, tomava uma sopinha e ia deitar. Perto do meio dia acordava e ia cozinhar. Almoçava, tirava uma sesta e pelas quinze horas começava o ritual. Vestia o melhor terno e saia. O melhor amigo de Lupi era o Orlando, um cara conhecido como Johnson. Eram corda e caçamba. O Johnson era boxeador, teve até grande destaque em Porto Alegre. E o cara era um doce de pessoa: chegou a apanhar de um amigo em comum deles, e apanhou quieto, porque sabia que era muito mais forte que o outro. O Johnson era um dos maiores intérpretes das composições do Lupicínio, cantava na noite. Era um grande amigo, tanto que as pessoas contam que, no enterro do Lupi, o Johnson não conseguia aceitar que ele estava morto, perdeu totalmente a noção da realidade, a referência. Lupicínio Rodrigues foi quase ao ostracismo, sofreu muito com a invasão da “Jovem Guarda”, do rock, da “Tropicália” e da “Bossa Nova”. O gênero em que ele compunha ficou em segundo plano, principalmente em Porto Alegre. Uma vez, ele encontrou Caetano Veloso num bar em Porto Alegre. Caetano saiu de um show todo maquiado e a gauchada ficou com o pé um pouco atrás. Baiano, de batom, não foi bem recebido. Mas Lupi o acolheu, eles ficaram uma madrugada inteira conversando. Caetano gravou Felicidade. Foi um marco, porque depois ele começou a ser gravado por Bethânia, Gal, Jamelão, Elza Soares, Elis Regina. Lupicínio Rodrigues acabou voltando. Nervos de Aço, Cadeira Vazia e Se Acaso Você Chegassesão grandes sucessos. A cada experiência amorosa, ele fazia música para sublimar a dor. Lupicínio Rodrigues costumava ir ao restaurante de um português. Certo dia, o garçom se recusou a atendê-lo, informou que o dono não queria mais receber negros. Lupicínio protestou, chamou a polícia e citou a “lei Afonso Arinos” (assinada por Getúlio Vargas que proíbe a discriminação racial no Brasil), que tinha sido aprovada havia pouco. Isso foi interessante, porque era quase inédito um negro protestar dessa maneira, como também era muito difícil que um delegado acatasse a queixa. O dono do restaurante foi citado judicialmente, respondeu processo. E a vingança do Lupi foi ir a outro restaurante do mesmo dono, para ser servido por ele. Lupicínio Rodrigues deixou cerca de uma centena e meia de canções editadas, outras centenas que compôs foram perdidas, esquecidas ou estão à espera de quem as resgate. A Câmara Municipal de Porto Alegre concedeu o título in memoriam de “Cidadão Emérito de Porto Alegre” a Lupicínio Rodrigues. Lupicínio casou com Cerenita, que foi sua vizinha quando ele morou em Santa Maria. Na época, era uma menina de três anos com seus cachinhos dourados. Com ele teve um menino lourinho de olhos azuis, Lupicínio Rodrigues Filho. Lupicínio já havia casado com Juraci, quando ela estava prestes a morrer, para legalizar a situação de sua filha Teresa, mais tarde adotada por Cerenita.  Quando morreu, Lupicínio Rodrigues estava no auge de novo e não há informações sobre as causas de sua morte.

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