Luiz Jacinto Silva
(Caruaru/PE, 22 de setembro de 1929)
(Belém/PA, 14 de março de 1970).
Luiz Jacinto Silva foi um humorista, cantor e radioator brasileiro com atuação em rádio, teatro, cinema e TV. Durante longo tempo interpretou a personagem Coronel Ludugero, criação de Luiz Queiroga, passando a confundir-se com o próprio personagem. Luiz Jacinto foi escoteiro aos dez anos e estudou no “Colégio de Caruaru” (hoje “Colégio Diocesano”), onde concluiu o curso ginasial. Luiz Jacinto começou a trabalhar ajudando o pai a fazer selas de cavalo, mas não seguiu a profissão. Com doze anos, Luiz Jacinto foi trabalhar numa padaria entregando pão e, em seguida, foi ajudante de pedreiro. Com dezesseis anos foi para os correios entregar telegramas. Nessa época, Luiz Jacinto serviu em São Bento do Una e Sirinhaém, cidades do interior de Pernambuco. Luiz Jacinto morou em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, onde começou sua jornada. Aos dezoito anos, Luiz Jacinto foi morar no Recife, onde fez um concurso para telegrafista. Embora não tenha sido aprovado, foi aproveitado pelos correios porque sabia taquigrafia. Luiz Jacinto permaneceu no órgão até ingressar na vida artística. Luiz Jacinto começou a vida artística na “Rádio Cultura do Nordeste”, em Caruaru sua terra natal, onde fazia um programa sob o patrocínio da “Manteiga Turvo”. Luiz Jacinto conheceu Luiz Queiroga, que, com o incentivo do radialista Hilton Marques, criou o personagem (Coronel Ludugero). No início, o (Coronel Ludugero) se apresentava sozinho, mas logo depois conheceu também Irandir Costa (Otrópe). Apesar de muita gente não saber e o personagem de (Dona Felomena) ser mais conhecido com a atriz Mercedes Del Prado, nos primeiros programas o mesmo personagem, com o nome de (Dona Rosinha), era interpretado por Rosa Maria, outra atriz de muito talento.Retratava com bom humor a figura lendária dos coronéis, muitos dos quais pertenciam à “Guarda Nacional” e gozavam de grande prestígio junto à população. Era um homem simples de poucas palavras, amante da verdade e sincero. Gabava-se de si próprio. Contador de histórias fantásticas era casado com (Dona Felomena). Bom aboiador, bom cantador de viola e poeta. Mantinha um secretário (Otrópe) que o orientava nos negócios e nas questões políticas. Ludogero se sentia feliz em contar histórias, dando expansão ao seu gênio brincalhão, quando não estava em crises de impaciência e nervosismo. Luiz Jacinto era casado com Dagmar Vieira da Cunha e Silva com quem teve quatro filhos, Marcos, Adriana, Ana Paula e o ator Júlio César. Depois da morte do Coronel Ludugero e de Otrópe, lançaram-se outros personagens tentando resgatar o riso perdido com a triste tragédia. Entre eles, (Coroné Ludrú) e (Gerômo), (Coroné Caruá) e (Altenes), (Seu Pajeú) e (Zé Macambira), esses com a produção e direção de Luiz Queiroga. Mas, até hoje, os personagens são lembrados e revividos em épocas juninas por atores amadores e admiradores dos tipos. Na cidade de Caruaru foi criada, na Vila do Forró, a miniatura da casa do Coronel Ludugero e da (Véia Felomena), onde é grande a visitação por turistas. Durante os festejos juninos desta cidade podem ser vistos personagens caracterizados, desfilando pelas ruas, relembrando esses artistas. Luiz Jacinto foi uma das trinta e quatro vítimas fatais do acidente aéreo envolvendo a aeronave “Hirondelle”, da “Paraense Transportes Aéreos”, em Belém/PA. Seu corpo só foi encontrado dezesseis dias depois do acidente. No mesmo vôo estava também o seu parceiro de trabalho, o ator Irandir Costa (Otrópe), que também faleceu, além da atriz Nédia Montel, esta uma das duas vítimas sobreviventes.