Murilo Alvarenga
(Itaúna/MG, 22 de maio de 1912)
(São Paulo/SP, 18 de janeiro de 1978).
Alvarenga foi um cantor, compositor, produtor, humorista e ator brasileiro com atuação em circo, música, rádio, teatro, cinema e TV. Alvarenga foi integrante da "Companhia A Casa do Caboclo". Alvarenga é ex-componente da dupla sertaneja "Alvarenga & Ranchinho", juntamente com o cantor Diésis dos Anjos Gaia (o primeiro Ranchinho) e depois, a dupla mais longeva, com o cantor Homero de Souza Campos (o segundo Ranchinho). Seu meio-irmão Delamare de Abreu, também substituia eventualmente o Diésis, nas suas ausências. Alvarenga chegou também a formar outra dupla, “Alvarenga e Bentinho”, com o artista José Vosno Filho, compondo uma das principais atrações do “Cassino da Urca”, no Rio de Janeiro. A dupla "Alvarenga & Ranchinho” atuou no Brasil e no exterior. A dupla participou entre outros do filme “É Com Este Que Eu Vou” e das peças “Luar, Palhoça e Violão”, “Mentira Carioca”, “O Cantor Batuta”, “Sambista da Cinelândia”, “Veneno da Cidade”, “A Volta ao Mundo”, “Chiquita Bacana” e “O Soro Chegou!” de vários programas de rádio e de muitos programas de TV. As duplas formadas por Alvarenga, quer com Ranchinho ou com Bentinho, eram consideradas, cada uma a seu tempo, a mais popular do Brasil. Mas os chamados “Milionários do Riso” não gozavam de unanimidade. Alguns intelectuais da época menosprezaram o seu estilo popular. Exemplo destes foi o teatrólogo e jornalista pernambucano Valdemar de Oliveira, que lamentava o popularesco no rádio, considerando as duplas caipiras Jararaca e Ratinho e Alvarenga e Ranchinho artistas de péssimo gosto e sem representatividade cultural. Alvarenga e Ranchinho misturavam apresentações musicais com toadas e modas de viola, além de paródias e sátiras políticas que causaram problemas com a polícia em algumas ocasiões. A música “Liga dos Bichos” cuja letra relacionava os políticos a animais, causou problemas com a censura, que viu na canção uma alusão a Osvaldo Aranha, um dos principais ministros do então Presidente Getúlio Vargas. Getúlio, ao ouvir a canção pessoamente, não viu problemas e liberou a dupla. Alvarenga era casado e tinha um filho, o compositor e maestro Murilo Alvarenga Filho. Alvarenga morreu vitimado por um infarto no miocárdio.