Alfredo José da Silva            

(Rio de Janeiro/RJ, 19 de maio de 1929)         

(Santo André/SP, 04 de março de 2010).  

Johnny Alf foi um compositor, cantor e pianista brasileiro. Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o verdadeiro pai da "Bossa Nova". Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da “Bossa Nova”, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genialf".  Johnny influenciou nomes como o próprio Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá. Johnny Alf perdeu o pai, cabo do exército, aos três anos de idade. Sua mãe trabalhava em casa de uma família na Tijuca e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava. Os empregadores de sua mãe pagaram as aulas de piano, mas desaprovaram sua posterior carreira nas boates. Após o início na música erudita, Johnny Alf começou a se interessar pela música popular, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter. Aos quatorze anos, Johnny Alf formou um conjunto musical com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na Praça Sete (atual Praça Barão de Drummond). Johnny Alf estudou no “Colégio Pedro II”. Entrando em contato com o “Instituto Brasil - Estados Unidos”, Johnny Alf foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf. Johnny Alf ingressou no “Sinatra-Farney Fan Club”, voltado para a música de Frank Sinatra e Dick Farney. Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova “Cantina do César”, de propriedade do radialista César de Alencar, iniciando assim sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e “Rainha do Rádio”, estava sendo lançada como cantora e escolheu três canções de Johnny, “Estamos Sós”, “O que é Amar” e “Escuta” para fazerem parte do seu LP “Convite ao Romance”. Johnny Alf gravou seu primeiro disco em 78 rpm, com a música “Falsete” de sua autoria e “De Cigarro em Cigarro” (de Luís Bonfá). Johnny Alf tocou nas boates “Monte Carlo”, “Mandarim”, “Clube da Chave”, “Beco das Garrafas”, “Drink” e “Plaza”. Duas canções se destacaram neste período, “Céu e Mar” e “Rapaz de Bem” ambas de melodia e harmonia consideradas revolucionárias. Johnny Alf foi para São Paulo, tocar na boate “Baiuca” e no “Bar Michel”, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. Johnny Alf voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no “Bottle's Bar” junto com o conjunto musical “Tamba Trio”, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Sylvinha Telles. Johnny Alf se apresentava no “Litlle Club” e “Top” com o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista). Johnny Alf realizou uma turnê pelo interior paulista. Johnny Alf se tornou professor de música no “Conservatório Meireles” de São Paulo. Johnny Alf participou do “III Festival da Música Popular Brasileira” da TV Record com a música “Eu e a Brisa” tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Sílvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornou um dos maiores sucessos de sua carreira. Em seus últimos anos de vida Johnny raramente se apresentava, em razão de problemas de saúde. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos cinquenta anos da “bossa nova” na “Oca” e no “Auditório do SESC” Vila Mariana, em São Paulo. Na mostra sobre os cinquenta anos da bossa nova, Johnny Alf teve um encontro virtual com nomes como Tom Jobim, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Stan Getz. O artista tocava piano com as projeções dos colegas, já mortos, para um filme que foi exibido ao longo do evento. Segundo o curador da mostra, Marcello Dantas, Johnny Alf foi "o caso clássico do artista que não teve o reconhecimento a altura de seu talento. Johnny Alf foi um gênio e teve participação na história da nossa música". Johnny Alf não tinha parentes e vivia em um asilo em Santo André. Seu último show foi no “Teatro do Sesi” em São Paulo, ao lado da cantora Alaíde Costa. Johnny Alf morreu de complicações de um câncer de próstata.