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JACKSON DO PANDEIRO (62 anos)

ID: h1230 Categoria: Cantores/Músicos Date : Sunday 17th January 2021 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

José Silva Gomes Filho                          

 

(Alagoa Grande/PB, 31 de agosto de 1919)    

(Brasília/DF, 10 de julho de 1982).

 

Jackson do Pandeiro foi um cantor, compositor, ator e multi-instrumentista brasileiro. Também conhecido como “O Rei do Ritmo”. Jackson era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão (nome artístico de Flora Maria da Conceição) e de um oleiro, José Silva Gomes. Jackson do Pandeiro teve uma infância muito pobre e nunca frequentou uma escola.  Através da mãe, Jackson começou a tomar gosto pelo ritmo como tocador de zabumba. Após a morte do pai, José, a família passou por dificuldades financeiras ainda maiores, chegando a roubar frutas em fazendas vizinhas e a revirar lixo em busca de restos aproveitáveis.  A pé, Flora e os três filhos José (Jackson), Severina e João, acompanhados de João Galdino, filho da única irmã reconhecida de Santana, vão tentar uma nova vida em Campina Grande, aonde chegam após quatro dias de viagem. Em Campina Grande foram acolhidos pelo pai de João Galdino, Manuel. Jackson trabalhou como engraxate e ajudante de padaria. Para complementar a renda, arranjava diversos serviços extras como pintor, varredor de ruas, telhadista, etc - na falta de um pai e de um companheiro duradouro para a mãe, Jackson lentamente assumia o papel de chefe da família. Também em Campina Grande, Jackson se juntou ao tocador de fole Geraldo Corrêa, ao banjoísta Epitácio Cassiano dos Santos (o "Paizinho") e ao violeiro e pandeirista Vicente Pereira da Silva, que ele já conhecia de Alagoa Grande, para tocar juntos na zona da cidade. Ainda, nos serviços de divulgação por alto-falantes, Jackson viu uma oportunidade de promover seu trabalho. Um dia, Jackson foi convidado a substituir Caiçara, então animador do pastoril de Zé Pinheiro, bairro de Campina Grande. Sua apresentação foi um sucesso e, por seu jeito de dançar, recebeu o apelido de "Palhaço Parafuso". Na mesma época, formou a dupla “Café Com Leite” com o também pandeirista Zé Lacerda. Nas noites, Jackson tocava no “Cassino Eldorado” de Josefa Tributino, sua madrinha artística, a qual foi homenageada na música "Forró em Campina". Na feira central de Campina, conviveu com artistas populares, como conquistas e violeiros. Seu nome artístico se originou das brincadeiras de criança, ainda em Alagoa Grande, dos filmes de faroeste, no tempo do cinema mudo, onde se autodenominava "Jack", inspirado em Jack Perry, artista dos referidos filmes. O apelido pegou e em Campina Grande, após iniciar como pandeirista ficou conhecido como Jack do Pandeiro e passando a acompanhar artistas da terra. Originalmente, Jackson do Pandeiro queria adotar o nome "Zé Jack" ou "Zé Jack do Pandeiro", mas Ernani Séve, então diretor de um programa da Rádio Jornal do Commercio”, achou que os nomes não cairiam bem e, antes de anunciá-lo, inventou a alcunha Jackson do Pandeiro sem consultá-lo. Quando o Brasil entrou na “Segunda Guerra Mundial”, muitos soldados de várias regiões do Nordeste passaram a frequentar o “Eldorado”, cuja freguesia antiga se esvaiu. O local começou a ficar violento e logo Jackson decidiria abandonar o local e partir para João Pessoa. Lá, Jackson do Pandeiro conheceu dois de seus principais parceiros, Benigno de Carvalho, com quem faria apresentações de sucesso na capital paraibana e Rosil Cavalcanti, com quem reativou a dupla “Café Com Leite” e de quem gravou seu primeiro grande sucesso, "Sebastiana"Jackson do Pandeiro continuou sua vida de músico tocando em boates e cabarés, sendo, logo a seguir contratado pela Rádio Tabajara para atuar na orquestra daquela emissora, sob a batuta do maestro Nozinho. Quando o maestro Nozinho foi contratado para a “Rádio Jornal do Commercio”, de Recife, levou alguns membros da “Orquestra Tabajara”, entre eles Jackson do Pandeiro, que se mudou para a capital de Pernambuco. Portanto Jackson já chegou em Recife formado no mundo dos ritmos, pois em Campina Grande e João Pessoa entre passou por zabumba, bateria, bongô, até chegar profissionalmente ao pandeiro. Somente com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro disco, "Forró em Limoeiro" e "Sebastiana". Jackson se mudou para o Rio de Janeiro a convite da Copacabana e lançou quatro discos e um LP, Jackson do Pandeiro com Conjunto e Coro”, depois vieram outros sete discos de 78 rpm e outro LP “Forró do Jackson”. Jackson do Pandeiro teve um programa dominical na TV Tupi chamado Jackson do Pandeiro na Tupi”. Um de seus colegas de emissora era Flávio Cavalcanti, que tinha um programa aos sábados chamado Um Instante Maestro. Na atração, Flávio tinha o hábito de quebrar discos que contivessem músicas que não o agradassem. Um dia, ele quebrou o disco que continha o baião "Hotel do Zeferino" (chamando a canção de "cretina"), que Jackson na verdade ainda não havia gravado. No dia seguinte, em seu espaço, Jackson repreendeu Flávio por ter enganado os telespectadores com um disco falso e disse que cretino era ele "e sua mãe" e acabou suspenso pela emissora pelo palavriado. Acabou rescindindo o contrato com a Tupi e foi para a Rádio Nacional”. Lá, Jackson do Pandeiro alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete Com Banana" e "Um a Um". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais, baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval. O fato de ter tocado tanto tempo no “Cassino Eldorado” aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música e se diz que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de trinta álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro" até o último álbum, "Isso É Que É Forró!" foram vinte e nove anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras. Com a chegada da bossa nova e, mais tarde, da Jovem Guarda”, Jackson caiu no ostracismo, embora ainda fosse respeitado e reconhecido pelos cantores mais modernos. Jackson foi forçado a se casar com Maria da Penha Filgueiras, cuja mãe, a prostituta Biu Soares, acionara o cantor na justiça por ter desvirginado a filha. A convivência entre Maria e a sogra Flora era conturbada e levou o relacionamento ao fim por duas vezes, sendo o segundo término definitivo, porém não-oficializado Maria da Penha ressurgiu na vida de Jackson do Pandeiro acusando-o de abandono, adultério e bigamia, o que resultou em inúmeros artigos negativos na imprensa e audiências jurídicas. No final, a justiça ficou ao lado do cantor.  Flora morreu vítima de uma doença não-identificada (um biógrafo suspeitou de câncer).  Em Recife, na própria rádio do “Jornal do Commercio”, Jackson do Pandeiro conheceu Almira Castilho, com quem teve uma bem-sucedida parceria musical e com quem se casou no religioso e no civil. Contudo, a relação se encerraria dois anos depois por conta de um caso extraconjugal de Jackson com sua afilhada. O casal manteve a parceria artística por algum tempo, mas esta também se encerrou eventualmente. Jackson do Pandeiro participou como ator de alguns filmes, entre eles estão “Tira a Mão Daí”, “Minha Sogra é da Polícia”, “O Batedor de Carteiras”, “Aí Vem a Alegra”, “Pequeno Por Fora, “O Viúvo Alegre” e “Bom Mesmo é Carnaval” e na TV fez o “Show ODD”. Jackson do Pandeiro se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, com quem viveu até seus últimos dias de vida. Durante excursão empreendida pelo país, Jackson do Pandeiro que era diabético, morreu em decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral.

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