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HENFIL (43 anos)

ID: h1130 Categoria: Jornalistas Date : Monday 7th December 2020 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Henrique de Souza Filho                    

 

(Ribeirão das Neves/MG, 05 de fevereiro de 1944)         

(Rio de Janeiro/RJ, 04 de janeiro de 1988).

 

Henfil foi um cartunista, quadrinista, autor, roteirista, diretor, ator, apresentador, jornalista e escritor brasileiro com atuação em teatro, cinema e TV. Filho de Henrique José de Souza e Maria da Conceição de Souza, como outros dois de seus irmãos, o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário, Henfil tinha hemofília, um distúrbio que impede a coagulação do sangue, fazendo com que a pessoa seja mais suscetível a hemorragias. Henfil cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde fez os primeiros estudos, frequentou um curso supletivo noturno e um curso superior em sociologia na “Faculdade de Ciências Econômicas” da UFMG”, que abandonou após alguns meses. Henfil foi embalador de queijos, contínuo em uma agência de publicidade e jornalista, até se especializar em ilustração e produção de histórias em quadrinhos. A estreia de Henfil como ilustrador se deu a convite do editor e escritor Roberto Dummond e  Henfil começou a trabalhar na revista Alterosa” de Belo Horizonte, onde criou "Os Franguinhos". Henfil passou a colaborar com o jornal “Diário de Minas”, produzindo caricaturas políticas. Henfil criou charges esportivas para o Jornal dos Sports” do Rio de Janeiro. Henfil teve seu trabalho publicado nas revistas “Realidade”, “Visão”, “Placar e O Cruzeiro”. Henfil passou a colaborar com o Jornal do Brasil “e com O Pasquim. Nessas publicações, seus personagens atingiram um grande nível de popularidade. Com o advento do AI-5 - garantindo a censura dos meios de comunicação e os órgãos de repressão prendendo e torturando os subversivos, Henfil lançou a revista “Fradim” pela editora “Codecri” que tornou seus personagens tipicamente brasileiros conhecidos. Além dos fradinhos (Cumprido) e (Baixim), a revista reuniu a (Graúna), o (Bode Orelana), o nordestino (Zeferino) e, mais tarde, (Ubaldo), o paranóico. Henfil se envolveu também com cinema, teatro, televisão (trabalhou na Rede Globo, como redator do extinto programa TV Mulher”, programa no qual Henfil teve também um quadro intitulado “TV Homem”, com direção de Nilton Travesso) e literatura, mas ficou marcado mesmo por sua atuação nos movimentos sociais e políticos brasileiros. Henfil tentou seguir carreira nos Estados Unidos, onde passou dois anos em um tratamento de saúde. Como não teve lugar nos tradicionais jornais estadunidenses, sendo renegado a publicações underground, Henfil escreveu seu livro "Diário de Um Cucaracha". De volta ao Brasil. Henfil teve participação da revista “Isto É” onde escrevia uma coluna chamada “Cartas da Mãe”. Célebre porque era através dessa coluna que Henfil escrevia sobre tudo e todos, muitas vezes atirando como metralhadora, usando um tom intimista do filho que realmente fala com a mãe ao tempo em que criticava o governo e cobrava posições das personalidades. Henfil passou toda sua vida a defender o fim do regime ditatorial pelo qual o Brasil passava. Quando Elis Regina fez uma apresentação para o exército brasileiro, Henfil publicou em “O Pasquim” uma charge enterrando a cantora, apelidando-a de regente junto a outras personalidades que, na ótica dele, agradariam aos interesses do regime, como os cantores Roberto Carlos e Wilson Simonal, o jogador Pelé e os atores Paulo Gracindo, Tarcísio Meira e Marília Pêra. Anos mais tarde, o cartunista disse que se arrependia apenas de ter enterrado Clarice Lispector e Elis Regina. Os escritos de Henfil eram anotações rápidas. Não eram propriamente crônicas, mas um misto de reflexões rápidas, assim como seus traços ligeiros dos cartuns. Mesmo seus livros são em verdade a reunião desses escritos, a um tempo memorialistas e de outro falando sobre tudo, sobre a conjuntura política e seu engajamento. Henfil foi casado com a psicóloga Gilda Cosenza com quem teve um filho, Ivan e com Berenice de Carvalho Batella. Henfil teve romances com a cantora Elis Regina e com a atriz Bruna Lombardi. Henfil estava casado com psicóloga Lúcia Hunold Lara. Ivan, seu único filho criou o "Instituto Henfil". Um documentário sobre a vida, a arte, a interpretação do artista nos dias de hoje, por artistas mais jovens, dirigido pela cineasta Ângela Zoé foi feito. Após uma transfusão de sangue, Henfil acabou contraindo o vírus da AIDS. Henfil morreu vítima das complicações da doença quando estava no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras.

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