Pedro Mattar
(São Paulo/SP, 19 de agosto de 1936)
(Santos/SP, 07 de fevereiro de 2007).
Pedrinho Mattar foi um apresentador de TV e pianista brasileiro. Sua família o chamava de Pedrinho por ser o caçula de dez irmãos. Filho de libaneses, Pedrinho começou com o estudo de piano muito cedo, na escola de Magdalena Tagliaferro. Pedrinho frequentava com seu pai o “Restaurante Trianon”, casa de chá da Avenida Paulista, onde se tocava piano ao vivo. Pedrinho começou os estudos em piano clássico já adulto. Pedrinho tocava em inferninhos (escondido do pai) com o conjunto “Os Anjos do Inferno”, tendo como componente João Gilberto. Jovem, Pedrinho já acompanhava os festivais de música realizados na “União Cultural Brasil-Estados Unidos”, onde estudava. Pedrinho Mattar viajou para Las Vegas, acompanhando a cantora Leny Eversong, que, apesar de brasileira, só cantava em inglês. Pedrinho acompanhou também o cantor Agostinho dos Santos em turnês pela Argentina e Uruguai. Presença marcante na música brasileira, Pedrinho frequentava junto com outros músicos o “João Sebastião Bar” do jornalista Paulo Cotrin, no bairro da Consolação, em São Paulo, uma usina de nomes que eram ou seriam destaque no mundo da música, como Chico Buarque, Elis Regina, Maysa, Claudette Soares, César Camargo Mariano, Taiguara, Marisa Gata Mansa, etc. Pedrinho Mattar foi convidado e tocou numa cerimônia em homenagem ao então presidente americano Jimmy Carter, na “Casa Branca”. Em outra oportunidade, Pedrinho Mattar tocou para o povo, inteiramente de graça, em frente ao “Teatro Municipal" de São Paulo. Várias vezes, Pedrinho Mattar tocou em festividades organizadas pela "PRÓ-TV" em comemoração ao aniversário da televisão, a convite de Vida Alves ou do diretor artístico Abelardo Figueiredo, sem nunca cobrar qualquer coisa. Pedrinho viajou diversas vezes com a cantora Claudette Soares, no eixo Rio-São Paulo. Pedrinho Mattar tocou para a cantora Maysa em Portugal e na Espanha. Pedrinho foi responsável pela produção musical do “Programa Bibi Ferreira” na televisão. Pedrinho excursionou pelo Brasil, acompanhado de Luís Carlos Miele e Sandra Bréa. Na super boate paulistana “Gallery” que reunia boêmios e fãs da boa música, de quem se dizia que poderiam gastar mais de dois salários mínimos numa noite, a imagem de Pedrinho Mattar era a do pianista de smoking, impecável na execução de um repertório internacional. Pedrinho Mattar desenvolveu relacionamento aberto com músicos de vertentes bastante populares da cultura brasileira. Gravações recentemente divulgadas apresentaram o pianista interpretando músicas de mestres como Luiz Gonzaga e Gonzaguinha bem como sucessos da MPB como “É o Tchan”, “Banda Cheiro de Amor” e Carlinhos Brown, entre outro. Quebra-se assim o mito da erudição como principal vertente dos expoentes pianistas brasileiros contemporâneos. Pedrinho Mattar foi apresentador e solista do programa de televisão “Pianíssimo” na Rede Vida. Uma das canções que mais gostava de tocar era "As Time Goes By" do filme “Casablanca”, música tema da abertura do seu programa “Pianíssimo”. Uma de suas irmãs, a pianista Mercedes Mattar é responsável pela organização do “Concurso Internacional de Piano” em São Paulo. O flautista e saxofonista Derico, o pianista Sérgio Sciotti (que com Derico forma o “Duo Sciotti”), o pianista Paulo Mattar e o ator Maurício Mattar são seus sobrinhos. Pedrinho Mattar mantinha, em seu último apartamento, equipamentos para astronomia amadora. Embora não tenha se dedicado profissionalmente ao estudo dos astros e do espaço, costumava fazê-lo por hobby. Quando morreu, Pedrinho Mattar apresentava o programa “Pianíssimo” na Rede Vida de Televisão. Pedrinho Mattar morreu de infarto fulminante.