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DONA IVONE LARA (96 anos)

ID: m1074 Categoria: Cantoras/Músicas Date : Monday 23rd November 2020 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Yvonne Lara da Costa                                   

 

(Rio de Janeiro/RJ, 13 de abril de 1922)             

(Rio de Janeiro/RJ, 16 de abril de 2018).

 

Dona Ivone Lara foi uma cantora e compositora brasileira. Conhecida como “Rainha do Samba” e “Grande Dama do Samba”, Dona Ivone Lara foi a primeira mulher a assinar um samba-enredo e a fazer parte da ala de compositores de uma escola, a Império Serrano”.  Formada em enfermagem e assistência social, na atual Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO” antes de se consagrar como cantora e compositora, Dona Ivone Lara desempenhou importante papel como enfermeira na reforma psiquiátrica no Brasil, ao lado da médica Nise da Silveira, se dedicando a essa atividade durante mais de trinta anos na Colônia Juliano Moreira”, com pacientes de doenças mentais, antes de se aposentar e se dedicar exclusivamente à carreira artística. Ivone Lara também foi uma das primeiras mulheres formadas em assistência social no Brasil e uma das primeiras mulheres negras com curso superior no país. Em uma época em que pacientes de doenças mentais eram institucionalizados e abandonados pela família, Ivone se deslocava para os municípios do Rio e de estados vizinhos, localizando parentes dos internos para apresentar uma visão diferente da maioria dos diagnósticos médicos, que desacreditavam a condição mental dessas pessoas. Tudo isso fazia parte de uma rotina terapêutica e de uma visão completamente nova que humanizava o tratamento da saúde mental. Além disso, Ivone trouxe a terapia musical para seus pacientes no “Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro”. Usando seus contatos, conseguia patrocínio para os instrumentos e a criação de uma oficina de música, que passou a apoiar festas e eventos de socialização entre os pacientes, seus familiares e os funcionários do hospital. Essa oficina mais tarde deu origem ao bloco de carnaval "Loucura Suburbana", que existe até hoje.  Seu trabalho nessa área foi tão importante que, a professora da “Faculdade de Serviço Social” da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ”, Graziela Scheffer, publicou o artigo acadêmico "Serviço Social e Dona Ivone Lara: O Lado Negro e Laico da Nossa História Profissional". Dona Ivone Lara foi a primeira filha da união entre a costureira Emerentina Bento da Silva e João da Silva Lara. Paralelamente ao trabalho, ambos tinham intensa vida musica. Ele era violonista de sete cordas e desfilava no “Bloco dos Africanos”, ela era ótima cantora e emprestava sua voz de soprano a ranchos carnavalescos tradicionais do Rio de Janeiro, como o “Flor do Abacate” e o “Ameno Resedá”, nos quais João também se apresentava. Com a morte do pai, com menos de três anos de idade e da mãe aos dezesseis, Dona Ivone Lara foi criada pelos tios e com eles aprendeu a tocar cavaquinho e a ouvir samba, ao lado do primo Mestre Fuleiro” teve aulas de canto com Lucília Guimarães e recebeu elogios do marido desta, o maestro Villa-Lobos. Dona Ivone Lara se casou com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha com quem teve dois filhos, Alfredo e Odir. Ivone Oscar foram casados durante vinte e oito anos até a morte dele. O filho Odir sofreu um grave acidente de carro e por causa disso seu marido Oscar Costa teve um infarto fulminante e morreu. Foi no “Prazer da Serrinha” onde conheceu alguns compositores que viriam a ser seus parceiros em algumas composições, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira. Dona Ivone Lara compôs o samba “Nasci Para Sofrer” que se tornou o hino da escola de samba Prazer da Serrinha". Com a fundação da escola de samba Império Serrano”, Dona Ivone Lara passou a desfilar na ala das baianas. Dona Ivone compôs o samba Não Me Perguntes” e a consagração veio com Os Cinco Bailes da História do Rio” quando se tornou a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da escola de samba. Apesar de seu marido nunca ter nada contra sua carreira, ele não gostava das rodas de samba. Entre os intérpretes que gravaram suas composições se destacam Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Mariene de Castro, Roberta Sá, Marisa Monte e Dorina. Uma de suas composições mais conhecidas, em parceria com Délcio Carvalho foi Sonho Meu” sucesso na voz de Maria Bethânia e Gal Costa no álbum que ultrapassou um milhão de cópias vendidas. Dona Ivone também teve trabalhos como atriz, com participação em filmes, como por exemplo, “A Força de Xangô” em que deu vida ao personagem (Zulmira Marron) ou na TV, como no “Caso Verdade”, série da TV Globo no episódio "Clementina de Jesus, Rainha Quelé", vivendo justamente Clementina de Jesus. Dona Ivone foi a (Tia Nastácia) em especiais do programa Sítio do Pica-Pau Amarelo. Dona Ivone foi homenageada pela Império Serrano”, no grupo de acesso, com o enredo Dona Ivone Lara: O Enredo do Meu Samba”. Dona Ivone foi homenageada na vigésima primeria edição do Prêmio da Música Brasileira”, na décima nona edição do Trem do Samba”. Um mês antes, Dona Ivone havia participado do primeiro dia de gravações do Sambabook” em homenagem à sua carreira da gravadora Musickeria” Cantores como Maria Bethânia, Elba Ramalho, Criolo, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Arlindo Cruz, Adriana Calcanhoto, Zélia Duncan e Reinaldo,  “O Príncipe do Pagode fizeram versões de canções de Dona Ivone, enquanto ela própria gravou com Diogo Nogueira uma canção inédita, composta com seu neto, André. Dona Ivone entrou para a lista das "Dez Grandes Mulheres Que Marcaram a História do Rio". O filho de Dona Ivone, Odir morreu em 2008, vítima de complicações decorrentes da diabetes. Dona Ivone morreu em consequência de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória após permanecer internada na UTI.

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