Sylvia D`Atri Telles                      

(Rio de Janeiro/RJ, 27 de agosto de 1934)           

(Maricá/RJ, 17 de dezembro de 1966).

Sylvinha Telles, foi uma cantora, compositora, atriz e apresentadora brasileira, de ascendência francesa e portuguesa, considerada uma das maiores intérpretes da bossa nova e da MPB. Sylvia era filha da parisiense Marie Amélie D'Atri e do carioca Paulo Telles, um grande apreciador da música clássica. Seu irmão mais velho, Mário Telles, também atuava com música. Sylvinha Telles estudou no “Colégio Sagrado Coração de Maria” e sonhava se tornar bailarina, mas, ao realizar um curso de teatro, descobriu que seu talento era realmente cantar. A maioria de seus discos está fora de catálogo, o que dificulta o seu conhecimento pelas gerações recentes. Porém, ocasionalmente é lançada uma compilação com algumas de suas inúmeras gravações. Segundo matéria publicada em “O Globo” e assinada por João Máximo, Sylvinha foi uma das melhores intérpretes da moderna música brasileira, se entendendo como tal a que vai de “Ponto Final” - com Dick Farney e “Amargura” com Lúcio Alves, até as canções que Tom e Vinícius fizeram depois de “Orfeu da Conceição". Billy Blanco, amigo da família, notou o dom de Sylvinha, seu apelido carinhoso, e a apresentou a amigos músicos. Nas reuniões que eles faziam, Sylvinha pôde conhecer os grandes nomes do rádio da época, tais como Aníbal Augusto Sardinha que a ajudou a encontrar trabalho em boates para o início da carreira profissional. Nessa época, conheceu seu primeiro namorado, o cantor e violonista João Gilberto, amigo de Mário. O relacionamento acabou porque a família Telles não gostava do jovem, que vivia de favor na casa dos outros. No ano seguinte, o comediante Colé Santana a convidou para participar de um musical, chamado “Gente Bem e Champanhota”, apresentado no “Teatro Follies” de Copacabana. Na ocasião, o músico e advogado José Cândido de Mello Mattos, o Candinho, acompanhou Sylvinha na canção “Amendoim Torradinho”, composta por Henrique Beltrão. Sylvia e Candinho se apaixonaram e iniciaram um relacionamento amoroso. A atuação de Sylvinha neste espetáculo chamou a atenção da gravadora “Odeon”, que a contratou como artista exclusiva. Sylvinha gravou "Amendoim Torradinho", faixa que obteve bastante destaque nas rádios e que a levou a ser premiada como “Cantora Revelação”, prêmio outorgado, na época, pelo jornal “O Globo”. Como atriz, Sylvinha fez na TV o episódio “A Cigarra e a Formiga” da série “Teatrinho Trol” na TV Tupi e o episódio “Brasil 62” da série “Câmerra Um” também na TV Tupi e no cinema participou do filme “Marido de Mulher Boa”. Sylvinha e Candinho se casaram após alguns meses de namoro e, logo depois, tiveram sua única filha, a cantora Cláudia Telles. Sylvinha e Candinho apresentaram pela TV Rio programa “Música e Romance”, recebendo como convidados Tom Jobim, Dolores Duran, Johnny Alf e Billy Blanco. Sylvinha e Candinho acabaram se separando. O local de encontro dos músicos passou a ser o apartamento de Nara Leão, então com quinze anos de idade. Ronaldo Bôscoli, que frequentava as reuniões, atuava como produtor musical do grupo. Sylvia Telles, que já era um nome conhecido foi então chamada para participar de um espetáculo no “Grupo Universitário Hebraico”, juntamente com Carlos Lyra e Roberto Menescal, entre outros. Foi neste show, "Carlos Lyra, Sylvia Telles e os Seus Bossa Nova" que a expressão "bossa nova" foi divulgada pela primeira vez. Sylvinha Telles chegou a fazer turnês em outros países, como Estados Unidos, Suíça, França e Alemanha. Sylvia se casou pela segunda vez em Las Vegas, com seu então noivo, o produtor musical Aloysio de Oliveira. Depois de alguns anos de casamento, o casal se separou. Sylvinha Telles teve uma agitada vida sentimental. Ela  namorou com o cantor João Gilberto, com o produtor Ronaldo Bôscoli, com o ator Herval Rossano e com o musicista Aloysio de Oliveira. Sylvinha Telles foi casada com o musicista José Cândido de Mello Mattos e com Aloysio de Oliveira. Namorava com Horacinho de Carvalho. Sylvinha sofreu um acidente de carro, enquanto voltava de um show, quando dormiu ao volante, sofrendo apenas algumas escoriações. Sylvia Telles sofreu seu segundo acidente de automóvel, desta vez na “Rodovia Amaral Peixoto”, no município de Maricá. Ela estava em companhia de seu namorado Horacinho de Carvalho, filho da socialite Lily de Carvalho Marinho, com quem iria passar um fim de semana na cidade. Eles se dirigiam à fazenda de Horacinho. Essa viagem seria uma despedida temporária para ambos, pois Sylvia iria viajar na segunda feira para gravar um disco em Nova York, pela “Kapp Records”. O jovem dormiu ao volante, o carro capotou e o casal morreu no acidente.