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LUIZ GONZAGA (76 anos)

ID: h1058 Categoria: Cantores/Músicos Date : Saturday 21st November 2020 10:00:00 pm Tipo : Image / Photo

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Resenha

Luiz Gonzaga do Nascimento                   

 

(Exu/PE, 13 de dezembro de 1912)                

(Recife/PE, 02 de agosto de 1989).

 

Luiz Gonzaga foi um compositor e cantor brasileiro. Conhecido como o “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou para todo o país a cultura musical do nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições também descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino. Admirado pelos mais diversos artistas, Luiz Gonzaga ganhou notoriedade com as antológicas canções Asa Branca”, Seridó”, Juazeiro”, Forró de Mané Vito” e Baião de Dois”. Luiz Gonzaga nasceu numa sexta-feira, treze, numa casa de barro batido na “Fazenda Caiçara” povoado do Araripe. Luiz Gonzaga foi o segundo filho de Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento, conhecida na região por “Mãe Santana” e oitavo de Januário José dos Santos do Nascimento. Seu nome, Luiz, foi escolhido porque treze de dezembro é o dia da festa de Santa Luzia, Gonzaga foi sugerido pelo vigário que o batizou e Nascimento por ser dezembro, mês em que o cristianismo celebra o nascimento de Jesus.  A cidade de Exu fica no sopé da Serra do Araripe e inspiraria uma de suas primeiras composições, Pé de Serra”. Seu pai trabalhava na roça, num latifúndio e nas horas vagas tocava acordeão e também consertava o instrumento. Foi com ele que Luiz aprendeu a tocar o instrumento. Muito jovem ainda, já se apresentava em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina se manteve fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sudeste do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca”, composta em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira. Antes dos dezoito anos, Luiz teve sua primeira paixão, Nazarena, uma moça da região. Foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro, pois ele não tinha instrução, era muito jovem e sem maturidade para assumir um compromisso. Revoltado com o rapaz o ameaçou de morte. Mesmo assim Luiz e Nazarena namoraram às escondidas por meses e planejavam se casar. Januário e Ana, pais de Luiz, lhe deram uma surra ao descobrirem que ele se envolveu com a moça sem a permissão da família dela e ainda mais por Luiz tê-la desonrado, os dois disseram isto propositalmente, com o intuito de serem obrigados a se casar. Na época, a moça tinha que casar virgem e se houvesse relação sexual antes do matrimônio o homem era obrigado a se casar ou morreria. Nazarena revelou ao pai o ocorrido e foi espancada por ele, no entanto Nazarena não engravidou. O coronel Raimundo ficou enfurecido e tentou matar o rapaz, que o enfrentou na luta. Raimundo revelou que, mesmo desonrada, iria arrumar um casamento para a filha com um amigo mais velho que já sabia da situação dela, ou a internaria num convento, mas com Luiz ela não se casaria. Revoltado por não poder se casar com Nazarena e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luiz Gonzaga foi para Fortaleza e ingressou no exército. Durante nove anos viajou por vários estados brasileiros, como soldado, sem dar notícias à família. Luiz Gonzaga foi para Belo Horizonte, onde ficou por quatro meses, depois se mudou para Juiz de Fora, onde viveu por cinco anos e teve a oportunidade de aprimorar sua habilidade com a sanfona. Em seguida, foi para Ouro Fino, também em Minas Gerais, onde permaneceu por dois anos. Deu baixa do exército no Rio de Janeiro. Antes de ser o rei do baião, Luiz Gonzaga conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical. Depois da baixa do exército decidiu se dedicar à música. No Rio de Janeiro, então capital do Brasil, começou tocando em bares, cabarés e programas de calouros. Nessa época, tocava músicas de Manezinho Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva. Luiz Gonzaga se apresentava com o típico figurino do músico profissional, paletó e gravata. Até que no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe”, de sua autoria, com sabor regional. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora RCA Victor”, pela qual lançou mais de cinquenta músicas instrumentais. Vira e Mexe” foi a primeira música que gravou em disco. Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista catarinense Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. A partir de então, surgiu a ideia de se apresentar vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista. Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da “RCA Victor” a mazurca Dança Mariquinha” em parceria com Miguel Lima. A marca Colírio Moura Brasil celebrou um contrato de teor promocional com o cantor, custeando-lhe uma excursão por todo o país. Luiz Gonzaga conheceu em uma casa de shows da área central do Rio, uma cantora chamada Odaléia Guedes dos Santos, conhecida por Léia. A moça estaria supostamente grávida ao conhecer Luiz. Foram morar em uma casa alugada e Luiz assumiu a paternidade da criança, dando-lhe seu nome, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que acabaria também seguindo a carreira artística, se tornando o cantor Gonzaguinha. A relação entre o casal era boa no início, mas depois começou a se desestabilizar e ficar conflituosa, levando Odaléia a sair de casa com o filho, com menos de dois anos de convivência. Luiz a buscou na pensão onde ela voltou a viver e não aceitava que ela saísse de casa, mas depois decidiu deixá-la lá com o filho. Léia, então, voltou a trabalhar como dançarina e cantora e criou o filho sozinha, mas Luiz a ajudava financeiramente e visitava o menino. Luiz voltou pela primeira vez à sua cidade natal Exu e reencontrou seus pais, que havia anos não tinham notícias do filho. O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário” em parceria com Humberto Teixeira. Ele ficou meses vivendo com os pais e irmãos, mas logo voltou ao Rio de Janeiro. Ao voltar ao Rio conheceu a professora pernambucana Helena Cavalcanti. Ele precisava de uma secretária para cuidar de sua agenda de shows e de seu patrimônio financeiro e antes de namorarem a convidou para ser sua secretária. Helena precisava de um salário extra para ajudar os pais, já idosos, com quem ainda morava e aceitou. Nos dias em que não dava aula para crianças do primário, cuidava das finanças de Luiz em um escritório que ele tinha montado. Eles noivaram e se casaram, permanecendo juntos até o fim da vida de Luiz. Não tiveram filhos. Helena não conseguia engravidar e o casal adotou  uma menina recém nascida a quem batizaram de Rosa Cavalcanti Gonzaga do Nascimento. A sua primeira companheira Léia morreu de tuberculose, quando seu filho Gonzaguinha tinha dois anos e meio. Luiz queria levar o menino para morar com ele e pediu para Helena criá-lo como se fosse dela, mas ela não aceitou, assim como sua mãe Marieta. O casal na época ainda não tinha adotado Rosa e Helena queria uma filha, não um filho e também não queria nenhuma ligação com o passado do marido, o mandando escolher entre ela ou a criança. Luiz decidiu manter o casamento e entregou Gonzaguinha para que fosse criado por seus compadres, os padrinhos de batismo da criança, Leopoldina, apelidada de Dina e Henrique Xavier Pinheiro. Este casal, apesar de muito pobre, criou o menino com seus outros filhos no Morro do São Carlos. Luiz sempre visitava Gonzaguinha e o sustentava financeiramente. Xavier o considerava como a um filho e lhe ensinava a tocar viola. O menino também os considerava como seus pais. Os anos se passaram e Gonzaguinha jamais aceitou que Luiz não o tivesse criado. Luiz passou a visitar cada vez menos o rapaz e sempre que se encontravam, discutiam. Dina e Xavier tentavam aproximar os dois, mas Helena revelou que Luiz era estéril e não era o pai do rapaz. Isso acarretava brigas entre ele e Helena, que usava a filha Rosa, dizendo que se ele não parasse de visitar o filho, Luiz não veria mais a menina. Luiz Gonzaga ficava furioso com os ataques de ciúme e chantagem de Helena e sempre desmentia para todos a história da paternidade de Luizinho, já que não queria que ninguém soubesse que o menino era seu filho somente no registro civil. Amava o menino de fato, independente de não ser seu filho de sangue. Gonzaguinha se tornou rebelde e não aceitava o pedido do pai para ir morar com ele, mesmo que para isso tivesse que se separar da esposa. Tudo piorou quando chegaram até ele os boatos sobre a paternidade e acabou por ouvir a confissão de Luiz. Gonzaguinha se revoltou e parou de falar com Luiz. Apesar da infância pobre, cresceu feliz ao lado dos irmãos de criação e dos pais de acolhimento. Nesta época, Gonzaguinha contraiu tuberculose aos catorze anos e quase morreu. O tempo passou e aos dezesseis anos, Luiz o levou à força para morar com ele na Ilha do Governador. Havia muitas brigas entre o rapaz e Helena e Luiz o mandou para um internato. Gonzaguinha deixou definitivamente o internato aos dezoito anos. Depois de vencer o vício do álcool, Gonzaguinha conseguiu concluir a universidade (nessa época ele morava na Tijuca) e se tornou músico como Luiz Gonzaga. Os dois passaram a se entender e ficaram mais unidos, chegando a viajar pelo Brasil e a compor juntos. A Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga” é uma homenagem ao cantor.  Luiz Gonzaga foi tema do carnaval da “GRES Unidos da Tijuca com o enredo "O Dia em Que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão", fazendo com que a escola ganhasse o carnaval carioca.  O filme “De Pai Pra Filho - Gonzaga” de Breno Silveira, narrando a relação conturbada de Luiz com o filho Gonzaguinha, em três semanas de exibição alcançou a marca de um milhão de espectadores. Luiz Gonzaga sofria de osteoporose. Luiz Gonzaga morreu vítima de parada cardiorrespiratória.

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