Antônio Vicente Filippe Celestino
(Rio de Janeiro/RJ, 12 de setembro de 1894)
(São Paulo/SP, 23 de agosto de 1968).
Vicente Celestino cfoi um cantor brasileiro com atuação em música, rádio, cinema, teatro e TV, famoso na primeira metade do século XX. Celestino nasceu na rua do Paraíso no bairro de Santa Teresa. Uma divergência encontra-se na ordem de seus prenomes, pois foi registrado como "Filippe Antônio Vicente", mas durante sua vida assinou "Antônio Vicente Filippe". Primeiro filho de Giuseppe Celestino e Serafina Gammaro, imigrantes italianos, originários da Calábria, Celestino teve onze irmãos, dos quais cinco eram mulheres e seis eram homens. Cinco de seus irmãos homens se dedicaram ao canto e um ao teatro. Um exemplo foi seu irmão Amadeu Celestino. Por sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar desde os oito anos, como sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados. Vicente Celestino começou cantando para conhecidos e era fã de Enrico Caruso. Antes do teatro, Vicente cantava em festas, serenatas e chopes-cantantes. Vicente estreou profissionalmente cantando a valsa “Flor do Mal” no “Teatro São José” onde fez muito sucesso e entrou no seu primeiro disco vendendo milhares de cópias pela “Odeon” (Casa Edison). Vicente Celestino foi o primeiro cantor a gravar o hino nacional brasileiro. Jovem, Vicente montou uma companhia de operetas, mas sem nunca deixar o carnavalesco de lado, emplacando sucessos como “Urubu Subiu”. Rapidamente, depois da oportunidade no teatro, alcançou renome. Vicente formou companhias de revistas e operetas com atrizes-cantoras. Primeiro com Laís Areda e depois com Carmen Dora. As excursões pelo Brasil renderam-lhe muito dinheiro e só fizeram aumentar sua popularidade. Vicente Celestino reinava absoluto como ídolo da canção. Vicente Celestino teve uma das mais longas carreiras entre os cantores brasileiros. Na fase mecânica de gravação, fez cerca de vinte e oito discos com cinqüenta e duas canções. Com a gravação elétrica sentiu certa dificuldade, logo superada, quanto ao rendimento técnico. Aí recomeçaria os sucessos cantados em todo o Brasil. Contratado pela "RCA Victor", praticamente sua única gravadora até morrer, Vicente Celestino tocava violão e piano e foi compositor inspirado. Duas de suas canções foram tema de filmes de enorme sucesso, “O Ébrio“, que foi transformada em filme por sua esposa Gilda Abreu e “Coração Materno”. Em ambos, Vicente foi dirigido por Gilda que também era cantora, escritora e atriz. Celestino passou incólume por todas as fases e modismos, mesmo quando, fiel ao seu estilo, gravou "Conceição", "Creio em Ti" e "Se Todos Fossem Iguais a Você". Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como “A Voz Orgulho do Brasil”. Vicente Celestino nunca saiu do Brasil e manteve a voz, sua marca registrada, independente do estilo musical que estava executando. Vicente Celestino teve músicas regravadas por nomes como Caetano Veloso, Marisa Monte e Mutantes. Vicente Celestino era viúvo da atriz Emília de Sousa e estava casado com a atriz e cineasta Gilda de Abreu. Vicente Celestino era tio do ator Paulo Celestino e tio avô do ator Paulo Celestino Filho. Vicente recebeu o título de “Cidadão Paulistano”. Na cidade de Nilópolis, município localizado no Grande Rio, existe uma rua que leva o seu nome. Na cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo, também existe uma rua com o seu nome. Quando morreu de infarto fulminante, no "Hotel Normandie", em São Paulo, Vicente Celestino estava de saída para gravar um programa de televisão com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na famosa gafieira "Pérola Negra", onde seria homenageado pelo “movimento tropicalista”.