Emílio Vitalino Santiago
(Rio de Janeiro/RJ, 06 de dezembro de 1946) (Rio de Janeiro/RJ, 20 de março de 2013).
Emílio Santiago foi um importante cantor brasileiro. Em um congresso de otorrinos e cirurgiões de cabeça e pescoço, fonoaudiólogos comentaram que as análises técnicas da voz de Emílio Santiago mostravam que o cantor tinha a voz mais perfeita do Brasil. Emílio frequentou a “Faculdade Nacional de Direito”, inicialmente para se tornar um advogado. No decorrer do curso, Emílio desejou ser diplomata, pois o incomodava o fato de não existirem negros nos quadros do “Itamaraty”. Emílio já cantava nos bares da faculdade, em roda de amigos, apenas por diversão. No início, não queria se tornar um cantor profissional e tampouco pensava nisso. Quando as inscrições do festival de música da faculdade foram abertas, os amigos de Emílio o inscreveram sem que ele soubesse. Emílio participou e venceu o concurso, chamando a atenção dos jurados, entre eles, Beth Carvalho. A partir daí, sua presença em festivais estudantis era frequente, ganhando todos os concursos dos quais participava. A música já falava mais alto na vida de Emílio, porém, concluiu o curso de Direito por insistência de seus pais. Nesta mesma década, Emílio Santiago participou de um conceituado programa de auditório, chegando as finais no programa de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi. Emílio Santiago trabalhou como crooner da orquestra de Ed Lincoln, além de muitas apresentações em boates e casas noturnas. O cantor Emílio Santiago substituiu Tony Tornado no conjunto musical, quando este saiu para disputar o “V Festival Internacional da Canção”, no Rio de Janeiro. Emílio Santiago lançou o primeiro compacto pela “Polydor” com as canções “Transa de Amor“ e “Saravá Nega” que o levou a uma maior participação em rádios e programas de televisão. Seu primeiro LP foi lançado pela “CID”, com canções esquecidas de compositores consagrados como Ivan Lins, Gilberto Gil, João Donato, Jorge Ben, Nélson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Durval Ferreira, João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle, dentre outros. Emílio Santiago se transferiu para a “Philips–Polygram” onde lançou dez álbuns, todos com pouca repercussão. Além de ganhar o concurso “Rede Globo MPB Shell”, com a canção “Pelo Amor de Deus” foi escolhido três anos depois como melhor intérprete no “Festival dos Festivais” também da Rede Globo, com a canção “Elis Elis”. A grande fase de sucesso do cantor se iniciou com o lançamento do LP “Aquarela Brasileira”, pela “Som Livre”, um projeto especial dedicado exclusivamente ao repertório de música brasileira. Inicialmente, se planejava lançar apenas um LP, mas devido à grande repercussão e ao sucesso, foram lançados sete trabalhos da série “Aquarela Brasileira”. O projeto ultrapassou a marca de quatro milhões de cópias vendidas. Nesta época, Emílio gravou músicas que se tornaram sucessos como “Saigon”, em “Aquarela Brasileira 2” e “Verdade Chinesa” em “Aquarela Brasileira 3”. Emílio Santiago lançou também outros projetos como um tributo ao cantor Dick Farney, ”Perdido de Amor” e regravando clássicos do bolero hispânico, “Dias de Luna”. Emílio Santiago assinou com a “Sony Music“. O disco que marca a estreia na nova gravadora é “Bossa Nova” que trouxe muitos clássicos do gênero e também rendeu um DVD. Prosseguiu com “Um Sorriso Nos Lábios”, um tributo a Gonzaguinha e outro ao compositor acriano João Donato. No álbum “O Melhor das Aquarelas Ao Vivo”, Emílio reviu o repertório de música brasileira que gravou nas sete edições da série “Aquarela Brasileira”. Trata-se do primeiro disco ao vivo do cantor e o segundo DVD de sua carreira, gravado ao vivo no “Canecão”, tradicional casa de shows do Rio de Janeiro, após “Bossa Nova”. Emílio Santiago lançou o CD “Só Danço Samba” o primeiro produzido de maneira independente, pelo seu selo “Santiago Music”. Emílio Santiago gravou o CD/DVD “Só Danço Samba Ao Vivo” em São Paulo, que ganhou um “Grammy Latino” como melhor álbum de Samba–Pagode. Emílio Santiago deu entrada no hospital, ficou internado na UTI após sofrer um acidente vascular cerebral. Emílio Santiago teve complicações no quadro clínico de AVC isquêmico, motivo que o levou a morte.