Regina Célia Vallim Bellochi                              

(São Paulo/SP, 03 de julho de 1941)              

(Jundiaí/SP, 26 de julho de 2017).

Regiane foi uma cantora e apresentadora brasileira com atuação em rádio e TV. Regiane morava com os pais e o irmão Roberto no bairro paulistano da Aclimação e foi sempre ligada à música. Quando tinha treze anos e estudava no “Colégio Sagrada Família” achou que nunca poderia ser cantora, pois na escola, sua voz grave e potente destoava muito das vozes de outras meninas do coral que participava e Regiane resolveu se calar. Mas, Regiane viu na TV uma mulher de voz grave e forte cantando músicas folclóricas e percebeu que ela poderia cantar também. A cantora em questão era Inezita Barroso. Como era moda na época, Regiane foi aprender violão com o professor Teotônio Pavão. Regiane se realizou e cantando tinha destaque. Teotônio começou a fazer saraus em sua casa e depois em teatros e também na TV, até que o radialista Miguel Vaccaro Netto viu e se entusiasmou com aquela menina de apenas dezessete anos. Miguel, então, foi à casa de Regiane e explicou aos pais dela sobre o movimento a procura de novos talentos e os convidou a ir ao seu programa “Disque Disco” na “Rádio Panamericana” com violão e tudo já no dia seguinte. Sempre com a mãe junto (o pai, muitas vezes também a acompanhava), Regiane acabou fazendo o programa todo, cantando vários gêneros musicais. Fez sucesso e o visionário Miguel lançou um concurso para que o público escolhesse um nome artístico para a “cantora misteriosa” (na verdade, Miguel achava que Regina Célia não funcionaria). Assim nasceu, depois de algum tempo, a cantora Regiane. Depois disso, Regiane gravou, cantando em inglês, o primeiro disco em 78 rpm e logo depois outro e passou a fazer apresentações na TV e ser bastante assediada. Tudo isso a assustava um pouco, mas alguns colegas, todos também bastante jovens, juntos do próprio Miguel, acabaram cuidando dele como uma irmã. Entre esses rapazes estavam Amilton Lelo, Gato, Nick Savoia, Demetrius, Dori Angiolella, Marcos Roberto, Antônio Cláudio e Carlos Davi. Com a música “I`m Yours”, Regiane ganhou o “Troféu Chico Viola” como cantora revelação e um contrato com a TV Record onde passou a apresentar ao lado de Valter Santos  o programa musical (onde também cantava) “Ele e Ela”, além de honrarias de revistas da época. Regiane foi representar o Brasil em Punta Del Leste e fez vários programas na TV Record, mas Regiane não gostou do ambiente da TV. Regiane recebeu diversos convites para filmes, apresentações em boates, novelas, mas recusou a todos. Regiane gravou pela “Odeon”, mas percebeu que não tinha estrutura psicológica para a carreira artística e continuou recusando todos os convites nacionais e internacionais que recebia. Até fez uma parte, ao lado de artistas como  Tito Madi e Cauby Peixoto, entre outros. Regiane havia abandonado a carreira há muitos anos e se mudado, com a família, para a cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, onde vivia sozinha quando morreu. Regiane tinha orgulho de ter recebido da cidade o título de “cidadã jundiaiense”. Apesar de ter abandonado a carreira, Regiane jamais deixou de cantar, se apresentando apenas em eventos fechados, acompanhada pelo tecladista Ewerton Pernambuco que conhecera num jantar do “Lions Clube” local quando seu marido era presidente. Quando faleceu, Regiane estava viúva de Warrington Wacked com quem teve quatro filhos, Warrington Jr., Wellington, Wanessa e Walligson. Depois do casamento, Regiane passou a usar o nome civil de Regina Célia Bellochi Wacked. Não há registros sobre as causas da morte de Regiane.