Adriana Inês Prieto Amarante
(Buenos Aires/ARGENTINA, 19 de outubro de 1949)
(Rio de Janeiro/RJ, 24 de dezembro de 1974).
Adriana Prieto foi uma atriz argentina que fez carreira no Brasil. Filha de um diplomata chileno com uma brasileira, a família de Adriana Prieto se fixoue no Rio de Janeiro quanto ela tinha apenas quatro anos. Adriana Prieto era uma pessoa reservada, apenas revelava que era filha de um pai ausente, que tinha um irmão homossexual e uma mãe a quem rejeitava, mas com a qual se preocupava, apesar de a terem mandado para um internato de freiras. Seu irmão, o maquiador Carlos Pietro, segundo relato, tomou Adriana como “projeto de vida”. Era evidente o esforço excessivo que Adriana fazia para caber naquele personagem anacrônico, híbrido, que o irmão escrevera para ela: era ele quem a maquilava, escolhia suas roupas, a ensaiava e ensinava a imitar atitudes, gestos e olhares de Marlene Dietrich. Adriana se deixava guiar pelo sonho do irmão, que nascera desejando ter sua beleza, seu talento e seu sexo. Durante o curso colegial, que fazia no "Colégio Pedro II" no bairro da Tijuca, ela estreou no cinema no filme “El Justicero”, de Nélson Pereira dos Santos e já foi premiada como melhor atriz coadjuvante do ano. Uma das poucas atrizes a viver exclusivamente do cinema. Em nove anos de carreira participou de dezessete filmes, inclusive nas famosas pornochanchadas, tais como “Os Paqueras” com Reginaldo Farias, “As Gatinhas”, “Soninha Toda Pura”, “A Viúva Virgem” ao lado de Jardel Filho e “Ainda Agarro Essa Vizinha”. Fazem parte de sua filmografia também, os filmes “Memórias de Helena” de David Neves, “Uma Mulher Para Sábado” com Esther Góes, “Lucia McCartney - Uma Garota de Programa” com Paulo Villaça, “A Penúltima Donzela”, “Ipanema Toda Nua”, “Balada da Página Três”, “As Duas Faces da Moeda”, “As Sete Faces de um Cafajeste”, “Um Anjo Mau”, “A Lei do Cão” e “O Palácio dos Anjos” de Walter Hugo Khouri. Adriana Prieto ganhou o “Prêmio Air France” de cinema como melhor atriz e se naturalizou brasileira. Na tela, o que predominava era seu frescor, seu talento. Quando Prieto ganhou seu primeiro dinheiro de verdade, investiu em um apartamento em Copacabana, onde instalou mãe e irmão. No teatro viveu personagens de Ibsen em “Os Espectros”, de Nélson Rodrigues em “Álbum de Família” e de Augusto Boal em “Marido Magro, Mulher Chata”. Na TV fez a novela "Tempo de Viver" de Péricles Leal, uma produção da Tupi do Rio, exibida na rede no Brasil todo e em São Paulo pela TV Gazeta. Adriana Prieto tinha uma característica singular. Dona de um sorriso belíssimo, quase sempre estava séria, um tanto melancólica. Parecia até antever o destino trágico que teria. Por ironia do destino, duas semanas antes entrara de maca no mesmo hospital aonde veio a falecer, para cenas do filme “O Casamento” de Arnaldo Jabor, baseado na obra homônima de Nélson Rodrigues. Adriana Prieto foi namorada do ator Carlos Mossy. Adriana Prieto morreu de traumatismo craniano em consequência de um acidente automobilístico quando o carro que dirigia foi atingido fortemente por um carro da polícia.