Walter Gerhard Forster                      

(Campinas/SP, 23 de março de 1917)                                   

(São Paulo/SP, 03 de setembro de 1996).

Walter Forster foi autor, diretor e ator de rádio, cinema, teatro e pioneiro da televisão brasileira. Seu pai, Jacob Forster, era filho de alemães de origem irlandesa e sua mãe, Ida Forster, era suíça de um dos cantões alemães. Forster se mudou para a cidade de São Paulo, onde foi contratado pela “Rádio Bandeirantes”, como locutor e depois como redator. Depois se mudou para a “Rádio Difusora” e depois para “Rádio Tupi”. Walter Forster trabalhou nas rádios ”Excelsior”, que atende hoje por “CBN” e “Nacional”, como diretor de radioteatro. Na inauguração da TV Tupi atuou em todas as discussões e decisões de elenco para a nova emissora. Já estava casado e com dois filhos. Da novela “Sua Vida Me Pertence” foi autor, diretor e ator. Contracenou com Vida Alves - que na trama amava o galã, que era ele - e ainda Lima Duarte, Lia de Aguiar, José Parisi e Dionísio Azevedo. Tinha apenas vinte e cinco capítulos, mas enfrentou vários problemas com esse meio novo de comunicação, os atores falavam muito alto no estúdio, esqueciam os microfones, não sabiam se posicionar frente às câmeras - o que deixava desesperados os cameramen. O primeiro beijo na boca da televisão brasileira, uma ousadia e tanto para a época, não passou de um simples “selinho”. O galã Walter Forster encostou seus lábios nos de Vida Alves, enquanto acariciava o braço da amada, causando frisson durante a transmissão da TV Tupi. A cena ocorreu no último capítulo. Como não há registros dessas cenas - elas foram feitas "ao vivo" -  e ainda não havia videotape. Várias histórias foram contadas ao longo do tempo. Walter Forster trabalhou ainda na TV Paulista, criou, produziu e dirigiu Hebe Camargo em “O Mundo é das Mulheres”, primeiro programa feminino da TV brasileira.  Forster apresentou o programa “Intimidade”.  Walter Forster participou das novelas “O Caminho das Estrelas”, “Paixão de Outono”, “Beto Rockfeller”, “Super Plá”, “As Bruxas”, “Vitória Bonelli”, “Ídolo de Pano”, “O Profeta”, e “Como Salvar Meu Casamento” na TV Tupi, “Maria Stuart”, “Casa de Pensão” e “Paiol Velho” na TV Cultura, de “Maçã do Amor” na TV Bandeirantes e “Helena” na TV Manchete, “Sangue do Meu Sangue” no SBT além das minisséries “Avenida Paulista” e “Memórias de um Gigolô”  na TV Globo e “A Última Semana” na Rede CNT.  Sua última participação em novelas foi na TV Globo, no papel de um juiz, em “Sangue do Meu Sangue”. Walter Forster apresentou, ao lado de Cidinha Campos, as primeiras imagens em cores da TV Tupi. Walter participou da versão brasileira de “Acredite Se Quiser” na TV Manchete. No cinema, atuou nos filmes “Luar do Sertão”, “Toda Donzela Tem Um Pai Que é Uma Fera”, “Rio, Verão & Amor”, “As Cariocas”, “O Homem Nu”, “Viagem ao Fim do Mundo”, “Os Paqueras”, “A Arte de Amar...Bem” (episódio “A Garçoniere de Meu Marido”), “Roberto Carlos a 300 Quilômetros Por Hora”, “Aventuras Com o Tio Maneco”, “As Amantes de Um Homem Proibido”, “Um Casal de Três”, Tessa, a Gata”, “Tchau Amor”, “Amor Estranho Amor”, Tudo na Cama, “Além da Paixão”, “As Aventuras do Garoto Abandonado”, “Bagunça na Tela”, “Quincas Borba”,  “Eu”, “Colégio Muito Louco”, “As Aventuras da Turma do ZYB Bom”, “A Gata Maravilha”, “O Garoto e a Rata-Loira”, “Lanchonete Maravilha”, “Super Jovem”, “Alma Corsária”, “Dumbo & Jumbo, Dois Bobos em Apuros” e “Loucos, Apuros e Salvamentos”. Forster era viúvo de Branca Regina e teve dois filhos, Suzana e Walter Jr e quatro netos. Walter Forster resolveu se aposentar após a morte da esposa e desempenhar papéis com pequena participação. Ao lado de seus colegas José Parisi e John Herbert deu sua última entrevista sobre a TV Tupi para o programa “Insert Show” na TV Gazeta do radialista e videomaker Eduardo Thadeu matéria sobre os quarenta anos da TV brasileira. Forster é tio do também ator Roberto Maya. Walter Forster morreu de ataque cardíaco.